• Capítulo 20 •

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Carol Biazin POV

- O que ele disse? - Questionei enquanto caminhávamos pelo corredor.

- Me chamou de babaca. - Ela meneou a cabeça e eu tive que me segurar para não rir.

Paramos algumas portas depois e quando Day estendeu a mão para chegar até a maçaneta, eu segurei seu cotovelo.

- Não acha que você deveria entrar sozinha?

Ela não respondeu, apenas sorriu e abriu a porta. Day entrou e ficou de lado, me dando espaço para entrar. Timidamente, caminhei para dentro, não conseguindo parar de mexer minhas mãos nervosamente. Nos aproximamos da cama e ali estava uma mulher, que ao nos notar, sentou-se, encostando as costas na cabeceira.

- *Meine tochter. - Ela disse e abriu os braços.
*Minha filha

- Mutter. - Murmurou a mulher ao meu lado, sentou-se no colchão e abraçou a mãe, que parecia tão pequena perto dela.
*Mãe

Logo ela se afastou e eu consegui observa-la melhor; apesar da aparência fragilizada, notava-se que era uma mulher forte e ainda bonita, tinha os olhos azuis e cabelos escuros, era magra e tinha um sorriso contagiante enquanto olhava carinhosamente para a filha. Seu rosto magro virou-se para mim, nunca deixando cair o sorriso de seus lábios, apesar dos evidentes olhos cansados.

- E quem é você, querida? - O carinho que ouvi em sua voz, para uma completa desconhecida, fez meus olhos marejarem.

Não que minha família não fosse carinhosa, meu pai sempre me abraçava e me colocava no colo até hoje, mas minha mãe sempre foi mais séria e mais próxima do meu irmão. Apenas era... diferente, sentir isso vindo de outra mulher.

- Essa é Carol, estávamos viajando por conta do trabalho dela e não queria deixa-la sozinha lá. - Day falou antes que eu respondesse.

- Fez bem, querida. - Ela pegou uma mão de Day entre as delas e deu leves batidinhas. - E você já conheceu o restante da tropa?

- Sim, tive o prazer de conhecê-los. - Sorri, lembrando-me de como me senti à vontade com aquele bando de homens altos que nem eram da minha família e isso era algo que não acontecia sempre.

- Sente prazer agora. - Ela comentou, rindo levemente. - São bons garotos, mas são difíceis. Venha, sente-se aqui. - Disse e deu uma batidinha na cama ao seu lado. Caminhei até ela, me sentei e ela me abraçou fortemente; nos afastamos e quando olhei para Day, ela estava estampando seu sorriso enviesado e perfeito.

Naquele momento, eu senti inveja da noiva de Dayane. Ela se casaria com uma mulher perfeita e de quebra conseguiria uma família que sabia como acolher a todos.

•ᴗ•

Acordei na manhã seguinte sem saber direito onde estava; me sentei e ergui os braços, espreguiçando-me e rodando o pescoço de um lado para o outro com os olhos fechados. Quando os abri, olhei em volta e me lembrei: estava na Alemanha, com minha namorada de aluguel, que estava me cobrando a pequena fortuna de cinquenta mil dólares porque eu não servia nem para conseguir uma mulher legal para ser minha namorada de verdade.

- Que ódio da minha vida. - Murmurei e grunhi, dobrando os joelhos e colocando os cotovelos nos mesmos.

- Por quê? - Uma voz soou e eu pulei, levando um baita susto e caindo da cama com coberta e tudo. Levantei meu torso e do outro lado da cama encontrei um sorriso meiguinho e olhos negros brilhantes direcionados à mim. Minha cabeça tombou para o lado e a garotinha na minha frente fez o mesmo, como se fosse um espelho.

Uma Namorada Por Encomenda - DayRol - Intersexual | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora