Capítulo 19

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Rafa acordou com lábios tocando seu ombro quase imperceptivelmente. Não quis abrir os olhos, e também não precisava. Já os reconhecia em sua pele. Segurou o braço que percorria sua cintura e sentiu seu cabelo sendo cuidadosamente afastado, abrindo o espaço para Gizelly em seu pescoço.

— Gi... A gente tem que levantar pra se arrumar. — finalmente criou coragem de dizer após alguns minutos.

Elas tinham um batalhão de entrevistas naquele dia por conta da estreia da nova temporada do Superbonita na semana seguinte. Suas equipes haviam organizado para que fizessem entrevistas juntas e também individualmente, algumas por telefone mas outras também em vídeo.

Estavam empolgadas para falar sobre a série que gravaram, felizes que ela finalmente seria lançada e todos poderiam ver o resultado. Inclusive as duas, já que nenhuma delas havia assistido ainda aos vídeos. Suas equipes combinaram que ambas comentariam o primeiro episódio junto com os fãs no Twitter e elas tinham um pouco de ansiedade com a reação, mas estavam muito mais animadas do que receosas.

— Ainda tá cedo. O despertador nem tocou ainda. — respondeu Gizelly, beijando sua nuca.

Rafa deu um suspiro e apertou mais forte o braço da advogada, movendo-se um pouco para trás para ficar mais próxima do outro corpo. A mão de Gizelly foi aos poucos subindo em direção a seu seio.

— Eu preciso confessar uma coisa. — falou Gizelly em seu ouvido, o que ocasionou um frio na barriga em Rafa. — Lembra quando você explicou lá na casa pra gente como fazia pra... Pra liberar o VIP sem passar cheque?

— Gizelly! — deu um tapa de leve no braço de Gizelly e afundando a cabeça no travesseiro. — Não precisa tá me lembrando desse mico que eu paguei em rede nacional não. Meu pai ter visto isso já foi ruim o suficiente.

— Ter vergonha do quê? De ser uma mulher empoderada, dona de si, da sua sexualidade?

— Cê diz isso porque não foi você, né, fia? Mas, Gi... — disse se virando um pouco para poder olhar para a capixaba, que estava apoiada sobre seus braços para também vê-la melhor. — Agora não...

— Não, não é isso. É... É que eu lembro que você contou que preferia fazer de lado e... E eu lembro que na hora eu pensei... Eu fiquei imaginando como devia ser ter um mulherão desse rebolando essa bunda maravilhosa assim de ladinho. — disse puxando Rafa para mais perto de si.

— E você não percebeu que não era hétero nessa hora?

— Ai, eu achava que era normal imaginar as pessoas transando, ué!

— Qué isso?! Cê fica se imaginando transando com todo mundo, Gizelly?!

— Não! Todo mundo não... Mas não tem como não imaginar como seria com uma mulher assim como você, né? — falou a advogada, dando um beijo no pescoço de Rafa em seguida.

— Ah, é? E você imaginou muita coisa?

— Não, mas descobri que minha imaginação é bem fraca perto da realidade.

Gizelly se aproximou novamente para dar um beijo em Rafa, mas foi impedida. A influenciadora colou seu corpo completamente no da advogada, dando uma leve rebolada.

— Foi assim que você imaginou?

A resposta de Gizelly veio no formato de um baixo gemido, o que impulsionou Rafa a continuar os movimentos.

Ambas já estavam muito mais confortáveis e confiantes no sexo com outra mulher. Rafa sabia que a advogada era mais tímida que ela nesse aspecto e que inicialmente tinha um pouco de insegurança de ser inexperiente comparado à influenciadora, por não ter experimentado tantas coisas na cama. Na verdade, pelo que havia lhe contado, Gizelly nunca havia tido um parceiro que lhe fizesse se sentir confortável para nem ao menos vociferar seus desejos. Por isso, cada vez que Gizelly lhe revelava suas vontades, fazia questão de a fazer se sentir acolhida. Não que fosse nenhum esforço. Pelo contrário, Rafa se surpreendia a cada dia com como se excitava com a ideia de realizar algum desejo da capixaba.

O começo pode ser assim (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora