Eram duas e vinte da manhã, prendi o meu cabelo de qualquer forma em um coque no topo da cabeça para tirar ele do rosto, estava vestida com um moletom quente que eu roubei do quarto de Gilbert, minhas calça de bolinhas rosas.
Eu estava na cozinha tentando passar café me sentindo extremamente puta da vida!
Gilbert não tinha voltado para casa desde que saiu a tarde para sua orientação com uma aluna e eu tinha aproveitado este tempo para falar com Jane - que ultimamente anda como uma bomba relógio com o nosso grupo -, pois a menos de uma semana ela basicamente explodiu revelando tudo o que ninguém até então tivera a coragem de dizer: que meu melhor amigo estava bancando o corno manso; Diana trai Gilbert e ainda tem a ousadia de fingir amá-lo e que Jerry é o amante apaixonado de Barry e vive fingindo que nada naquela situação o afeta.
Eu não teria me importado nenhum pouco se esta informação tivesse vazado, caso fossem em outras circunstâncias que não me envolvesse. Diana era acostumada a falar comigo sobre o fracasso de seu relacionamento com Gilbert e ele insistia em jogar toda a sua frustração em mim como se eu fosse formada em terapia de casal, e eu, como forma de desestressar, conversava com Jane, a fim de pedir a opinião dela sobre o assunto.
Eu achava engraçado o fato dela ser a maior defensora do: se existe problemas dentro de um relacionamento que não for o seu, não se envolva, no entanto, ela era a que estava se metendo no meio da situação.
As mensagens desesperadas do meu colega de quarto chegaram para mim como um maldito despertador às duas da manhã, me dizendo que precisava de ajuda, pois fez uma besteira enorme. Eu liguei para ele, a fim de saber o que houve, e o filho da mãe me informou que depois da orientação com a sua aluna ele estava se sentindo um pouco... Esquisito. E decidiu sair com Diana, ter uma conversa madura, arrumar as coisas e os dois acabaram na cama.
O que não seria ruim de modo algum, se Gilbert não estivesse se sentindo um tremendo de um babaca por ter usado Diana.
Esse café vai sair com o puro gosto de ódio, penso olhando para aquele líquido preto enquanto recordo de onde eu estava a vinte minutos: na minha cama macia e quentinha, que me abraçava como um panda gigante ocasionando-me doces sonhos. Sonhos cujo foram arruinados por Gilbert Blythe e suas mensagens arrependidas.
Ugh.
O moreno chega em casa às 02:30am. Seus cabelos negros estão bagunçados de uma forma que exibia o trabalho horroroso que Diana fez a noite com ele, suas roupas estavam amassadas e o homem parecia que tinha enfrentando o ceifador sinistro e sobrevivido ao ataque.
Diana está perdendo o jeito.
Gilbert me cumprimenta com um "boa noite" fraco e diz que precisa de um banho antes de qualquer coisa, aliás, se eu consegui ouvir bem, suas exatas palavras foram: "preciso lavar tudo isso de mim primeiro". Eu concordei em silêncio, sentindo vontade de rir da situação.
Encho minha caneca de café preto e forte, dez minutos depois, meu amigo desce para a cozinha novamente, arrastando-se vestindo seu pijama, cabelos úmidos e mais organizados.
- Café? - Ofereço tentando não zombar da sua situação atual. Ele dispensa - Hum, me conte o que aconteceu.
Gilbert torce o nariz.
- Eu fiz uma burrada épica - Revela jogando a cabeça para trás e soltando um grunhido alto e frustrado. Burrada. Quem é que usa essa palavra ainda?
- Oh, querido. Isso eu sei. Você fez questão de repetir esta frase para mim quinze vezes pelo telefone, como um maldito alarme quebrado - Falo me sentando na sua frente - Me explica o que aconteceu.
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Meu professor
Lãng mạnGilbert Blythe acabou de receber uma nova proposta de emprego: Lecionar para o último período do curso de Letras a sua especialidade, Psicologia Comportamental. Sem entender como isso pode influenciar na vida dos seus alunos, o homem decide encarar...