VII. Promessas & Ameaças

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Edward

Localização: Crífina, Nação imperial

Edward nunca imaginou que sentiria tanto ódio de seu pai como naquele momento. A escolha de contar a verdade sobre a morte de Bryantton numa reunião, sem ter a decência de contar a família primeiro e agir como se os sentimentos do rapaz não fossem nada ultrapassou os limites. Durante os últimos dias, pai e filho se evitaram ao máximo, porém, quando o rei ordenou que seu herdeiro o acompanhasse em mais uma viagem, discussões eram certas. Naquele momento se encontravam num dos vagões do trem junto do General Wood, o clima estava péssimo e o príncipe tão imerso em seus pensamentos sobre as consequências da guerra e ter sido obrigado a deixar Piper daquele modo, que acabou nem mesmo prestando atenção em qual seria o destino.

— Não entende o que está em jogo? Não tenho tempo para sua rebeldia! – Silas resmungou, incomodado com a postura do filho - Nós precisávamos garantir que um elo seja criado com os Di Ângelo, logo se apaixonará de novo e esquecerá isso...- ele suspirou - se sua mãe houvesse feito seu dever e ter dado mais herdeiros a Blackwell, talvez você tivesse uma irmã que cumpriria com esse papel na aliança no lugar da princesa Blackstone.

— Chega, Silas. Não faz ideia do que está falando – Edward murmurou, com uma postura tensa

Joan tossiu visivelmente desconfortável e retirou a cortina azulada de frente da janela, permanecendo calado observando a paisagem. O rei estava sentado em frente ao filho, que apenas continuou com sua atenção voltada ao anel em seu dedo, o anel que representava o fardo de ser quem ele era.

— Tem ideia de onde Jonas pode estar? – o general questionou, tentando mudar o assunto.

— Jonas está numa missão, a meu pedido.

— Uma guerra está sendo iniciada e mandou seu guardião numa missão? Enlouqueceu? – Silas intimou.

— Desculpe, fui o último a saber sobre este evento tão importante! – Edward respondeu com ironia.

Silas e o General se entreolharam.

— Se não fosse tão imaturo, provavelmente seria um dos primeiros a saber – o rei argumentou.

— Vossa majestade, por favor, podemos voltar a falar sobre o que faremos quando chegarmos ao nosso destino? - Joan pediu, incomodado.

Edward chegou ao seu limite. Durante todos aqueles anos remoeu aqueles sentimentos, e agora seu pai novamente mostrava que não se importava, escondendo informações tão importantes e conspirando para que a única pessoa a qual o príncipe amava fosse entregue a outro. Às vezes, cogitava que Silas não sofria pela perda de Bryantton, mas sim por ter seu ego ferido, pela vitória de seus inimigos num terreno que ele achava possuir domínio absoluto.

— Há quanto tempo descobriu?! Há quanto tempo vem escondendo tudo isso? – Edward indagou, encarando o pai pela primeira vez em dias.

— Um ano.

O príncipe semicerrou os olhos, sentindo suas mãos começarem a tremer devido ao ódio que sentia e um ódio descomunal tomar conta de seu ser, seu olhar se fixou em Silas enquanto balançava a cabeça

— Um maldito ano...- o rapaz repetiu, num sussurro amargurado.

— Não percebe que isso não é importante agora? Os culpados têm um rosto, um nome, o importante é nossa vingança que virá com a queda do império! – Silas respondeu, alterando a voz.

— Eu estava lá quando tudo aconteceu! – o príncipe esbravejou, batendo no banco com a mão fechada. – Importa para mim! Importa para Cláudia! Preferiu contar a desconhecidos a ter a decência de compartilhar conosco primeiro!

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