Aquele sorriso.
Era aquele sorriso que eu queria ver quando eu mostrasse minha proposta de tcc para ele na próxima semana: charmoso, lindo e entretido. Céus, que sorriso.
- Os alunos tendem a imaginar que seus professores não possuem vida - Ele comenta bebendo sua cerveja.
- Posso? - Aponto para a cadeira ao seu lado.
- É toda sua - Ele concorda e eu me sento.
Levanto a mão para chamar o bartender e peço a mesma cerveja que ele deve estar tomando.
- Isso vai soar extremamente estranho, principalmente por você ser o meu professor, mas você sempre vem aqui? - Pergunto bebendo minha cerveja e ele revira os olhos abrindo um sorriso animado no rosto. Antes que ele me responda, eu me prontifico: - Pergunto isso, porque este é meu clube favorito, e por incrível que pareça, eu nunca te vi aqui - Explico.
Ele assente e me observa atentamente com seus olhos verdes brilhantes.
- Eu normalmente fico em casa, a resposta seria: não - Ele ri - Não gosto muito de sair.
Eu concordo com ele e tomo um gole da cerveja, e então, depois deste momento, nós dois caímos em um silêncio constrangedor, ficamos assim por alguns minutos, apenas tomando cerveja em silêncio olhando em volta, chega em um ponto que eu decido que é melhor sair dali, mas Blythe volta a puxar assunto assim que percebe isso.
- Então você gostou da minha palestra no teatro dos gregos - Ele retorna a conversa de ontem a noite.
Eu abro um sorriso, sobre isso eu sabia que éramos bons em conversar, sendo assim, eu começo a dizer para ele as partes que eu mais gostei da sua dissertação, Blythe parece relaxar cada vez mais na medida em que eu vou animadamente falando cada item.
Passamos alguns - bons - minutos, que pareceram horas, conversando e bebendo juntos, quando eu estou rindo de uma piada que ele fez e o moreno está sorrindo ao ver minha reação, Prissy aparece ao meu lado.
- Anne! Você desapareceu! - Ela grita chegando ao meu lado e seu sorriso murcha um pouco quando vê minha distração e companhia - Professor Blythe? - Ela pergunta, confusa.
- Srta. Jones - Ele cumprimenta com um sorriso profissional.
Prissy estreita o olhar para mim, quando eu ia tentar explicar, Blythe pede licença dizendo que precisava encontrar alguém e se despede formalmente de nós duas, indo embora.
- Você estava bebendo com o nosso professor? - Questiona intrigada cruzando os braços sobre seu cropped.
- Que mal tem nisso? Eu encontrei ele e começamos a conversar - Perguntei engolindo o resto do conteúdo de uma vez só e colocando o copo no balcão.
Prissy respira fundo e apenas nega em silêncio, pede cervejas e quando elas chegam, a menina faz questão de me arrastar para longe do bar consigo.
Billy reaparece momentos depois, seu cabelo está meio bagunçado e ele parece estar completamente bêbado, abrindo um sorriso embriagado e exagerado quando me vê.
- MEU AMOR! - Ele grita e agarra minha cintura, me trazendo de forma afobada para perto dele - Onde você estava? Te procurei em todos os cantos! - Bom, não em todos, eu torço o nariz com o cheiro forte de vodca.
- Billy, você está me apertando, por favor, me solte - Eu peço, tentando me afastar, mas ele me prende mais forte em seus braços - Você está bêbado, me solte!
- Ah! Como eu amo você - Em seguida ele pressiona sua boca na minha com veracidade e eu reclamo.
Espero exatamente dois segundos e então mordo o seu lábio com força, fazendo-o me soltar e se afastar abruptamente com a mão nos lábios.
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Meu professor
RomanceGilbert Blythe acabou de receber uma nova proposta de emprego: Lecionar para o último período do curso de Letras a sua especialidade, Psicologia Comportamental. Sem entender como isso pode influenciar na vida dos seus alunos, o homem decide encarar...