• Capítulo 30 •

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Carol Biazin POV

- Nós seremos presos por isso! - Gabe murmurou enquanto rodeávamos a casa de Jonathan.

- Não vão nos pegar. - Resmunguei. - Trouxe a escada?

- Sim, aqui está o maluco que carrega uma escada pela rua. - Ele colocou o objeto perto do muro.

- Você vai primeiro e me ajuda a descer depois.

- Claro, que se dane se a gay espatifar no chão. - Reclamou, mas começou a subir. - E já vou avisando, se tiver um cachorro me esperando do outro lado e ele me morder, eu passo raiva para você, sua vadia louca.

Gabe subiu, grudou no muro e pulou do outro lado. Fui logo em seguida e me sentei no muro.

- Está tudo bem? - Perguntei baixinho.

- Talvez eu não ande mais, mas obrigado por perguntar. - Ele gemeu e eu ri sob minha respiração.

Puxei a escada e a coloquei do lado de dentro da casa e desci. Caminhamos na escuridão do jardim, com nossos trajes negros como se estivéssemos realmente em uma missão (e talvez estivéssemos mesmo), e quando estávamos chegando na entrada e para a claridade, três cachorros gigantescos rosnaram em nossa direção.

- Oh, merda. - Gabe disse e demos um passo para trás. - Se o Cérbero está aqui do lado de fora, não quero saber quem está lá dentro.

Quando os cães começaram a latir, nós nos abraçamos e gritamos à plenos pulmões.

- Se eu morrer, eu mato você. - Meu amigo falou e nós gritamos novamente quando os bichos peludos avançaram com passos lentos em nossa direção.

- Caso não percebeu, eu estou na mesma situação que você. - Falei.

Eles estavam se aproximando mais e mais, nos entreolhamos, olhamos os cães e fizemos a única coisa que veio na nossa cabeça: corremos.

Podíamos ouvir os passos dos animais cada vez mais perto e seus latidos mais fortes, e estavam quase no mesmo tom que nossos gritos desesperados; alcançamos a escada e subimos, agradecendo pela escada ser alta.

- E agora, o que vamos fazer? - Perguntei.

- Vamos subir nesse muro e dar o fora daqui. - Gabe respondeu, apavorado.

- De jeito nenhum, eu vou falar com esse garoto. Só saio daqui morta.

- Sabe, isso está bem fácil de acontecer.

- Digo a sério.

- Nesse caso, só nos resta torcer para que os cães do inferno não coma metal e acabe com nosso refúgio. - Se a situação fosse outra, eu teria rido.

Que merda.

Uma voz masculina gritou alguns nomes e os cachorros pararam, dando passos para trás. Eu e Gabriel soltamos um suspiro audível e uníssono.

- Eu poderia dar um beijo seja lá quem ele for. - Gabe murmurou. - A não ser que seja desagradável a vista.

Uma estatura alta se aproximou, ordenou algo para os cachorros e eles se afastaram.

- Quem está ai? - Perguntou e continuamos em silêncio.

- Fale algo. - Resmunguei.

- Eu não, não vou ser levado daqui por algemas.

- Quem está ai? - Perguntou o homem novamente, sua voz mais perto e mais alta.

Então, o tipo apareceu na claridade e não parecia feliz, tinha uma carranca tremenda, sua testa vincada como se fosse um idoso; era alto, moreno, mas não diria que era bonito e estava muito bem armado.

Uma Namorada Por Encomenda - DayRol - Intersexual | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora