Narrador - visão Billy.

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Celular Anne, mensagens de Billy.

12:00pm - Estrume Williams: Ei você foi embora sem mim ontem

Achei que íamos dormir na minha casa

Anne?

12:02pm - Estrume Williams: Anne?

Anne? Pq vc não esta me respondendo?

12:23pm - Estrume Williams: pq me tiraram do grupo?

Oq houve?

Me responde porra.

01:45pm - Estrume Williams: ME ATENDE!

MAS QUE CARALHO DE MULHER COMPLICADA

OQ ACONTECEU AGORA?

ANNE?

01:46pm - Estrume Williams: ANNE

01:47pm - Estrume Williams: Pare de bancar a criança e me responda

Anne!

02:00pm - Estrume Williams: Anne!

02:15pm - Estrume Williams: Eu vou continuar ligando até você me atender

03:00pm - Estrume Williams: quer saber? vai se foder! Eu vou até aí.

Billy estava puto da vida. Essa era definitivamente a palavra mais adequada para representar o seu humor atual: puto. Além de estar com uma das ressacas mais fortes que ele já passou, tinha de lidar logo de manhã com os dramas de Anne novamente.

Noite passada ele exagerou, assumia isso, o loiro lembra-se de ter saído da mesa enquanto as meninas dançavam para ir até o banheiro e quando voltou e procurou Anne na pista de dança, não a achou, foi até lá a fim de perguntar por ela aos amigos, ninguém sabia, apenas informaram que ela tinha ido até o bar, mas até então não havia voltado. Billy, imaginando que o bartender estava demorando para servir a sua bebida, foi até lá, mas para a sua surpresa, ele a encontrou dando risada ao lado de um homem, ele não reconheceu de primeira mão quem era o sujeito, apenas notou que os dois pareciam bem entretidos com a conversa.

Ele pensou em ir se intrometer, porque lógico, era sua namorada e aquilo não parecia uma conversa normal entre duas pessoas completamente desinteressadas uma na outra, ele pensou em ir chamá-la, eles podiam - e pareciam - estar flertando, mas também podiam estar apenas... conversando. Não tinha como ele saber. Uma pequena voz em sua cabeça lembrou-o que ele prometeu a Anne não bancar mais o namorado ciumento, ele só estava exagerando.

Billy respirou fundo tentando puxar seu lado mais zen e caminhou de volta para a mesa.

O resto da história é apenas um resto, ele se lembra vagamente de voltar a beber para tentar afundar aquele sentimento que corroía o seu ser e acabou perdendo seu próprio limite. A partir disso, pequenos flashes insignificantes percorrem a sua mente, o que apenas quer dizer que o loiro poderia ter feito algo muito estúpido e não se lembrar disso.

Acordou em sua cama. Fez um check list rápido: estava vestido, fedia a bebida, tinha dor de cabeça e Anne não estava ali.

Ok, isso era estranho. Não tinham combinado de voltarem para a sua casa juntos? Pegou o celular e mandou uma mensagem para ela, sem resposta, arqueou as sobrancelhas e mandou outra, novamente nada, ela provavelmente estava dormindo. Levantou e tomou um banho, voltando para o quarto, verificou seu celular de novo, mas não havia nenhuma resposta. Tentou buscar o grupo dos amigos, eles devem saber o que estava acontecendo, mas a única coisa que encontrou foi uma mensagem automática dizendo que ele foi excluído.

Isso não podia ser bom.

Ele passou a mão pelo rosto de forma agressiva, revoltado com a situação, começou a mandar então várias mensagens para Anne, mas ela não o respondeu. Merda! Ele tinha feito algo estúpido! Começou a ligar, uma, duas, três... vinte e quatro vezes.

Mas nada, nem sinal de vida da ruiva.

Ele não entendia, ela estava sendo uma criança birrenta! Novamente com seus dramas! Droga o que diabos foi que eu fiz? Ele continuava a se perguntar enquanto ia de um lado para o outro do quarto.

Precisava descobrir urgentemente, mas o dia inteiro não havia recebido notícias de seus amigos. Todos eles. Isso definitivamente não era bom.

Ele decidiu então ir até a casa de Anne, ele não podia perder ela outra vez, não podia. Ninguém atendeu ele, tentou novamente, alguém tem de estar em casa!

Ele toca aquela campainha como se sua vida dependesse daquilo.

Cole é quem acaba estressado com o barulho e atende a porta com uma cara amassada de quem estava dormindo.

- O que você quer? - Ele pergunta com raiva.

Billy tenta passar por ele, mas o loiro não deixa, empurrando-o para fora.

- Cadê a Anne? Por que ela não me responde? Que merda é essa? O que está acontecendo? - Ele despeja suas preocupações no garoto a sua frente, preocupado.

Cole o analisa com insignificância, desde o ocorrido dois anos atrás o garoto passou a desprezá-lo e um nível tão radical que os dois não conseguiam mais trocar duas palavras sem ter farpas e indiretas no meio.

- Pergunta para a morena que você estava quase comendo ontem a noite no clube - Ele responde ácido e bate a porta na cara de Billy.

Oh, não.

Não, não, não.

Repetiu essa pequena palavra várias vezes para si mesmo.

N Ã O.

Ele não podia... ele ama Anne! Ele a ama mais do que ela mesma imagina, mas quando ele bebe simplesmente perde a noção. Não de novo, não dessa vez. Agora era para dar certo! Mas que merda! Ele já tinha até mesmo planejado levar a ruiva até a praia do Basílio, era um lugar lindo a noite, cheio de luzes e vida, as ondas são mais serenas, a areia mais macia, as árvores são decoradas com pisca-pisca. Um novo começo. Novo encontro. Novo primeiro beijo.

Droga!

Ele precisava se lembrar do que tinha acontecido, o que ele havia sentido naquele momento, como foi, com quem, como... Meu Deus!

Iria perder ela, agora era algo certo, a menina já estava cética em relação a eles. Droga novamente.

Três anos jogados no lixo. Ele nunca amou tanto alguém como ele ama Anne, será que voltaria a conhecer o amor depois disso? Será que sentiria a mesma intensidade? O mesmo anseio? A mesma intimidade? Bosta.

Era assim que Billy se sentia no final das contas: Um grande bosta.

Meu professorOnde histórias criam vida. Descubra agora