Carol Biazin POV
Antes que ela pudesse fazer ou falar alguma coisa, eu a beijei. No começo foi apenas dois lábios encostados um no outro, logo iniciou-se um movimento lento, mas que me deixou em chamas; enfiei os dedos em seu cabelo e a puxei para mais perto.Suas mãos ainda estavam inertes aos flancos, ou seja, ela nem estava me tocando e eu estava enlouquecida, nunca havia sentido nada parecido antes.
Passei minha língua no seu lábio inferior, subindo para o superior e tentando ganhar passagem para dentro, mas quando ela finalmente colocou as mãos em mim foi para segurar meus ombros e me afastar.
Quando a olhei, ela estava mais séria do que eu já havia visto algum dia, entretanto, havia algo em seus olhos que eu não consegui identificar o que era.
- É melhor ir tomar banho e dormir. - Ela repetiu e eu fiquei a olhando, embasbacada e de repente envergonhada pela rejeição em grande estilo.
- Certo. - Respondi, os efeitos da bebida sumindo de repente e um rubor crescente subindo pelo meu rosto. Me levantei da cama, praticamente corri para o banheiro e queria me afogar na privada para nunca mais olhar para Day.
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Quando despertei em meio à escuridão na manhã seguinte, a consequência de uma noite de bebedeira chegou com tudo. Eu queria esmagar os seres do tamanho dos smurfs que estavam sapateando dentro da minha cabeça ou talvez dançando uma salsa tremendamente longa.
- Merda. - Resmunguei e joguei as cobertas para o lado.
- Está tudo bem? - Perguntaram e eu dei um pulo, caindo para fora da cama.
- Ui. - Gritei quando estava indo de encontro com o chão, por estar na beirada da cama. - Au que droga, você me assustou.
- Me desculpe, não foi minha intenção. - Day já estava ao meu lado, ajudando-me a levantar.
Como alguém conseguia ser tão bonita pela manhã? Eu provavelmente estava com a cara amassada, o cabelo um ninho de periquitos e olheiras profundas. Apesar de estar escuro, consegui apreciar seu cabelo bagunçado, seus olhos grandes e expressivos, seus ombros largos e barriga plana, sua boca cheia... sua boca! Ai, caramba! Me afastei dela como se seu corpo estivesse em chamas e levei minhas mãos para cima, cobrindo minha boca.
- Oh, não. - Tentei passar por ela, mas Day segurou meu braço.
- O que foi? - Perguntou, franzindo o cenho em confusão.
- Ô porra, não, não, não. - Me soltei e comecei a andar e tagarelar como uma louca. - Eu sinto muito Day, eu não sei o que me deu à noite, aliás, eu sei muito bem o que me deu, foram aquelas bebidas de lúcifer que me enfiaram goela abaixo. Bom, pelo menos no começo foi assim e ai eu venho até aqui e tento te agarrar. Sim, porque aquilo foi agarrar.
- Ei, acalme-se Carol, não foi nada. - Ela segurou meu rosto em suas mãos. - Está tudo bem. - Mas eu estava totalmente envergonhada e histérica que eu não conseguia pensar direito e, como todos sabem, é impossível fazer uma mulher assim calar a boca.
- Claro que não está tudo bem. - Me soltei dela e eu só sabia que precisava fazer algo com as mãos. - Eu sabia que não devia ter bebido tanto, mas nãaaaao, eu fui ouvir aquelas... Argh, falaram que eu precisava. Quem precisa de algo que faz as pessoas fazerem coisas que não querem?
Coloquei a pasta de dente na escova e comecei a escovar, me mantendo calada por um tempo. Day estava calma como se ser atacada durante o sono fosse algo que acontecia diariamente, o que provavelmente acontecia, e começou a escovar os dentes também, com a naturalidade e leveza de uma rainha. Assim que terminei e lavei o rosto, a minha voz ecoou no ambiente novamente.
- Me desculpe. - Comecei, mas ela me interrompeu.
- Você já pediu e eu disse que está tudo bem. - Um leve sorriso surgiu em seus lábios, que pareciam ainda mais tentadores depois de sentir o gosto dela um pouco mais aprofundado. - Não se martirize mais.
- Não estou me martirizando, apenas me sinto culpada por acorda-la, ainda mais daquela maneira. Eu simplesmente quero cair dura e morrer. Para falar a verdade, eu nem gosto de beijar assim...
- Não gosta de beijar? - Ela perguntou com os olhos amplos.
- Bem, simplesmente não gosto de ser sugada como uma pia entupida, muito obrigada. - Rei de ombros.
- Então você nunca beijou uma mina que soubesse o que estava fazendo. - Respondeu encostando no batente da porta.
- Então muitas mulheres precisam de uma aulinha de como beijar sem ensopar a boca da outra e sem transformar a língua em um aspirador. - A puxei para fora e entrei no banheiro para me trocar. Eu já tinha deixado separado minha roupa no dia anterior, um vestido rosa bebê que amarrava na cintura e uma rasteirinha de strass, penteei meus cabelos e saí dali.
- Aliás... ah, não. - Falei e torci o nariz. Day se virou para mim, me olhou de cima à baixo, focou seus olhos nos meus por um instante e logo jogou a cabeça para trás, soltando uma longa risada.
- É... - Ela começou, mas não conseguia conter o riso para pronunciar as palavras.
- Sabe, é bom que a gente combine, mas não paracendo que estamos forçando a barra. - Falei e um sorriso travesso surgiu de algum lugar e foi parar no meu rosto. Day estava com um AllStar preto, uma calça jeans escura e... uma camisa da mesma cor que o meu vestido. A cor exata mesmo. Caminhei até ela e parei do seu lado
- O caralho se isso não é uma coincidência.
- E bota coincidência nisso. - Ela comentou ainda sorrindo belamente. Me virei para ela passando a mão em sua camisa em seguida.
- Você está linda. - Comentou casualmente.
- Posso dizer o mesmo. - Falei - Quero dizer, não linda e não eu, quero dizer, você está linda e... ah, você entendeu.
- Sim, eu entendi. - Agora era um sorriso enviesado e super sexy que estava no seu rosto.
- Bem, vamos? - Perguntei e me virei para ir, entretanto, Day agarrou minha mão e me encostou na parede, seu corpo enorme cobrindo o meu nanico.
- Feche seus olhos. - Ela sussurrou no meu ouvido e senti meu corpo estremecer apenas por ouvir a rouquidão de sua voz e sua respiração na minha nuca.
- O quê? - Escapou dos meus lábios antes que eu percebesse.
- Feche os olhos. - Ela repetiu calmamente e seu rosto estava impassível, como se ela não perdesse a calma ou a pose por nada.
Fiz o que ela me pediu e a ansiedade começou a preencher todos os poros de mim.
- Voltando ao assunto que estávamos conversando, talvez você também seja um pouco leiga sobre o assunto e isso impede um pouco a apreciação. - Abri meus olhos para encontrar os seus, que estavam brilhando como as estrelas e eu lambi os lábios em nervosismo. Day passou dois dedos em minhas pálpebras para fecha-las. - Não é apenas lábios e línguas em contato, tem que ter a pegada, a química e o jeito.
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Uma Namorada Por Encomenda - DayRol - Intersexual | Concluída
Fanfiction[ Status: Concluída! ] Caroline Biazin sempre teve tudo o que quis na vida: um ótimo trabalho, boa família, bons amigos e era solteira. E ela pensava que sua vida estava bom deste modo. Porém, o que fazer quando sua irmã caçula está para se casar e...