Capítulo 11

1.8K 149 27
                                    

— Rafa, achei que você não vinha hoje. — disse Gizelly cumprimentando-a com um rápido abraço e beijo de bochecha com bochecha.

— E por que que eu não viria?

— Cê não tava com febre ontem?

— Ah, é. Verdade. Acredita que eu acordei bem melhor hoje, fia? Tomei uns remédios fortes ontem. — tentava mentir, mas sabia que a amiga não estava comprando.

— Ahn... Que bom que você tá melhor. Eu tava preocupada.

— Tô sim. Obrigada, Titchela.

Essa parte não era mentira. Rafa havia melhorado depois da conversa com Manu. Após o almoço com a amiga, havia tirado a tarde para curtir um pouco, beber um vinho e ouvir música. Aproveitou para lidar com algumas pendências e até mesmo fez suas compras de supermercado. No sábado, manteve-se distraída com alguns compromissos de trabalho. O dia tinha sido tranquilo até o momento.

Tão tranquilo que achou que tudo que havia sentido nos dias anteriores tinha sido uma grande bobagem. Não havia por que ficar evitando Gizelly e, como Manu tinha dito, era normal sentir ciúmes de amigas. Também estava certa sobre sonhos eróticos não serem sempre um desejo inconsciente de transar com a pessoa. Não necessariamente. Certamente não deveria ser o caso. Estava apenas confusa. Era culpa da história do shipp e por passar muito tempo com Gizelly. A advogada era gata mesmo, não tinha como não achar isso.

Rafa foi cumprimentar o restante das pessoas. Thelma e seu marido, Denis, conversavam com Igor e Allison, o amigo de quem a cantora tanto falava e que Rafa estava feliz de finalmente conhecer. A sala era cheia de sofás, mas estavam todos sentados no tão famoso tapete e cada um segurava o que já não parecia ser suas primeiras taças de vinho, a julgar pelo volume das risadas.

Gabi foi a última a chegar e, assim que estavam todas as ex-BBBs reunidas, tiraram fotos e publicaram em suas redes. Acompanharam um pouco a comoção dos fãs, mas abandonaram logo os celulares para curtir o momento. Estavam indescritivelmente felizes de estarem todas juntas.

— Manu, minha filha, vamo tá tirando essas músicas ruim em inglês e tá colocando umas músicas nacionais? Vamo exaltar o nosso país, vamo?

— Titchela, eu te amo. Mas se você falar assim da Taylor de novo eu vou ser obrigada a pedir pra você se retirar.

— Fazer o quê? Ser de verdade tem um preço e eu sempre pago. Gavassi, Manu. — disse com um sorriso irônico, fazendo Manu rir. — Aliás, cê podia cantar essa música pra gente, né?

— Tá louca? Eu não vou cantar minha música na minha festa, Titchela! Eu não cheguei ainda nesse nível de narcisismo. Nem de bebida.

— Então deixa que eu ponho pra tocar. — disse indo buscar o celular para conectá-lo ao equipamento de som integrado com caixas espalhadas pela casa. — Eu não sei usar isso aqui não. Pra que uma coisa tão complicada, Manu?!

A cantora apenas riu e deu de ombros, zombando da amiga. Com isso, Gizelly caminhou em sua direção e a levantou, tentando carregá-la até o equipamento.

— Ahhhhh! Titchelaaaaa! Me soltaaaa! — disse Manu esperneando às gargalhadas. Quando Gizelly a colocou de volta no chão e recuperou o ar, continuou: — Ai, Titchela. Eu não aguento você, mulher. Rafa, lida você aí com ela porque eu não sou obrigada.

— E eu sou? — perguntou Rafa, que apenas observava a cena com um sorriso bobo na cara. Que saudade tinha sentido desses diálogos sem pé nem cabeça entre as duas.

— Vaaaamo, Manu. Coloca uns sertanejo aí pro povo que é o que o povo quer. — insistiu Gizelly.

— Siiiiiim! — gritou Gabi do outro lado da sala.

O começo pode ser assim (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora