Você já parou para pensar hoje que apenas uma situação pode mudar sua vida de uma forma tão drástica?
Após Billy ser levado pelos seguranças e Cole ser encaminhado para o hospital, eu passei a ter medo de ficar na minha própria casa, por mais que eu trocasse a fechadura da porta, eu me sentia paranoica com a ideia dele aparecer no meu prédio e ficasse me esperando para conseguir, de fato, falar comigo, ou até mesmo surgisse no meio da noite berrando, ou pior ainda, depois de ontem - onde Billy perdeu as estribeiras e acabou batendo em mim e em Cole -, não duvido nada que tentaria arrombar a porta.
Cole ofereceu para mim o seu quarto de hóspedes, deu a desculpa que o preço do aluguel estava salgado demais e que precisava de um colega de quarto. Eu não pensei duas vezes, mesmo dizendo que seria algo apenas provisório até achar um novo lugar, eu aceitei morar com o meu melhor amigo. Era mais seguro e, se por acaso Billy fosse solto, não saberia onde eu estaria, pois ele não sabe onde Cole Mackenzie mora.
Então, meu sábado estava assim: caixas para todos os lados enquanto eu e meu melhor amigo empacotamos as minhas coisas.
Isso, claro, até eu descobrir, por meio das conversas no grupo, que Blythe não tinha conseguido dar sua aula depois que eu sai correndo da sala ontem a noite. Evidentemente, o professor Blythe merecia um pedido de desculpas, ninguém tem a liberdade de sair tão abruptamente no meio de uma aula como eu fiz, causando um escândalo, mas ele não conseguir seguir o curso normal depois disso era no mínimo intrigante.
Erros. Ele cometia muitos deles, mas sexta passada, depois que eu saí, Gilbert Blythe tinha cometido um dos seus maiores: se importar demais com um aluno ao ponto de perder o seu próprio foco, isso era no mínimo antiprofissional.
E me deixava curiosa saber o que se passava naquela cabeça para ele ter feito tudo aquilo. Então, por mais que eu não estivesse com disposição ou até mesmo cabeça para ir até a faculdade, eu decidi não faltar na reunião, queria falar com ele, perguntar o que diabos ele estava fazendo, se precisava de ajuda, dicas ou algo assim.
Quando deu três da tarde, eu comecei a me organizar, imprimi a parte da tese que eu já havia escrito, me arrumei e fui obrigada a passar um pouco de maquiagem no meu rosto, tentando ao máximo ocultar aquele roxo enorme no meu queixo deixado por Billy noite passada.
Desci até o terraço do meu prédio e pedi um uber.
Cheguei na faculdade atrasada cinco minutos, caminhei apressadamente até a sala dos professores e avisei a secretária sobre a reunião, ela apenas sorriu e confirmou, dizendo que o professor tinha acabado de chegar e estava me esperando na terceira e última porta do corredor.
Bati duas vezes e entrei. O professor se levantou rapidamente, parecia ansioso, seus cabelos estavam bagunçados de uma forma anormalmente sexy, vestia calça jeans escura e uma camiseta polo preta. Sem formalidades hoje, ele não parecia estar ali realmente para trabalhar e sim para checar como eu me encontrava.
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Meu professor
RomansGilbert Blythe acabou de receber uma nova proposta de emprego: Lecionar para o último período do curso de Letras a sua especialidade, Psicologia Comportamental. Sem entender como isso pode influenciar na vida dos seus alunos, o homem decide encarar...