Meu professor

Anne

(observação da autora: esse capítulo tem hot, então sei lá, se não te agrada, não leia. É isso)

Eu olhava atentamente para o meu celular, lendo e relendo algumas de nossas conversas enquanto eu esperava liberarem o embarque para o ônibus que me levaria para Montreal. Embora eu tenha dito a ele que não estaria disponível nesses próximos três dias, ainda existia uma pequena pontinha de esperança em minha mente que me fez manter a internet do celular ligada durante toda a minha viagem.

Gilbert não apenas tinha visualizado minhas últimas mensagens, como também as ignorou, ele estava se afastando o máximo que podia, e, infelizmente eu conseguia sentir isso na pele e estava começando a doer mais do que eu imaginei que iria.

A última vez que estávamos juntos ainda vive em minha mente como se tivesse acontecido ontem, minhas pernas em volta de sua cintura segurando ele firme contra o meu corpo, sua boca beijando carinhosamente a minha enquanto suas mãos continuavam acariciando as minhas coxas por cima da calça jeans que eu usava. Nem conversamos naquele dia, apenas aproveitamos o nosso pouco tempo juntos.

Ou seja, desde essa vez não trocamos uma palavra um com o outro sem ser rapidamente por celular de uma forma completamente estranha, na faculdade, mal ele olhava para mim, quando eu tentava me aproximar, ele desviava ou trocava seu caminho para não tombar com o meu, tentei ligar, mas em nenhum momento ele me atendeu. Fiz o máximo que pude para me convencer que ele estava ocupado demais para falar comigo, para me oferecer um abraço ou palavras de reconforto, mas não estava sendo bem sucedida.

Sua distância machucava mais do que qualquer outra coisa. É impressionante como em tão pouco tempo Gilbert tornou-se importante de tal forma que eu me sentia vazia sem ele, algo entre nós dois cresceu ao longo desses meses, ele havia se tornado parte de mim e não ter ele era como se alguém estivesse arrancando esse pedaço, estava sentindo dificuldades de continuar, como se minhas forças estivessem se esgotando. Isso, acabava me fazendo chorar sempre que eu penso nele, em nós ou na situação que estamos enfrentando.

Nem mesmo com Billy tinha sido assim e eu estive com ele por anos.

Esse era o meu medo desde o início, eu temia me apagar demais a Blythe e acabar, eventualmente, tendo meu coração partido quando ele decidisse me deixar.

Entrei no ônibus, sentei no meu lugar e mais uma vez olhei no celular, com a estúpida ilusão de receber pelo menos um "boa viagem" dele, no entanto, era uma expectativa inútil, ele estava online, mas aparentemente não estava nenhum pouco afim de me responder.

Eu estava começando a me arrepender de amar ele.

O ônibus tomou seu trajeto e eu coloquei fones de ouvido para tentar me distrair da minha própria mente.

Beautiful Sea é uma pousada que fica próxima a praia Duvan em Montreal, o lugar é composto de aproximadamente sete cabanas separadas com uma temática rústica, cada qual tem sua própria recordação por dentro, fazendo com que os seus clientes se sintam a vontade em qualquer casa que decidam se hospedar.

Marilla, uma vez que estava exausta de ficar em casa e desejando conhecer novos ares, decidiu que nossa família iria viajar, planejou tudo e nos trouxe para cá com ela, eu tinha quinze anos e foi um dos lugares mais mágicos que eu já conheci. Você dorme com o som do oceano e acorda com o cheio de areia molhada e maresia.

A praia é um lugar lindo e iluminado a noite, em razão disso, existem muitos luais durante a semana, no qual você pode se sentar em volta da fogueira e passar horas conhecendo novas pessoas, cantando e dançando ao som de um violão. Embora eu não goste muito de praia, este é o meu lugar preferido em todo o mundo, a cidade é magnifica e as pessoas são carismáticas, eu me sinto morando - mesmo que por um pequeno espaço tempo - no paraíso.