Querida Rosemary

Uma noite diferente

Meia noite não é hora para rir
Quando você diz adeus
Isso torna seus lábios tão beijáveis
E seu beijo imperdível
Seus dedos, tão tocáveis

Irresistível - One Directon

São quase seis horas da tarde e eu ainda estou em duvida em relação a minha roupa, porque eu nunca consigo arrumar uma roupa bonita e decente ao mesmo tempo? Tudo bem, calma Rosemary, você precisa de calma. Respiro fundo três vezes e decido tomar banho para me acalmar, depois eu vejo a questão das roupas. Tomo um banho bem demorado e relaxante, mas ainda não sei se vou com a primeira roupa que separei, ou com outra. Fico andando de um lado para o outro no closet, até meu celular apitar avisando que faltam vinte minutos para as sete, droga. Já sequei o cabelo e fiz um rabo de cavalo, olho para a roupa novamente, quer saber? Não ligo, vou com essa mesma. Coloco o short, a blusinha, o tênis e a blusa de frio, faço um make básica e já estou pronta. Pego a bolsa, coloco a carteira e o celular. Alguém bate na porta.

Mary: Pode entrar. - Minha mãe entra e me olha dos pés a cabeça.

Milena: Vai sair?

Mary: Vou sim.

Milena: Onde vai? - Eu a olho, não parece que está cobrando nada, só está curiosa.

Mary: Zack vai me levar a um lugar para conhecer os amigos dele, bom, eu já os conheço, mas só conversei com eles por cinco minutos.

Milena: Entendi. É bom que você faça amizades. - Ela vira para a porta e depois se vira para mim novamente.

Mary: Está tudo bem?

Milena: Claro. - Ela responde e eu dou de ombros, não estou afrontando, mas o clima está estranho. - Não, não está tudo bem, eu vim aqui te pedir desculpas. - Ela se senta na minha cama e eu a olho surpresa. - Eu não queria que você se sentisse cobrada, mas olhe pelo meu lado, eu acordei e não vi você, vocês sumiram por horas, sem dar notícias e eu fiquei preocupada.

Mary: Era só ter mandado uma mensagem.

Milena: Isso não passou pela minha cabeça na hora, nem pela do seu pai.

Mary: Tudo bem, não tem problema, mas vocês tem que entender que agora eu sei me cuidar. - Ela olha para o chão e vejo que ela está contendo as lágrimas, lembro das palavras da tia Renata e meu coração aperta, me sento ao lado dela e a abraço. - Eu sei que é difícil para vocês de acostumarem, mas também é difícil para mim, vocês não sabem como eu sou, mas podem confiar em mim, ainda sou a garotinha de vocês.

Milena: Não, não do mesmo jeito. - Agora ela está chorando. - A coisa que eu mais me arrependo é de ter deixado você ir morar na casa da sua tia, eu sentia sua falta todos os dias, mas o que eu não sabia era que eu não ia mais ser a sua mãe.

Mary: Claro que ainda é minha mãe, a tia Renata jamais tomaria seu lugar, por mais que ela seja maravilhosa.

Milena: Eu sei disso, mas eu não sei quase nada sobre você, não sei os seus gostos, não pude ver você se tornar essa mulher bonita, que sabe lidar com os próprios problemas... - Nessa hora o Zack entra no quarto, mas quando nos vê seu sorriso fecha.

Zack: Tudo bem?

Mary: Eu te encontro la embaixo. - Ele assente e sai do quarto.

Milena: Voltando ao assunto, você é minha filha, eu te amo incondicionalmente, mas eu não te conheço, por isso é estranho escutar você dizer que vai sair e não sabe quando volta, dizer que sabe se cuidar sozinha. Isso era para ser o meu trabalho, mas eu perdi tudo. Eu queria que você tivesse continuado comigo e com seu pai, mas nós estávamos com problemas na empresa, estavamos quase falindo e se fossemos a falência, não poderíamos dar o estudo adequado a você, não poderíamos te dar o que você queria. Precisávamos nos concentrar de corpo e alma no trabalho, não sobraria tempo para você, então decidimos que o melhor era deixar você ir morar com minha irmã até as coisas se acertarem, mas demorou tanto e você já é uma moça, pode fazer as próprias escolhas. - Agora eu que continha minhas lágrimas. - Enfim, eu vim pedir desculpa pelo meu comportamento, espero que você consiga entender. - Ela sai sem dizer mais nada, nem tenho tempo de assimilar tudo, Zack entra no quarto e me cutuca.