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Dez dias depois

O mundo humano possuía algumas peculiaridades. Enquanto alguns banhavam-se em ouro, outros, banhavam-se em choro, os que possuíam tudo não faziam questão de dividir.

Divisão, era uma palavra desconhecida. O mundo sobrenatural, poderia ser ruim e monstruoso, entretanto, quando alguém precisava eles estavam dispostos a ajudar.

O mundo humano poderia ser tão ruim e monstruoso quanto o deles. E, todos sabiam, apenas preferiam jogar a culpa em outrém. A humana sabia que seu mundo era ruim, ela sabia. Mas o passado ainda corróia sua mente, os gritos de socorro e desespero de sua mãe ainda invadem seus tímpanos quando a madrugada chega, ela tinha medo deles. Mesmo adotando uma máscara durona e coberta por ignorância, Eve Angel era apenas uma jovem com saudades de casa e dos tempos bons que vivera.

Aliás, todos temos medo do futuro, com a mesma não seria diferente.

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Eve Angel estava disposta a escapar, não pretendia permanecer em um lugar onde seu corpo seria servido como um objeto. Tão pouco queria conhecer seu pretendente.

"Deve ser horripilante" pensara, enquanto penteava seus cabelos. Seu cabelo era uma cisma, era a única coisa que ela tinha e necessitava manter impecável, era uma forma de estar mais próxima da presença de sua mãe. A mesma gostava de acariciá-los e sempre pentea-los, Eve sentia falta disso. Um barulho alto do lado de fora, a fez saltar para trás em um susto, uma mulher adentrou alvoroçada, sangrando e ferida.

- O que houve? - Eve indagou, assustada. Balbúrdia dominava sua mente. A mulher tão pouco se importou, parecia não sentir seu corpo completamente ferido - Você está sangrando! - a humana insistiu, seu coração batia forte contra o peito ao ver o estado caótico que aquela mulher se encontrava.

- Deixe-me! - a mulher disse, séria e bastante irritada. Eve aproximou-se, observando a mulher arrumando algumas peças de roupa.

- Você precisa de ajuda? - propôs, em uma pergunta falha.

- Não. - a mulher bufou, largando as peças de roupa sobre o chão.

- Tem certeza? Você está sangrando muito. - Eve estava preocupada, já havia notada a presença dessa mesma mulher várias vezes naquele lugar, mas, nunca ousou puxar assunto com a mesma.

- Não se preocupe, ok? - a mulher elevou o tom de voz, torcendo o braço em seguida, Eve gritou com o susto, não estava preparada para isso.

- V-você ... V-você ... - balbuciou, assustada.

- Humanos são tão tolos, não se preocupe, humana. Eu estou bem. - a mulher disse, ajeitando os cabelos. Eve respirou fundo, olhando-a nos olhos, decidiu dizer:

- Pelo menos não sou ignorante. Estou aqui disposta a ajudá-la, e você pouco se importa. Então sangre até a morte. Porque aos meus olhos, você não parece nada bem.

E com isso, se retirou. Seus olhos enchiam-se de água, ela iria chorar, previa isso. Era estranho, desde que chegou neste lugar, tudo era motivo para choro, as pessoas desse lugar eram diferentes, tanto no comportamento quanto no físico. Ela tentou com todas as suas forças, encontrar um ponto positivo, onde poderia permanecer no lugar e fazê-lo melhorar. Entretanto, as pessoas não pareciam querer mudar.

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| Mais tarde |

- Cadê você? - Eve gritou, ao sentir seus pés cansarem.

Ann insistiu que ela seguisse-a até o monte, onde poderiam conversar um pouco mais.

- Aqui - Ann gritou de volta, ao longe Eve pôde ver sua cabeleira loura sacudindo contra o vento. Eve caminhou entre as pedras, acariciou as plantas e brincou com alguns insetos, correndo ao ver uma aranha enorme. Suada e cansada, ela parou, apoiando-se contra os joelhos, suspirou ao olhar para cima e ver a figura inabalável de Ann.

- Não sou boa subindo morros. - ela afirma, assim que aproxima-se de Ann. A mesma rir.

- Acostume-se, você irá subir muito eles. - Ann fala, seus olhos brilhavam.

Ela parecia olhar para Eve com admiração.

- Por que? - a humana indagou em curiosidade.

- Esquece - Ann balançou a cabeça, afastando os pensamentos sórdidos.

- Ann? - a humana chama. A lycan permitiu ser chamada assim, era mais íntimo e Ann gostava muito de seu nome.

- Diga.

- Quem é esse Supremo que todos falam? - perguntou em um fio de voz, seus pêlos arrepiam.

O vento açoitava seus cabelos, fazendo-os bagunçarem por completo. Eve não importava-se, não dessa vez, queria saber quem era o Supremo.

- Você saberá. Espere. - Ann suspirou, abraçando suas pernas.

- Ele é uma espécie de Rei? - Eve insistia, seu rosto estava vermelho.

Ann sorriu - Ele é maior que todos os Reis que você conheceu. Nenhum Rei poderia ser comparado ao meu Supremo.

- Ele é o rei dos reis? - Eve Angel perguntara, observando o horizonte, em uma cor alaranjada, o pôr do sol estava magnífico.

- Digamos que sim. Agora, esqueça isso. Preciso mostrar-lhe algo, venha. - puxou-a pelas mãos, Eve sorriu.

Algo poderia fazê-la ficar, Ann era legal. Assim como Suzie, as duas eram até mesmo parecidas.

Balbúrdia significado: 1.
desordem barulhenta; vozearia, algazarra, tumulto.
2.
situação confusa; trapalhada, complicação.

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10.06.20 (pb).

A Humana • Em Revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora