Diana continuava no meu pé vinte e quatro horas por dia os sete dias da semana, eu tentava ao máximo evitá-la, quase como se ela carregasse algum tipo de vírus transmissível pelo toque, não respondo suas mensagens, não atendo suas ligações, comecei a pedir para Josie avisar (sempre que ela perguntasse) que eu estou extremamente ocupado por algo do trabalho. Eu nunca fingi tanto estar fora de casa como estava fazendo agora, se eu realmente fosse em todos os lugares que Josie anda falando para Diana, eu já conheceria a Ilha do Príncipe Eduardo inteira e estaria revisitando por uma segunda ou terceira vez.
Tirando isso, a minha semana passou de forma rápida, eu tive outra reunião com Hall e ela perguntou como eu as coisas estavam indo, questionou como eu estou me saindo com a minha primeira orientação dentro da instituição, eu apenas reportei que tudo estava correndo gradualmente, contei que eu ainda estou me adaptando, mas que as coisas estão se encaminhando de uma forma agradável. Hall, logo em seguida, me avisou que alguns alunos estão pedindo a ela que eu abra mais disponibilidade de horários, pois não conseguiram entrar na minha turma de sexta-feira e querem frequentar a minha aula, sendo assim, ela me perguntou se eu estou disposto a dar um curso extra curricular para os estudantes interessados, desta vez, seria para o curso de Psicologia e Letras. Se eu aceitar, terei acesso ao laboratório de pesquisa da instituição, eu pedi um tempo para analisar a proposta, precisando medir os bons positivos e negativos que esta nova oportunidade pode me trazer, e no fim, eu acabei aceitando.
Agora eu tenho um horário fixo na UGB: Ganhei noite cheia nas segundas, quartas e sextas-feiras. Assim que eu aceitei a proposta (terça-feira), quarta-feira de manhã saiu o anuncio e a noite foram abertas as inscrição para a minha aula. Sexta-feira, quando eu cheguei na faculdade as matrículas já estavam encerradas, pois as classes estavam lotadas.
Quando Josie me contou isso eu fiquei completamente abismado, aliás, eu ainda estava assim, sentado na mesa da sala dos professores com três listas de trinta e cinco alunos em minhas mãos.
- E todos eles querem uma aula comigo? - Perguntei novamente, olhando das folhas para minha amiga.
- Pois é, parece que você realmente é o mestre da Linguística Comportamental - A loira abriu um sorriso orgulhoso nos lábios.
Isso poderia ser um comentário sensacional, se ela não tivesse me feito lembrar que eu realmente preciso começar o meu mestrado, no entanto, com tantas coisas acontecendo em minha vida de uma vez só, esqueci que eu preciso me matricular em uma faculdade e procurar um tópico para me especializar.
Eu solto uma risada abafada e em seguida um "yah!" animado, levanto da cadeira e abraço a minha melhor amiga que em meio as suas próprias risadas, retribui o gesto.
- Estou orgulhosa de você, Gil - Ela me soltou e pegou a sua bolsa que estava em cima de uma das cadeiras pretas em volta da mesa redonda de madeira gigante - Eu preciso ir, não posso ficar no campus depois das seis da tarde, você sabe - Comentou revirando os olhos.
Eu concordei e depositei um beijinho em sua bochecha.
- Obrigado, Jo.
- Te vejo em casa, roomy - Ela fala lançando-me uma piscadela e saindo tranquilamente.
Eu me sento novamente na cadeira onde estava me sentindo nas nuvens.
Meu
Deus
Isso é absolutamente tudo o que um pesquisador poderia sonhar em conseguir, conseguir expor o seu conhecimento em palestras e ser chamado para lecionar o que mais lhe inspira. É um sonho simplesmente ter uma turma na sexta-feira, mas agora poder usufruir de um laboratório de pesquisa moderno e ensinar mais três turmas (cheias) sobre o que eu mais amo é simplesmente o paraíso.
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Meu professor
RomanceGilbert Blythe acabou de receber uma nova proposta de emprego: Lecionar para o último período do curso de Letras a sua especialidade, Psicologia Comportamental. Sem entender como isso pode influenciar na vida dos seus alunos, o homem decide encarar...