Reencontro

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Eu e Zack estamos no carro a uns vinte minutos e nenhum dos dois disse uma palavra até agora. Meu choro cessou, mas ainda me sinto extremamente desconfortável perto dele, em menos de um dia, ele e mostrou que pode mudar de humor com uma facilidade surpreendente.

Zack: porque estava chorando? Eu...eu te assustei?

Ele finalmente quebra o silêncio, mas eu não queria falar sobre isso, não sabia se podia confiar nele, ou se ele ia me julgar.

Mary: não foi você Zack.

Zack: graças a Deus, pensei que já tinha estragado a noa primeira impressão. - Ele diz com um tom brincalhão e eu resolvo entrar na brincadeira, para tirar o assunto de mim.

Mary: aquela não foi a minha primeira impressão de você. - Seus olhos brilham quando eu digo isso. - Foi de um menino maluco invadindo minha casa e além de tudo, bêbado.

Seu sorriso fecha com essa última frase, mas logo se abre quando eu sorrio.

Zack: que horror! Não pense assim de mim, não sou um maluco bêbado. - Ele diz com uma falsa cara de contrariado.

Mary: eu sei que não é. - Digo com um pequeno sorriso.

Zack: então qual é a sua primeira impressão de mim? - Ele fala um pouco mais sério. Eu penso em responder brincando, mas me lembro de ele apertando meu pulso e me olhando daquele jeito e logo eu me arrependo de ter entrado no carro com ele. E ele, infelizmente, nota meu desconforto e o clima descontraído acaba. - O que eu fiz de errado?  Eu não queria te causar desconforto...

Mary: tudo bem, não se importe com isso.

Zack: você pode confiar em mim, quer me contar?

Ele parece ser uma boa pessoa, mas só o conheci a um dia e foram em condições não muito boas, acho que preciso de um pouco mais de tempo, quero muito confiar nele, pois é a única pessoa que eu conheço aqui, mas a coisas que eu gostaria de manter no passado, por mais que seja muito difícil passar por um trauma e o esquecer completamente.

Mary: eu adoraria poder te contar Zack, mas eu só o conheço a um dia e confesso que você me assustou ontem, me desculpe, mas eu não posso ainda... - De repente, ele abre um sorriso e eu paro no meio da frase. - Qual é a graça?

Zack: não é engraçado, só é bom, você disse "ainda" e o "ainda", muda tudo. - Ele sorri e o ar fica leve novamente, acabo sorrindo também.

Mary: obrigada por entender.

Zack: não precisa agradecer, todos nós temos algo que queremos deixar no passado.  - Ele diz e desvia o olhar, isso me enche de perguntas.

Mary: eu perguntaria o que você tem a esconder, mas  ja vi que você não gosta de perguntas. - Eu sussurro, mas ele escuta.

Zack: me desculpe de verdade, não era minha intenção reagir daquela maneira, mas é um assunto delicado. - Ele me olha envergonhado.

Nós finalmente paramos em frente a uma cafeteria e só então eu percebo que não sei onde estamos.

Mary: que lugar é esse?

Zack: Starbucks.

Mary: por que me trouxe aqui?

Zack: para podermos conversar e nos conhecer. - Eu olho para ele com as sobrancelhas ligeiramente arqueadas e ele entende meu olhar. - Só para não ficarmos agindo como dois estranhos, para tudo tem uma primeira vez, certo?

Mary: certo. - Até que gosto da ideia. Nós entramos, fazemos os pedidos e nos sentamos em uma mesa afastada. - Então, o que quer saber?

Zack: você é bem direta.

Querida RosemaryOnde histórias criam vida. Descubra agora