• Capítulo 5 •

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Se tiver qualquer errinho me avise, ok? :)

Carol Biazin POV

Passamos um tempo lendo alguns perfis e vendo como funcionava. Eu teria que ligar na agência, dizer qual eu queria e me transfeririam para o telefone pessoal da mulher escolhida. Se ela decidisse me aceitar, eu receberia uma carta para indicar que era eu mesma e nos encontraríamos no dia que ela fosse necessária. Caso ela não me aceitasse, eu receberia uma ligação, um pedido de desculpas e teria a opção de aceitar outra mulher que eles me enviassem. De todo modo, eu teria alguém comigo.

Quando a noite caiu, eu decidi que seria melhor ligar logo, apesar de faltar dois meses para irmos até a França. Digitei os números no meu telefone e esperei, balançando minha perna nervosamente. A voz suave de uma mulher soou do outro lado dizendo o nome da empresa e perguntando com quem falava.

- É, boa noite, meu nome é Carol Biazin. - Parei, sem saber o que eu deveria dizer, se eu deveria apenas pedir como se eu estivesse fazendo encomenda de algum produto. O que era praticamente a mesma coisa.

- Olá Carol, sabe do que se trata o nosso negócio?

- Sim, eu queria uma acompanhante. - Respondi, sentindo minhas bochechas esquentarem, nunca tinha feito nada parecido e não era algo que eu faria, absolutamente. Entretanto, situações desesperadas pedem medidas desesperadas.

- Tudo bem. - Falou calmamente. - Você já tem o nome da que deseja ou prefere que eu diga um pouco sobre cada uma?

- Não é necessário, já tenho um nome.

- E qual será?

Era uma pergunta simples, eu já tinha o nome da ponta da língua. Gabriela Melim. Pareceu ser interessante e o preço era razoável, daria uns quinze mil. Mas enquanto olhava os nomes que haviam no site, uma delas me chamou a atenção. Eu sabia que não era para mim, eu não era rica e se eu a contratasse minhas economias iriam todas para ela. Entretanto, seu nome me atraía como um letreiro luminoso.

- Senhorita? - A voz feminina chamou-me a atenção e pisquei várias vezes para voltar para a realidade.

- Dayane Lima. - Murmurei.

- Desculpe, pode repetir?

- Dayane Lima. - Falei um pouco mais alto. A mulher bufou baixo, como se não estivesse surpresa que alguém estivesse escolhendo a ela.

- Sua caixa de mensagem está cheia no momento. Apenas ela serve? - Pensei por um momento na resposta.

- Sim. - Eu estava decidida.

- Então Carol, ligue daqui uns dias e veremos se conseguirá falar com ela. - E assim acabou a conversa. Eu não havia conseguido falar com ela e estava frustrada.

•ᴗ•

- Você o quê? - Thay e Gabriel perguntaram, aliás gritaram, quando contei-lhes o que eu havia feito.

- Eu não poderia me ajudar, ela me interessou. - Respondi como se fosse a coisa mais comum contratar alguém que eu teria que pagar uma fortuna para passar uns dias.

Já fazia um mês que eu estava tentando contatá-la, mas não havia conseguido nada até agora. Esperei um tempo para ver se conseguia antes de contar para meus amigos, mas a agitação estava me consumindo e não consegui guardar para mim mesma.

- Interessou a mim também, mas não sei se eu pagaria cinquenta mil dólares em uma mulher que só iria me acompanhar, fingir que era minha namorada. - Thay falou, seus olhos amplos.

- Eu sei, eu enlouqueci. Mas agora que eu coloquei na minha cabeça...

- Ninguém irá tirar - Gabe terminou por mim.

Dois dias depois liguei novamente e dessa vez uma mulher chamada Tabata me atendeu.

- Dayane Lima? - Ela perguntou. - Deixe-me ver. Oh, você deu sorte, poderá deixar uma mensagem para ela.

Sorte? Ela não sabia por quanto tempo eu estava tentando falar com ela.

- Transmitirei seu telefone para o dela e você poderá deixar seu recado. Não se esqueça de dizer para quando a necessita e próximo a data receberá sua resposta, ou uma carta, ou uma ligação. Porém, não se preocupe, lhe proporcionaremos uma acompanhante no final. Assim que ouvir um bipe, você pode começar sua mensagem.

A mulher sumiu e o telefone ficou mudo. Agora que eu tinha conseguido, não estava acreditando no que estava fazendo; ainda estava em tempo de apenas desligar o telefone e esquecer essa besteira. Um bipe soou e meu tempo havia acabado, era o momento de continuar ou fugir. Eu respirei fundo antes de começar.

- Olá, eu sou Carol. E-eu.. - Parei e respirei novamente, com raiva por estar tão nervosa e sem saber o que dizer. - E-eu tenho um casamento para ir e será na França, ficaremos um mês na casa de campo do noivo antes do casamento. Bem, eu não queria ir sozinha, claro, por isso estou ligando. O dia da viagem será dia 5 de junho e a volta no dia 6 de julho, um dia depois do casamento. - Parei para puxar uma respiração, notando que eu falava desesperadamente. - Me desculpe, estou um pouco nervosa. E eu realmente gostaria que me acompanhasse, estarei esperando uma resposta.

Desliguei e me joguei na cama. Quem não acompanharia essa louca desesperada? Interroguei à mim mesma, ironicamente. Eu estava perdida.

Uma Namorada Por Encomenda - DayRol - Intersexual | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora