• Capítulo 43 •

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Carol Biazin POV

Meneei a cabeça e voltei minha atenção para John que me olhava com um ponto de interrogação no rosto.

- Sim. - Respondi, torcendo para que fosse uma pergunta que ele havia feito e nada comprometedora.

- Você não escutou nada do que eu disse, não é? - Ele perguntou, arqueando uma sobrancelha. - No que estava pensando?

- No quanto você é bonito. - Pisquei um olho e ri baixinho.

- Hum. - Ele sorriu enviesado. - Nesse caso, eu te perdoo. Sei que minha beleza distrai as mulheres.

- Não seja tão convencido. - Bufei e me levantei, indo para o banheiro. - Então, posso saber o motivo da sua visita tão cedo?

John me seguiu e encostou no batente da porta. Olhei no espelho e quase pulei para trás, meu cabelo parecia um ninho de passarinho e minha maquiagem havia borrado terrivelmente.

- Vim para acorda-la e dizer que vamos almoçar juntos. - Respondeu, dando de ombros.

- E por quê? - Peguei algodão e o demaquilante.

- Ora, porque senti falta de sair com minha amiga. - Sorriu largamente e então voltou a ficar sério. - Sabe, eu preciso perguntar.

- Perguntar o quê?

- O que aconteceu ontem na festa?

- Não sei o que quer dizer.

- Vamos, não me trate como ignorante. - Ele arqueou a sobrancelha em uma expressão zombeteira. - Eu vi, foi por causa da morena bonitona. Você e a outra mulher estavam disputando ela ou o quê?

- Foi ela quem me provocou. - Me defendi. - E não estávamos disputando Day. - Menti sem nem mesmo ficar vermelha. John torceu o nariz, mas não disse mais nada.

•ᴗ•

Os dias se passaram e eu havia encontrado com Dayane algumas vezes. Para meu desgosto, Juliana também, que fazia questão de me provocar. Entretanto, eu nunca deixava barato, cheguei a dar um soco nela por impulso em um desses nossos encontros.

Certo dia entrei em um pequeno café da cidade e encontrei Juliana sentada em uma das mesas, com um dos seus vestidos justos e saltos altos. A mulher parecia um tanto cabisbaixa, porém, quando me viu, endireitou sua postura e me fitou como se quisesse arrancar os meus olhos. Estava realmente cansada dessa brincadeira de gato e rato, nunca fez o meu tipo, então, decidi apenas passar reto.

- O que foi? - Ouvi sua voz e parei. - Veio se vangloriar por ter conseguido?

- Não sei do que está falando. - Franzi a testa e estava sendo sincera.

- Claro! - Ela bufou, irônica. - Day me contou que irá se casar daqui um mês.

Meu coração parecia ter parado naquele momento e o chão sumido dos meus pés. Day ia se casar? Se não era com Juliana e com certeza não era comigo, isso só significava uma coisa: Day tinha voltado com a Evelyn. Sem dizer uma só palavra, saí rapidamente dali. De cabeça baixa e andando rapidamente, vaguei sem perceber para onde estava indo. Andei tanto que meus pés latejavam e quando finalmente parei, olhei ao redor e tinha vindo para o alto da montanha que uma vez Day havia me levado.

Me sentei ali, puxando meus joelhos para perto do peito e fiquei observando a cidade, que parecia ainda mais maravilhosa dali. Devo ter ficado um bom tempo sentada, apenas olhando para o horizonte, enquanto o sol escondia atrás dos prédios e dava um belo tom alaranjado e róseo para o céu.

Uma Namorada Por Encomenda - DayRol - Intersexual | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora