- Gilbert, acorda! - Ela grita jogando o travesseiro com força na minha cara.
Eu já estava acordado a cerca de uma hora, mas não tinha encontrado forças para levantar da cama ainda, sentia que ela abraçava toda a minha desgraça interior. Eu pego o travesseiro e arremesso nela, Josie pega-o novamente e taca em mim, revidando.
- Estou acordado! - Resmungo colocando o travesseiro debaixo da cabeça.
- Você tem uma reunião com a Hall em uma hora e ainda está fedendo a bebida! - Ela repreende e puxou o travesseiro debaixo da minha cabeça, fazendo meu rosto encostar no colchão gelado.
- Você é um saco! Ainda não percebeu que eu não quero sair daqui?
Josie solta um "ugh" audível e começa a me bater com o travesseiro de forma agressiva.
- Você não vai ficar aí, deitado o dia inteiro igual um moribundo só porque está tendo uma crise profissional! - Ela berra, brigando comigo, ela sobe em cima da cama para conseguir bater melhor em mim - LEVANTA!
Eu pego o travesseiro de suas mãos e me sento na cama, quase fazendo ela cair.
- EU ENTENDI! - Replico no mesmo tom de voz, fazendo ela sair da minha cama.
Ela sorri vitoriosa e começa a caminhar pelo meu quarto enquanto eu, igual um zumbi, me sento na ponta da cama, sentindo minha cabeça girar e meu estômago reclamar instantaneamente. Merda de ressaca.
A loira vai até o meu armário e tira de lá uma calça social preta, uma boxe preta, uma camiseta de botões azul clara, um colete preto e joga tudo na cama e apontando para as roupas, volta a falar:
- Vou fazer um café e pegar algumas aspirinas, se você não aparecer na cozinha em quinze minutos eu subo com um balde de água gelada - Ela anuncia e eu a encaro sentado na cama, atordoado.
Conhecendo bem demais Josie Pye, então eu sei que não devo duvidar de suas intenções, pois ela não está brincando.
Ela sai do quarto e eu pego a roupa que ela separou sem analisar direito se aquilo era ou não o que eu queria vestir. A vontade era de me encolher na cama com uma coberta, ver algo na amazon e comer um balde de pipoca, mergulhando cada vez mais no meu próprio poço de angústia. Mas eu não tinha escolha, teria que levantar e encarar o que esse dia infernal me aguardava; arrastando os pés no chão, eu caminho para dentro do banheiro.
Droga, minha cabeça está me matando.
Tomo um banho, me arrumo e desço até a cozinha.
Josie está terminando de colocar a mesa do café: três xícaras, pães, esfihas, um bolo de cenoura pela metade (a única metade que sobrou, pois ela tinha se recusado e despejar chocolate em cima).
- Bom dia, Gilbinho - Escuto Jane entrar na cozinha, vestindo apenas uma das camisolas de Josie.
- O que tem de bom no dia? - Perguntei carrancudo, colocando café preto no copo.
Jane lança um olhar significativo para a namorada que apenas revira os olhos
- Uau, ok. Mal humorado - Jane comenta, caminha até a loira e deposita um pequeno beijinho em sua boca, distancia-se e se vira para mim - O que decidiu fazer sobre continuar dando aulas? - Ela se senta na minha frente.
Eu solto um gemido dolorido e Josie ri terminando de fazer o seu omelete, ela se senta próxima a nós na ponta da mesa.
- Não decidi ainda, apenas bebi o suficiente para ter uma mini epifania sobre meu relacionamento - Resmungo comendo um pedaço da esfiha de carne.
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Meu professor
RomanceGilbert Blythe acabou de receber uma nova proposta de emprego: Lecionar para o último período do curso de Letras a sua especialidade, Psicologia Comportamental. Sem entender como isso pode influenciar na vida dos seus alunos, o homem decide encarar...