Gilbert

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Anne havia contado para os seus amigos que nós estamos juntos e por mais que a reunião não tenha sido das melhores, eu conseguia ver na forma como ela se expressava que tinha retirado um peso gigantesco dos seus ombros ao contar sobre o nosso namoro. Sua risada estava mais fluída, seus olhos cintilavam um brilho diferente, ela estava mais solta e contente.

Eu estava feliz por ela, desde que iniciamos essa relação, Josie e Jane sabiam o que estava acontecendo e por mais que Jerry seja um grande amigo meu, eu não tinha uma vontade de contar-lhe o que estava acontecendo, assim como, me recusava a deixar que Diana descobrisse. Ou seja, eu sempre tive minhas melhores amigas comigo, mas Anne demorou aproximadamente um mês para conseguir ter os dela ao seu lado, o que justificava a sua energia renovada quando eu a busquei em sua casa.

Anne não quis pedir comida pelo delivery, quando chegamos em minha casa, ela foi animadamente para a cozinha dizendo que estava "desejando" a minha macarronada com queijo. Então, como sempre fazemos quando estamos juntos, ligamos o som - não tão alto por ser quase uma da madrugada - e começamos a cantar enquanto cozinhávamos.

Eu gosto da nossa dinâmica, percebi por um segundo enquanto admirava aquela mulher remexer o quadril ao mesmo tempo que dourava os temperos para fazer o molho branco. Nos divertimos e somos bons juntos, não possuímos secretos ou omitimos relatos, somos verdadeiros um com o outro, compartilhando tanto os bons quanto maus momentos que enfrentamos durante os dias.
Jantamos de uma forma agradável, Anne me contou sobre a reunião que teve e eu revelei quando Josie descobriu sobre nós dois. Falamos um pouco sobre a sua família e eu contei relatos referentes a minha, percebendo no final de tudo, que até nisso combinamos: infelizmente ambos perdemos nossos pais prematuramente.
É engraçado que até na dor da perda nos encontramos e conseguimos reconforto.

Durante a sobremesa - um sorvete de chocolate com menta que eu tinha dentro do freezer - Anne me perguntou como anda as minhas orientações, eu consegui perceber pela forma como ela evitou olhar para mim que a sua pergunta era mais específica e, tomado por uma pequena onda de curiosidade e coragem, disse-lhe o que ela queria saber e perguntei qual era a sua relação com Mikaelle Collins e porque ela sempre parece tão incomodada com o fato de eu orientar sua tese.

Anne suspirou pesadamente e me disse - com bastante vagueza - sobre a relação de Collins com Billy e a forma como o seu ex namorado a traiu descaradamente com a morena que hoje eu auxilio. Anne parecia bem abalada conversando sobre isso, então eu me estiquei sobre a mesa e peguei sua mão, beijando as costas eu lhe disse que jamais precisaria ficar insegura ao meu lado, porque eu estou completamente enfeitiçado por seus encantos e jamais conseguiria sequer ousar pensar em ficar com outra pessoa. 

A ruiva sorriu para mim, um esplêndido sorriso que fez o meu coração saltar do peito e aquecer por inteiro. É cedo demais para dizer que eu amo essa mulher?

Arrumamos a cozinha juntos, rindo e conversando sobre as aleatoriedades da vida e as vergonhas alheias de quando éramos mais novos, quando eu percebi, era quase duas da manhã, eu perguntei a ela se a ruiva queria ir para a cama descansar, porém Anne parecia energética demais para isso, talvez por causa do fato que nós jantarmos tarde.

Decidimos assistir um filme até, finalmente, cairmos no sono em algum momento, escolhemos um filme da Amazon Prime, nos ajeitamos no sofá, ela deitou com a cabeça no meu colo enquanto eu mexia em seus cabelos, fazendo-a abrir um sorriso preguiçoso nos lábios enquanto a abertura passava na televisão. 

Escolhemos assistir um romance chamado Love, Rosie que Anne parecia gostar bastante e fez uma propaganda de quase cinco minutos, como se fosse paga para fazer o marketing de um filme antigo da Lily Collins. 

Durante o início do filme, eu passei a acariciar a sua pele, ela respirou fundo e eu consegui sentir um pequeno tremor passar pelo seu corpo quando eu toquei gentilmente em seu pescoço. Eu não queria forçá-la a nada, desde que eu percebi como o seu corpo tenciona quando estou fazendo algo mais íntimo, passei a deixá-la guiar os nossos passos em relação a esse ponto do relacionamento, quando ela se sentir à vontade, vai pedir o que quer e eu estarei disposto a dar.

Meu professorOnde histórias criam vida. Descubra agora