Uma Namorada Por Encomenda - DayRol - Intersexual | Concluída

• Capítulo 42 •

Carol Biazin POV

A festa estava acontecendo em uma das maiores mansões de São Francisco. Quando entrei no salão, de braços dados com Jonathan Knox, senti-me um pouco fora de lugar, era muita opulência para alguém como eu. Os olhos de John estavam verdes como esmeraldas enquanto vasculhava cada canto do lugar e sorria lindamente sempre que alguém conhecido passava por nós. O local estava repleto de pessoas ricas e influentes, algumas até famosas, homens perfeitamente alinhados com seus trajes de gala e mulheres com vestidos cada um mais bonito do que o outro. Eu era uma pomba no meio de pavões.

- Não se preocupe, você é a mais linda daqui. - John sussurrou enquanto caminhávamos até a mesa que fora reservada para nós, como se estivesse lendo meus pensamentos.

- Não seja tão adulador. - Sorri de lado.
John conversava com as pessoas com uma naturalidade inata, conseguia fazer-las rirem e sorrirem sem fazer o mínimo de esforço.

- Esse seu namorado é uma comédia. - Um homem disse para mim e eu apenas sorri sem graça. Era um senhor de cabelos grisalhos, óculos de aros finos e uma barriga saliente, tinha uma aparência sábia e calma.

- Obrigado, mas eu é quem tenho a sorte aqui. - Disse John, passando um braço sobre meus ombros.

- Nisso eu tenho que concordar. - Disse o homem, sorrindo amigavelmente. - É uma bela mulher.

- Obrigada. - Murmurei, sentindo minhas bochechas esquentarem, não estava acostumada a receber elogios assim.

- Será que posso rouba-lo apenas por alguns instantes? Precisamos conversar em privado. - O senhor disse e ambos se afastaram, desaparecendo para dentro da imensa casa.

Fiquei ali na mesa, os olhos fixos em um ponto do chão e girava uma taça de vinho entre meus dedos. Depois de longos minutos daquela maneira, ergui a vista e apreciei a dança que ocorria logo à frente; casais dançavam com elegância, os vestidos escovando as pernas dos cavalheiros enquanto esses as giravam por todo o salão. Muitos ali não dançavam apenas, pareciam deslizar sobre o piso, flutuando de um lugar para o outro com tamanha graciosidade.

- Me concede uma dança? - Uma voz soou atrás de mim e sorri enquanto bebericava um pouco do vinho; em seguida, deixei a taça sobre a mesa e movi a vista para a mulher morena atrás de mim, seus olhos castanhos faiscavam nos meus.

- É claro. - Sorri e Day estendeu uma mão para mim, a qual eu tomei rapidamente.

Dayane me guiou até a pista de dança, colocou uma mão na minha e a outra na minha cintura, puxando-me para perto, nossos corpos moldando-se um ao outro. Começamos a nos mover e Day dançava com uma leveza incrível, como se tivesse sido feito para isso. Continuamos nos movendo, minha cabeça encostada em seu ombro e havia perdido a conta de quantas músicas haviam tocado sem que parássemos de dançar.

- Posso interromper? - Disseram atrás de nós e nos viramos na mesma hora. Juliana. Sério, eu não podia dar uns tapas bem dado nessa loira aguada? "Não", eu queria gritar, frustração exalando de cada poro do meu corpo. Será que Dayane ainda estava à serviço dessa mulher? Estremeci em desgosto e não pude evitar uma careta.

- Boa noite, Juliana. - Day disse educadamente e parecia que a estava vendo pela primeira vez. Alívio percorreu todo meu corpo quando deduzi que não estavam juntos.

- Boa noite, Day. - Ela se inclinou para a morena e beijou-lhe levemente os lábios. Apertei a mandíbula e virei o rosto com a cena.

- July, essa é Carol Biazin. - Dayane nos apresentou.

- Muito prazer. - A outra mulher deu um beijo em cada face do meu rosto, como se não tivesse me ameaçado ou algo assim há poucos dias.

- Prazer. - Falei, tentando ao máximo não demonstrar o contrário. Nesse momento, a anfitriã apareceu e nos cumprimentou.