Rafa ria alto no hall de entrada para o apartamento de Gizelly. A capixaba tentava colocar a senha na fechadura digital de sua porta, mas nem a memória, nem a coordenação motora estavam colaborando.
Elas haviam saído da celebração de encerramento das gravações do projeto do Girafas e estavam ligeiramente bêbadas. Haviam ido a um bar tanto para comemorar o sucesso das filmagens quanto para se despedir da equipe de produção, com quem tinham adorado trabalhar. O programa faria sua estreia dali quase dois meses, e não viam a hora de verem como ficariam os vídeos.
Naquele momento, no entanto, não conseguiam mais pensar nisso. Tudo que queriam era entrar no apartamento.
— Caraaalho! Cu, buceta, pinto! Abreee! — disse a capixaba chutando a porta. — Por que que eu fui inventar de ser fina e colocar essa coisa moderna, Senhor? Qual era o problema da boa e velha chave? Eles ficam inventando essas coisa só pra criar problema pro povo! E o pior é que a gente cai, né?
Rafa gargalhava, apoiando a cabeça e ombro na parede. O lado brava de Gizelly sempre a divertiu mais do que qualquer outra coisa.
— Me ajuda, Rafaella! — disse batendo palma e tentando manter a postura brava, mas também riu quando olhou para a mineira. — Vaaaai! Vamo tá ajudando senão a gente vai ter que dormir aqui do lado de fora.
— Você, né, querida? Eu posso ir pra casa porque eu sei a senha da minha fechadura.
— Ah, é assim, então?! — voltou-se pra porta e tentou uma nova combinação. — Não é possível uma coisa dessas! Por que eu inventei de trocar a senha hoje também?! Sangue, fogo e labareda! Me ajuda, Senhor, que senão eu vou derrubar essa porta na base da raiva!
— Gi, Gi... — disse Rafa, tentando ficar mais séria.
— O que foi, Rafa?
— Nada. Vamo, me fala as senhas que cê acha que é que eu tento pra você. — falou se aproximando, conseguindo prontamente passar tranquilidade para a outra.
Depois de duas tentativas, conseguiram abrir a fechadura.
— Não acreditooo! Esse trem tá de sacanagem, só pode! — Gizelly abriu a porta com força, descontando nela sua frustração, e a segurou para a influenciadora também entrar no apartamento. — Vai ficar aí rindo de mim mesmo, Rafaella?
Decidida, ela andou em direção a Gizelly e a beijou.
Estava apenas fazendo o que tinha sentido vontade de fazer a noite inteira. Aliás, fazia dias que queria beijar a advogada, mas não haviam tido nenhum momento a sós, longe de olhares alheios, desde a noite em sua casa.
Caminharam até a parede sem parar de se beijar. Rafa colou seu corpo ainda mais no de Gizelly, puxando-o para si ao mesmo tempo em que fazia força contra ele. O beijo ficava cada vez mais intenso.
Ela havia sentido falta daquele gosto e, principalmente, daquele corpo. Ainda o estranhava, porém era um estranhamento bom. Era diferente sentir um corpo tão menor do que estava habituada; mas, se por um lado ele parecia franzino, de frágil não tinha nada. Rafa conseguia sentir toda a força que ele continha. Isso a excitava e a motivava a descobri-lo cada vez mais, a admirar sua suavidade, a sentir como ele se encaixava tão bem em seu próprio corpo.
— O que foi isso? — perguntou Gizelly, afastando-se após alguns minutos. — Não que eu teja reclamando, né.
— Cê fica linda quando tá toda bravinha.
— Ah, é? Você fez de propósito então, Rafaella?!
— Era só o que faltava. Quem esqueceu a senha não fui eu, não, fia! Eu só aproveitei. — disse dando mais um beijo em Gizelly. — Mas se você continuar me chamando de Rafaella eu vou embora.
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O começo pode ser assim (Girafa)
RomancePós-BBB. Rafa nunca pensou que poderia se interessar por uma mulher. Ainda mais por uma mulher também hétero. Mas uma série de momentos mudaria sua vida. Sempre achou Gizelly uma mulher atraente, mas as atividades do pós-BBB, aliadas ao shipp Girafa...