XXXVII. Inimigos e Aliados

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Shivani

Localização: Santuário Evangelik, vale dos reis

Shivani guiou todas as crianças, enfermos e idosos até o subsolo do santuário onde ficariam em segurança. As pessoas que permaneceram nos andares superiores estavam se armando com o que podiam para proteger o santuário do ataque repentino que estavam sofrendo.

— São mercadores de escravos de novo? - Ela indagou, assim que encontrou Elena recarregando seu mosquete na cozinha

— Dessa vez não. Estamos no vale dos reis, a lei do mais forte prevalece e os errantes sabem disso. - a médica respondeu

Shiva pegou o outro mosquete posto a mesa e começou a recarregá-lo, preocupada com o estado em que a velha arma estava.

— O que está acontecendo? - Wesker resmungou antes de soltar um gemido ao entrar na cozinha

O homem se apoiou no batente da porta, fazendo com que Shiva rapidamente caminhasse em sua direção, balançando a cabeça ao notar que ele carregava sua espada na bainha sob as costas mesmo ostentando o grande ferimento enfaixado em seu peito nu

— Por que não desceu junto dos outros, Wesker?!

O mercenário balbuciou resmungos e depois levantou a voz:

— Acha mesmo que ficarei deitado durante um ataque?

Shiva não discutiu, já o conhecia bem o bastante para saber que mesmo em recuperação não sossegaria até ao menos nocautear alguém do lado inimigo. Os três caminharam para fora da casa e se depararam com homens do lado de fora usando um tronco de árvore como aríete para derrubar o portão, Shiva e Wesker permaneceram em frente aos degraus da varanda perplexos com tamanha desorganização de quem tentava proteger o santuário

— Parem! - Ela e o mercenário gritaram juntos

Algumas pessoas próximas pararam a correria e voltaram sua atenção ao casal

— Existem arcos nesse lugar? - Wesker intimou

— Vimos alguns arcos e flechas no subsolo. - Arthur respondeu, próximo à varanda

— Não temos arqueiros! - Elena retrucou

— Não será difícil ao menos intimidar esses idiotas - Shiva concordou, entendendo onde o mercenário queria chegar

— Garoto, vá buscar todos os arcos e as flechas que encontrar e os traga imediatamente! - Wesker ordenou.

Momentos depois, o casal e alguns outros subiram ao topo de uma das velhas torres de vigilância logo acima do portão principal e começaram a lançar flechas com os arcos que Arthur e o rapaz de tapa-olho foram buscar. No intervalo entre uma flecha e outra, Shiva começou a analisar quem estava os atacando e achou curioso como eles se portavam, suas vestimentas eram iguais e sua aparência física se parecia com um nascido de Genova, algum tempo depois, após os errantes perceberem que não conseguiriam invadir Evangelik tão facilmente, acabaram desistindo e desaparecendo em meio a vegetação que cercava o local.

— Eles vão voltar. - Wesker assegurou ao segurar-se a grade que envolvia o topo da torre

As pessoas que os acompanharam desceram rapidamente ao perceberem que os desconhecidos sumiram, deixando-os a sós

— Precisamos organizar esse lugar se quisermos ficar aqui...- ela murmurou, e alguns instantes depois arregalou os olhos - Elena, a médica, é a mulher que procuramos?

Wesker assentiu.

— Ela me reconheceu, sabe o motivo de termos vindo até aqui e o ignora. Não é um bom sinal...- ele falou antes de voltar seu olhar ao rosto da mulher - Olhe, essa experiência de quase morte me fez repensar muitas coisas.

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