XX. (Não) Quebre as regras

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Piper

Localização: Domínios Di Ângelo

Era fim de tarde e Piper estava focada em tocar seu Korá, um instrumento musical semelhante às Harpas e Liras comumente tocados nos domínios Di Ângelo, era constituído por uma cabaça coberta por pele e cordas. Quando criança sua mãe ordenou que Piper e seus irmãos escolhessem um instrumento para tocar com perfeição, e o Korá foi sua escolha, até o pai proibi-la de tocar como castigo por uma de suas rebeldias o envolvendo, quando num grande jantar a princesa começou a tocá-lo ao cantar uma canção que zombava de um rei tolo e cruel, a canção não citava nomes, mas todos sabiam que fora feita para Kwane. Sentia-se grata por finalmente voltar a tocar e matar um pouco a saudade de casa, visitar o jardim aberto já perderá a graça para a princesa, assim como estudar as leis e costumes dos Di Ângelo se tornou exaustivo. Já fazia mais de um mês que se encontrava ali e não tinha permissão de sair do palácio, se sentia tão triste e frustrada que nem animo para fugir encontrava. Estava conversando com o irmão por cartas, mas o irmão se recusou a lhe contar o que aconteceu, apenas assegurou estar bem em um lugar seguro, manteve contato também com Edward afinal ficou muito preocupada ao saber do atentado ao rapaz, se falaram o bastante para que Piper desabafasse, o que acalmou a tormenta de sentimentos que ambos sentiam. Enquanto Piper permanecia focada, em frente a porta dos aposentos uma discussão acontecia.

— Me solte! – Moira ordenou se desvencilhando de Yunet – Estou cansada de você e suas perguntas!

— Só estou perguntando se sabe de algo sobre o último aniversário da princesa, e para agir desse modo sabe e não quer me contar. – Yunet respondeu.

Moira tentou passar, mas novamente Yunet a impediu e abriu um sorriso sarcástico.

— Mesmo se soubesse, nunca contaria nada a você! – a Loira resmungou.

Yunet riu, se divertia irritando-a.

— O que foi, ceguinha? Ainda não se acostumou em não ser mais a única dama de companhia da princesa? – a jovem alfinetou.

Moira deixou os lençóis que segurava caírem no chão e empurrou Yunet com toda força, fazendo com que a jovem batesse contra a porta e o barulho chamasse atenção da herdeira que parou de tocar.

— Nunca contaria nada, não gosto de você, e sei o que fazia quando as luzes se apagavam e todos iam dormir! Para onde você se rastejava todas as noites, víbora!

Yunet arregalou os olhos, em choque.

— O que uma garota cega pode saber? – questionou, com espanto.

Moira estava blefando, mas a reação de Yunet confirmou suas suspeitas.

— Não faz a menor ideia do que uma garota cega pode saber!

Piper foi até a porta e a abriu abruptamente ao escutar as vozes das garotas.

— O que está acontecendo?

— Yunet tropeçou e bateu contra a porta. – Moira respondeu pegando os lençóis do chão

Piper franziu o cenho e se voltou a Yunet, a jovem permanecia com uma expressão indecifrável em seu rosto com os olhos fixos em Moira

— Está tudo bem? - a princesa questionou

— Sim...- a jovem respondeu de cabeça baixa – se me permite, irei atrás de emprego na cidade e ficarei por alguns dias fora, pois já arrumei estádia, vossa alteza.

— Vá, e boa sorte.

Yunet logo partiu, e Piper fechou a porta após Moira entrar. A garota estava visivelmente nervosa ao puxar os lençóis da cama para trocá-los pelos novos.

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