⤷35 - (Harry Hook)

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     No fim de uma longa conversa sobre o passado, relembrando e contando tudo o que pensamos enquanto estávamos distantes, S/n e eu já estávamos deitados um ao lado do outro. Pegamos nossos travesseiros e ficamos do lado contrário da cama, com os nossos pés juntinhos na parede. Não estávamos com sono, na verdade ficamos rindo demais. Era bom ter essa sensação com ela.

- E eu disse que eu não ia me importar se você caísse do navio e eu ainda o chamei de meia boca. - S/n estava contando sobre a nossa luta de espadas no navio pirata de Uma. Eu estava rindo de como tudo mudou. - Eu me senti muito mal depois da luta, mesmo que eu estivesse orgulhosa. Ver você olhar tão tristonho pra mim, eu me senti horrível depois.

- Cartinha, você foi cruel! - Eu tentei fazer uma expressão de raiva mas acabei rindo. - Eu realmente fiquei triste. A Uma quase me matou naquele dia de tanta raiva que estava de todo mundo, inclusive de mim.

- Eu pensei nisso também. - Ela mordeu o lábio inferior de uma maneira pensativa e me olhou. - Por falar, sabe, em raiva de todo mundo... Acha que tem chances de Auradon estar correndo perigo novamente?

- Ei, eu já falei... - Me virei para ela e peguei na sua mão. - O perigo é muito mais fraco que nós. S/n, já salvamos Auradon da Audrey, da qual estava com o cetro da Malévola. Não precisamos ter medo de ninguém, o medo tem que vir de quem ousar em mexer com a gente. Não é?

- É. - Ela concordou sorrindo. - É, totalmente, Harry. Nós vamos enfrentar juntos, não importa o que aconteça.

- Pra sempre. - Falei olhando para nossas mãos dadas. Então, ela encostou a cabeça em meu ombro e fechou os olhos. Eu não fechei, nem me movi para ir apagar a luz. Apenas dei um beijo em sua testa e esperei o sono vir.

Demorou mas ele veio. E pesadelos também. Sonhei que eu estava no antigo navio de Uma à noite, tendo uma conversa com ela, Gil e S/n... Eles menos S/n desapareceram, então a mesma pegou em minha mão. Até que me virei e meu pai apareceu e começou a me xingar. Me xingar muito. Ele estava revoltado, mandando eu cair no mar. Quando S/n me avisou que o mar estava cheio de crocodilos, notei que um específico nos encarava faminto... E ele se avançou. Assim, eu acordei.

- Pai?! - Abri os olhos com o coração palpitando rápido. Olhei para o lado e S/n estava abraçada em mim abrindo os olhos após eu ter falado alto. Estava de dia e passarinhos cantavam sem parar. Foi só um pesadelo. Tudo certo.

- Oi? - S/n se espreguiçava ao acordar.

- Nada. Tive um pesadelo... Me desculpe te acordar. - Eu disse bocejando. Até que meu celular me deu um susto, pois ele começou a tocar. Eu peguei ele e era meu pai... Não podia ser. - Pai?

- Por que está falando isso? - Ela perguntou de uma maneira preguiçosa.

- O pesadelo era com meu pai e... Como ele conseguiu meu número? E por que ele está me ligando? - Atendi o celular me levantando após ver que já era nove horas. - Resolveu me ligar, é isso? O que você quer e como tem meu número?

- Calma, rapaz... É melhor você me respeitar. Pode até virar rei, mas continuo sendo seu pai! - Ele disse num tom grosseiro que chegava a ser engraçado de tão ridículo. - A ligação nem era para começar assim. Eu queria te pedir desculpas. Só que... Eu vim pedir pessoalmente, estou indo até a escola.

- Você ficou maluco?! Eu não vou aí nem que puxem minhas orelhas! - Me sentei na cama e senti S/n tocar em meu ombro. Eu dei um suspiro olhando para ela, a mesma sabia que meu pai não era uma pessoa nada fácil de lidar.

- Quero só ver, afinal sou seu pai, então tenho esse direito de além de vir à escola, ter acesso ao seu quarto. Estou aí em cinco minutos. - Ele desligou a ligação e eu quase atirei meu celular na parede, mas S/n impediu.

After Descendants 3 | Harry Hook x You Onde histórias criam vida. Descubra agora