Ontem foi divertido, depois dos incidentes. Eu e Zack fizemos uma seção cinema, até cairmos no sono, comemos pipoca e tomamos sorvete, ele é uma pessoa bem engraçada. Meu celular começa a tocar.
-- Sim? - Eu nem olhei o identificador de chamada.
-- Por que toda essa formalidade?
-- Tia Renata! - Escuto a risada dela, que saudade dessa risada.
-- Como está, minha querida? Evellyn me contou o que aconteceu, como se sente?
-- Eu consegui resolver.
-- Que boa notícia! E como o Zack é?
-- Ele é bem legal, tia. Não tenho problemas com ele. - Escuto Evellyn gritar no fundo "me ligue para contar os detalhes!" E dou uma risada.
-- Fique quieta, menina! É minha vez de conversar com ela. - Minha tia a repreende e depois ri.
-- Diga que vou ligar mais tarde.
-- Ela vai te ligar mais tarde! - Ela grita e eu escuto um "uhuu" - Pronto, agora podemos conversar.
-- Estou com saudade de vocês duas.
-- Nós também estamos vom muita saudade, mal posso esperar para as férias chegarem.
-- Tia! - Eu dou uma risada. - A faculdade nem começou e a senhora já quer férias?
-- Eu quero minha filha de volta! - Meus olhos se enchem de lágrimas.
-- Vai passar rápido, tia. Quando menos esperar, estarei ai de volta.
-- Que nada. Aproveite seus pais. - Eu bufo quando ela diz isso. Ainda estamos sem conversar. - O que foi?
-- Estamos sem conversar.
-- O que? Desde quando? Por que? - Eu aceito que ela me faça perguntas, foi ela que me criou.
-- Estamos sem conversar. Desde ontem. Porque eu sai com o Zack e quando voltei eles me fizeram um interrogatório, dizendo que eu devia ter comunicado um deles e quando falei que eu sabia me cuidar sozinha, ele se calaram. - Ela suspira. - E eu não entendo o motivo.
-- Pense comigo, querida. Eles te deixaram aqui quando você era pequena, não tão pequena, mas você ainda precisava de ajuda com o dever de casa, ainda precisava pedir conselhos e eles não puderam ver o quanto você cresceu e amadureceu. É um choque para eles, escutar que sua garotinha não precisa pedir permissão para sair e saber lidar com os próprios problemas. Entende, Rosa?
-- Eu ainda preciso pedir conselhos...
-- Mas não por coisas bobas, eles não tem mais aquela intimidade com você, não tem aquele senso de que tem algo errado, não sabem que quando você está muito falante, quer fizer que algo te machucou, não sabem que você prefere lidar com seus pensamentos entanto lê, eles não sabem. Você vai precisar ter paciência, eles não te viram crescer, tente entende-los.
-- Eu entendo, tia. - Eu contenho as lágrimas. - Senti falta de deus conselhos.
-- Estou a uma ligação de distância.
-- E muitos quilômetros também. - Nós acabamos rindo e eu me sinto aliviada.
-- Tenho que ir agora, Rosa. Me ligue se precisar de algo.
-- Claro, o mesmo para a senhora.
-- Até mais, minha querida.
-- Tchau.
Desligo o celular e fico olhando para o teto. Só tem uma semana que estou aqui e eu já sinto uma falta imensa delas.
XxX: O que você tem? - Eu dou um pulo e vejo Zack rir da minha cara.
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Querida Rosemary
FanfictionRosemary é uma menina de 18 anos que cresceu com a tia e e sua filha, Evellyn. Mas ao terminar o colegial, Rosemary decide ir cursar a faculdade de direito na Flórida, que por acaso, é o lugar onde seus pais "moram". Os pais dela são arqueólogos, v...