After Descendants 3 | Harry Hook x You

⤷17 - Sorte no azar.

- S/n?! É você? Onde vocês estão?! - A voz de Jack saía do mini rádio nas mãos de Alice, enquanto a minha voz iria ficar bem calada, pois já não bastava abrir a porta por impulso.

A Alice calmamente desligou o aparelho. Achei que ela fosse me fritar só com um olhar, mas não, ela até estava sorrindo.

- Eu devo sorrir também? - Perguntei baixinho pro Absolem e notei que ele se cobriu com suas asas.

- Eu não estava esperando por uma visita dessas... - Ela começou a vir em nossa direção. Naquele momento eu só queria ter asas igual ao Absolem para me cobrir. - Ou melhor, essa intrusão.

- É-É verdade. - Eu senti minha voz levemente gaguejar. - Nós somos intrusos, terríveis, desagradáveis, horríveis... Iremos ir embora por causa disso então.

- Voltem! - Alice me puxou bem no segundo em que eu ia me virar. - Acho que a criancinha e o inseto vão adorar ter uma festa do chá comigo... Mas primeiro precisamos do chá.

- Chá? Não obrigada nós acabamos de jantar... E mal gostamos de chá, não é? - Eu dei um sorriso falso querendo sair logo daquele lugar. Eu até mereço ficar, menos Absolem.

- O amigo de vocês vai ficar tão chateado quando descobrir isso. - Alice apontou para um canto da sala. Vimos o Chapeleiro sentado numa cadeira totalmente quieto.

- Não! Por favor, não! - Eu ia surtar mas tentei me acalmar para não problematizar ainda mais a situação. - Eu sei que pensa que minha mãe cometeu um crime, posso te explicar tudo, mas por favor não...

- Silêncio, coisinha! - Ela pegou meu braço de uma maneira bem forte e fez eu beber algo estranho que estava numa xícara ao nosso lado. - Agora você vai me escutar.

Eu fui dizer de novo que eu poderia explicar tudo, só que minha voz não saía. Olhei para o Chapeleiro e pareceu que ele tinha bebido aquilo também. Tinha gosto de morango, porém sei muito bem que não era um suco, e sim, uma poção.

Digamos que nosso professor de química é paranóico e já me avisou sobre esse tipo de poção. Tem sua origem do País das Maravilhas, contendo um tipo de flor muito raro de encontrar, num jardim cheio de flores que poderiam ser ainda mais prejudiciais. Certeza de que Alice foi lá.

- Vaza daqui! - Alice assoprou Absolem e ele saiu voando. Foi um alívio ela ser burra, já que obviamente ele ia contar para Mirana. - Mas e você, nem tente escapar, criancinha.

Me esqueci que estava sem voz. Alice realmente se tornou alguém horrível, até ao ponto de amarrar o Chapeleiro, sendo que ele não fez nada. O mínimo que eu podia fazer era ir ajudá-lo, pena que não pude, logo Alice me prendeu numa cadeira também.

- Não me levem a mal... É só porque a amiguinha de vocês acabou com a minha vida. - Alice começou a amarrar meus pés da cadeira. - E eu quero acabar com a de vocês agora! Achavam que foi brincadeira o que a Rainha de Copas fez?

Eu pensei em arrumar um plano para sair dali. Porém, me lembrei de Absolem, então fiquei na minha, pois eu iria esperar tranquilamente. Não seria bom começar a bater o pé, primeiro que ninguém ia ouvir e segundo, tinha um monte de poções numa mesinha em minha frente, então eu estragaria tudo outra vez.

- Agora... Tenho uma ligação para fazer. - Alice pegou o rádio estranho dela. - Até porque você me interrompeu, S/n.

Era muito estranho ver ela ligando para alguém. Não tinha rede no País das Maravilhas e com certeza não tinham celulares. Como ela conseguiu fazer aquilo? Eu precisava fazer também, eu queria tanto saber como minha mãe e meus amigos estão.

- Olá, querido. - Alice se sentou na mesinha. - Me desculpe, a ligação caiu.

- Essa ligação não caí, mãe! - Jack gritou muito alto do outro lado da linha. - Me fale agora onde a S/n está!