XXV. Escolhas

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Piper

Localização: Domínios Di Ângelo

Todo e qualquer movimento era doloroso. Paige repetiu por diversas vezes que Piper deu sorte, mas isso não anulava o fato de estampar em seu peito ferimentos graças as garras da feroz felina. Devido ao incidente não precisou comparecer a nenhum evento social o que por hora aliviava sua ansiedade. Permanecia deitada na cama com a mão pousada sob o ventre, a essa altura todos que deveriam saber já estavam cientes, o que incluía Alecsander e desde então Piper nem sequer o viu. Sua gravidez poderia ocasionar muitas coisas se a verdade fosse a público, infelizmente, poderia até mesmo prejudicar a segurança de seu povo e isso a atormentava.

— Dois meses, princesa, está de dois meses. – Paige anunciou.

Era obvio que a médica sabia que não era de Alec afinal as contas não batiam, mas o que espantou a princesa foi a tranquilidade que a mulher transmitiu vendo o visível desespero da jovem. Durante a noite da descoberta, Piper fez suas preces repetidas vezes já imaginando que a matariam, porém, três dias se passaram e nada aconteceu. Alguém bateu na porta gentilmente, a jovem sentou-se e pediu para que a pessoa entrasse já adivinhando quem era.

— Como se sente? – Moira perguntou assim que entrou.

— Bem. - respondeu desanimada

A dama de companhia abriu um pequeno sorriso triste em resposta.

— Vou preparar um banho, está bem? – Moira anunciou.

Piper concordou sem grandes vontades, ao se despir, mais uma vez se observou no espelho, perplexa, pois seu ventre não havia crescido nem sequer um centímetro desde que chegou aos Domínios Di Ângelo e se perguntava como aquilo era possível, a única coisa diferente que percebeu era uma estranha sensibilidade nos seios ao apertá-los. Algum tempo depois já estava na grande banheira e um silêncio desconfortável permeava o ambiente.

— Se precisar de ajuda, me chame...- Moira sugeriu em tom baixo caminhando até a porta

Piper perdeu a noção do tempo durante o banho, imersa em suas paranoias. Mas assim que saiu da banheira e colocou um de seus roupões dourados, seguiu para o quarto decidida sobre o que fazer.

— Moira, tenho algo para você. – Anunciou sem cerimônia.

A dama de companhia que estava sentada em uma das cadeiras ao lado da grande estante franziu o cenho ao escutar a princesa mexer na gaveta de sua penteadeira e então caminhar em sua direção segurando um pergaminho.

— O que é isso? – questionou ela ao se levantar

Piper esticou a mão segurando o papel, e então a dama de companhia o pegou e o abriu rapidamente percebendo o relevo.

— O relevo está torto, mas foi o melhor que consegui fazer. - Piper disse, sorrindo de canto

Moira passou os dedos pelo relevo para entender o que ali estava gravado, começando a chorar assim que chegou a terceira linha do pergaminho.

— Você é livre, minha amiga, como sempre deveria ter sido. - A princesa disse, sentindo um nó na garganta

Moira sentou-se novamente ao terminar de ler sua carta de liberdade, sentindo uma mistura de felicidade e medo

— Agora pode ir para onde quiser, o que vai ajudá-la em sua fuga. - Piper continuou, sentindo alivio por sua amiga

Ao ouvir aquilo, a garota se levantou calmamente e encarou Piper, tentando forçar sua visão para decifrar as expressões em seu rosto

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