• Capítulo 3 •

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Carol Biazin POV

Chegamos ao estabelecimento e eu me arrependi de ter concordado com essa idiotice, mas depois de muito pensar eu realmente não queria aparecer no casamento sozinha, principalmente que ficaríamos lá um mês, todos juntos. Eu não sabia como eu ficaria ao ver Bárbara novamente, já haviam se passado anos.

A boate estava cheia como sempre e o fato de ser sábado não colaborou para o contrário. Corpos suados esfregavam-se uns nos outros na pista lotada e eu já estava com falta de ar apenas por estar na entrada do lugar. 

- Eu não sei se consigo fazer isso. - Gritei sobre a música alta e me voltei para meus amigos. 

- Não vai amarelar agora, gatinha. - Gabe me segurou pelo cotovelo e me ajudou a passar entre as pessoas, até que estávamos sentados em um banco no bar. 

- Whisky. - Gritei. Eu precisava de algo para me motivar. Depois de alguns copos, eu já estava com meus sentidos dormentes e rindo por qualquer besteira. 

- Que tal aquela ali? - Thay questionou, sua voz embargada. 

- Oh não, muito magra. - Falei, rejeitando a ideia com um gesto de mão.

- E aquela? - Gabriel indicou com a cabeça para uma mulher que estava quase ao meu lado. 

- De jeito nenhum! - Teclamei e torci o nariz. - Muito pelo pro meu gosto.

- Eu amo um homem peludo. - Gabe falou e rimos dele. - O que gente?

- Primeiro: Não gosto de macho. Segundo: Não gosto de pelo. Fim.

Ambos torceram os seus narizes e vasculharam o lugar, enquanto eu brincava com meu copo vazio.

- Oh cara, aquela ali. É aquela ali! - Thay me balançou e apontou, entusiasmada, para o final do bar. Encarei a mulher de cabelos negros, os olhos dourados e lábios finos.

Olhei-a de cima à baixo, sua camiseta se agarrava ao seu corpo magro e calças jeans pendiam em seus quadris. 

- Pare de fazer isso! - Gabe me bateu no braço. 

- O quê? - Questionei. 

- Procurar defeitos, a mulher é bonita, não é muito magra e nem peluda. 

- E a altura é boa! - Complementou Thay. - Nem alta, nem baixa. Perfeito para os seus 1,57. 

Ela estava certa. Ambos estavam. Eu tinha que parar de procurar algo que me afastasse das mulheres.

- E ela está olhando para cá. - Gabriel sussurrou no meu ouvido. - Vá até lá e beija aquela gata!

Talvez a bebida tenha me feito mais corajosa, pois não vacilei quando pulei do banco e caminhei até a mulher em pé no final dos bancos enfileirados.

- Olá. - Busquei no fundo da minha garganta, a voz enferrujada que eu achava que poderia ser considerada sexy. 

- Olá! - Tinha um sorriso bonito, mas me decepcionei por não causar nenhuma sensação em mim, nem mesmo um formigamento. 

- Quer dançar? - Soltei, sem nenhum outro assunto na minha cabeça.

- Com toda certeza. - Respondeu sorrindo.

Costuramos entre as pessoas e quando chegamos no meio da pista, ela me puxou para mais perto. Nossos corpos se moviam de acordo com a música, apesar de a dita cuja não ter muito gingado para a coisa.

- Como se chama? - Questionei em seu ouvido. 

- Lorena e você? 

- Carol. - Eu mal havia respondido, quando ela sorriu e baixou a cabeça para me beijar. Seu beijo era rápido, quase desesperado, e eu sentia que a qualquer momento ela poderia me engolir; sua língua invadiu minha boca sem pedir permissão e, não sabia o porquê, porém essa era a parte mais nojenta do beijo.

Mesmo com Bárbara, eu queria dar um murro em sua cara quando enfiava a língua na minha boca como se estivesse tentando pegar o resto de iogurte do pote sem uma colher. Eu sei, eu sei, dizem que é necessário e a melhor parte do beijo. Bem, eu discordo. Claro, eu só beijei uma mulher na vida, agora duas, mas mesmo assim, é repugnante.

Me afastei antes que eu fosse engolida como a garota do filme "Os irmãos Grimm", que foi sugada por um cavalo, e observei a mulher ofegante na minha frente.

- Eu tenho que ir. - Falei. 

- Talvez possamos nos encontrar depois! - Ela disse. 

- Talvez outro dia. - Virei, mas parei. Não julgue as pessoas, dê uma chance, lembrei-me e me virei novamente para Lorena. - Que tal me dar seu celular e eu te ligo depois?

Ela sorriu e acenou com a cabeça, enfiou a mão no bolso e arrancou seu celular. Notei que algo pulava para fora no processo e caía no chão aos seus pés, me agachei e eu queria sumir.

- Esqueça! - Rosnei, quando entreguei a aréola de ouro, ou praticamente joguei nela, e sai pisando duro.

- E entãaaaaaaaaao? - Meus amigos perguntaram, esperançosos. 

  - Casada! - Resmunguei. - Querem saber? Eu desisto!

Qualquer erro pode me avisar ok?

Uma Namorada Por Encomenda - DayRol - Intersexual | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora