Uma Namorada Por Encomenda - DayRol - Intersexual | Concluída

• Capítulo 49 •

Carol Biazin POV

- Nós? - Questionei e ele arqueou uma sobrancelha.

Atrás dele, consegui ver Victor, que eu havia deixado para trás e quando me virei e olhei ao redor, encontrei cada um dos Lima em uma parte até chegar na moça do embarque. Todos, até mesmo Zayn, estava ali, um bando de homens bonitos, apenas para me impedir de ir embora. Luíza também estava ali, sentada em uma das cadeiras de espera, um ar de esperança em seu olhar; porém, era a morena no fundo, depois do balcão de embarque, que me chamou mais a atenção e em seus braços estava o buquê esquecido naquele pequeno cômodo.

Continuei minha caminhada lentamente e Lucas desencostou-se da parede onde estava, um sorriso sapeca em seu rosto de menino e sempre que eu parava, ele também o fazia. Respirando fundo e com determinação, passei por todos, deixando-os para trás com beijos e abraços; mas, como eu sabia que aconteceria, vacilei quando alcancei a mulher das passagens e meus olhos encontraram os castanhos profundos de Day.

- Posso ajuda-la? - A moça que havia falado comigo mais cedo perguntou e eu não sabia o que dizer. Encarei Dayane por um tempo prolongado, minha determinação enfraquecida a cada segundo.

- Quero trocar a minha passagem, tive um problema mais cedo. - Falei, desviando meus olhos para a mulher.

- Sim, claro. - Ela sorriu brandamente e fez a troca, estendendo as novas passagens para mim. - Seu voo será 19:00.

- Obrigada. - Agradeci e engoli em seco quando tive que me virar e encontrar todos os olhos me encarando. Haviam se sentado nas cadeiras de espera e Day havia se juntado a eles.

- Não precisam esperar eu ir. - Falei quando me aproximei.

- Ora, não vamos te deixar aqui sozinha, querida. - A mãe Lima disse, com um sorriso triste nos lábios.

- Talvez tenham algo mais importante para fazer.

- Vamos, todos para trás, deixe-a sentar ao meu lado. - Luíza disse para os filhos e os que estavam na frente se deslocaram para as fileiras de trás. Me sentei ao lado dela e ficamos em silêncio.

- Sério, não precisam ficar. - Murmurei, brincando com as mãos em nervosismo.

- Sabe, fui eu quem mandou o convite. - Ergui a cabeça com os olhos arregalados. - Day estava diferente desde que voltou de São Francisco, parecia irritada, cansada e desgostosa. Quando Evan me contou que você estava por lá, percebi que minha filha estava cometendo o maior erro da vida dela e tinha que traze-la até aqui. Day sempre foi muito correta e não desistiria dessa loucura facilmente. Amo todos os meus filhos igualmente, mas Dayane sempre foi a melhor deles, sempre bondosa, obediente, não se envolvia em brigas e era, e ainda é, como uma segunda mãe para os mais novos e sei que quando eu partir, será como eu. Sempre gostei de Eve, é uma boa moça, mas não era a certa para Dayane e eu sabia que ela não a amava, era apenas senso de dever.

Foi tudo o que conversamos até a hora que meu voo foi chamado. Respirando audivelmente, me coloquei de pé e me despedi de todos, agradecendo por tudo. Antes que eu pudesse ir para o portão de embarque, Luíza me abraçou e sussurrou.

- Sabe por que não me casei novamente? - Meneei a cabeça em negativa. - Porque os Lima demoram a amar, mas quando amam, é apenas uma vez. Se sente algo pela minha filha, não vá.

Então se afastou, sorrindo amigavelmente.

- Faça uma boa viagem. - Ela disse e eu não consegui nem mesmo forçar um sorriso. Caminhei para longe, meus olhos marejados novamente e passei pelo portão; logo eu estava sentada em minha poltrona, confortavelmente, mas com o coração na mão. "Mas quando amam, é apenas uma vez", a fala de Luíza rondava na minha cabeça várias e várias vezes. Seria verdade? Ora, mas o que diabos eu estava fazendo? Eu amava a Day mais do que tudo e era o que mais importava; se não desse certo, tudo bem, pelo menos eu tinha tentado. E mesmo depois do que eu havia dito, ela não tinha desistido, ela tentou até o último segundo.