• Capítulo 45 •

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Carol Biazin POV

- Ela vai se casar. Então, o quê? Você já sabia disso, Carol. - Minha melhor amiga falou baixinho.

- Eu sei, mas receber o convite torna tudo mais real. - Coloquei meus cotovelos na coxa e a cabeça entre as mãos. - Como ela pôde me mandar isso?

- Talvez não tenha sido ela.

- O que não torna as coisas melhores - Falei, irônica.

- Me diga qual o problema se ela está se casando? - Eu sabia que ela estava me pressionando, ela já sabia a resposta, mas queria que eu admitisse para mim mesma.

- Eu não sei. - Murmurei, sentindo meus olhos picarem.

- Olhe para mim. - Ela disse e ergui minha cabeça devagar. - Qual o problema? - Eu apenas a encarei por um tempo e senti quando uma lágrima escapou de um dos meus olhos.

- Eu amo a Day. - Soltei e parecia que um elefante tinha acabado de sair dos meus ombros. - Eu amo a Day mais do que eu amo o meu trabalho, o que é tudo para mim.

Nesse momento, as lágrimas já escapavam constantemente sem que eu pudesse interrompe-las.

- Então o que você está fazendo que ainda não comprou uma passagem para a Alemanha? - Continuei sentada ali, a olhando com cara de idiota, até que ela começou a bater palmas. - Vamos, vamos, vai mesmo entrega-la de mão beijada para a outra? Você não é assim, você corre atrás do que quer.

Corri para o quarto e Thay me ajudou a arrumar as malas.

- Não acredito que estou fazendo isso, é a coisa mais louca que já fiz na vida. - Falei, correndo de um lado para o outro no quarto.

- É a única coisa louca que já fez na vida. - Minha amiga disse. - Aliás, que vai fazer e nada de amarelar.

- E como estão as coisas com Evan? - Perguntei de repente. Caso eu não tenha comentado, Evan acabou vindo atrás de Thay e eles se acertaram, rindo da fuga dela totalmente desnecessária.

- Estamos indo devagar, nada oficial ainda. - Falou, dando de ombros.

- E você gosta dele?

- É claro que eu gosto, mas tenho medo.

- Não venha me falar de medo, está vendo o que estou fazendo? Caramba - Sentei na cama após a mala estar pronta. - Não acredito que estou fazendo isso.

- Está, eu já consegui sua passagem e você vai amanhã às 06:00. Então, tome um banho relaxante, durma bem e vista-se para matar amanhã.

•ᴗ•

Foi uma viagem longa e cansativa até Berlim, talvez o fato de eu estar à beira de um colapso nervoso cooperou com isso. Durante todo o tempo, no avião, no táxi à caminho da casa de Day, tive que me lembrar de respirar ou acabaria tendo um ataque. Mordisquei o lábio inferior nervosamente e bati na enorme porta de madeira; não demorou muito para a maçaneta girar e quando ela se abriu, um par de olhos verdes me encararam e um sorriso brilhante surgiu no rosto de menino.

- Carol! - Disse e me abraçou fortemente.

- Lucas. - Respondi e retribui, adorando aquela sensação de conforto. Eu mal havia chegado e logo veio aquela sensação amistosa, como se estivesse me dando as boas vindas ao lar.

- Entre. - Ele disse e se afastou para me dar espaço. Entrei na casa e olhei ao redor, parecendo tudo tão familiar, como se fosse eu quem tivesse morado ali a vida toda; em seguida, encarei o garoto ao meu lado.

Uma Namorada Por Encomenda - DayRol - Intersexual | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora