Uma Namorada Por Encomenda - DayRol - Intersexual | Concluída

• Capítulo 44 •

Carol Biazin POV

Day tinha começado a andar em minha direção, mas parou assim que eu disse as palavras, seus olhos se tornando amplos e uma expressão de confusão surgindo em sua face bonita. Sim, eu a odiava. Odiava o modo como ela fazia eu me sentir, odiava por ela ser tudo o que eu sempre procurei em uma mulher e não encontrava, odiava por ela estar noiva e não ser comigo. E a odiava principalmente por me fazer querê-la tão desesperadamente.

Mordiscando o lábio inferior, a tensão no ambiente sufocando cada vez mais, me virei em meus calcanhares e fugi como se estivesse sendo perseguida pelo próprio coisa ruim. John me acompanhou até o hotel e a viagem transcorreu em completo silêncio. Quando chegamos ao meu destino, apenas dei-lhe um beijo na bochecha, agradeci pela companhia, por ter saído comigo e praticamente corri para meu quarto, onde apenas deitei na cama e não me permiti pensar em nada.

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Na manhã seguinte, eu acordei cedo e necessitava de um banho urgente; enchi a banheira e a água morna amenizou minhas dores, estava um caco emocionalmente que me atingiu até mesmo fisicamente. Fechei os olhos e me esforcei para manter minha mente em branco, eu não queria pensar, não queria sofrer, queria apenas esquecer tudo e continuar, como eu sempre fazia. Assim que estava vestida, sem nenhum vestígio de maquiagem e pronta para o dia, uma batida forte e determinada veio da porta.

Quem diabos poderia ser tão cedo?

Outra batida não demorou a vir e eu temi que quem quer que fosse acordasse o restante do hotel.

- Quem é? - Perguntei.

- Dayane. - Um nome, um único nome teve o poder de me fazer congelar e estremecer de pânico.

- Vá embora! - Respondi e torci para que ela acatasse o meu pedido.

- Podemos conversar?

- Não temos nada para conversar.

- Sabe que temos. - Me aproximei da porta e escutei ela suspirar. - Tudo bem, eu vou me sentar aqui no corredor e não vou sair até que abra e me enfrente.

Eu sabia que ela estava falando sério e não estava pronta para encara-la depois de tudo o que aconteceu ontem. Mordi o lábio inferior, nervosamente, e olhei ao redor procurando uma via de escape.

- Oh, droga! - Resmunguei enquanto passava uma perna pela janela, alcançando o parapeito - Droga, droga, droga. - Falava.

Tentando não olhar para baixo, caminhei pelo parapeito do hotel até a janela do quarto ao lado; quando a alcancei, olhei pelo vidro e ali estavam apenas dois garotos jogando vídeo-game. Bati no vidro e fui completamente ignorada. Blasfemando, bati mais forte e consegui chamar a atenção de um deles, que arregalou os olhos e deu um tapa no outro, que deixou o queixo cair quando me viu.

- Podem me ajudar? - Perguntei e um deles se levantou, abrindo a janela em seguida.

- Moça, o que está fazendo ai? - Perguntou, franzindo o cenho, mas se afastando para que eu pudesse entrar.

Com muito cuidado, coloquei uma perna para dentro do quarto, logo a outra, e respirando aliviada, comecei a me afastar. Apenas um detalhe faltou à minha percepção, não havia notado que minha saia havia ficado presa em uma ponta da janela e quando dei passos para me afastar, eu fui para longe, minha saia ficou. Os olhos dos meninos ficaram ainda maiores e suas bocas estavam abertas enquanto me olhava ali parada, de calcinha.

- Uma ajudinha aqui? - Perguntei, corando.

Alguns minutos depois, descobri que os nomes dos garotos eram Julian e Peter, tinham doze e treze anos e estavam passando uma temporada com a avó. Nesse momento, eu estava sentada no chão com eles, vestindo uma bermuda de Peter, que apesar da idade era quase do meu tamanho e estávamos bolando um plano para que eu saísse do quarto.