XVIII. Teoria do caos

132 27 29
                                    

Shivani

Local: Vilas da fronteira, nação Foxwood

Shiva estava abaixada na margem do lago de águas profundas e escuras, enchendo os cantis já vazios do grupo. Não conseguia parar de pensar no ocorrido em Crífina, sua preocupação com Diana mal a permitia dormir, a menina foi gravemente ferida graças ao cão e as marcas do ataque permanecerão provavelmente marcadas para sempre. Wesker permanecia encostado numa árvore próxima, afiando uma das facas que havia pegado do arsenal de Sylvia e vez ou outra olhava em direção a cartomante e as meninas que procuravam lenha para a fogueira.

— Valerian, quando vamos mandar essa mulher em...

Shiva tomou um gole do cantil e virou a cabeça em direção ao homem com rapidez.

— Se não for abrir a boca para explicar o que aconteceu em Crífina, a mantenha fechada. - ela o interrompeu com raiva.

Durante todo o trajeto até ali o questionou sobre o que presenciou, queria entender o porquê quase foi morta e o que fez a antiga pupila do mercenário se virar contra ele, mas Wesker deu um jeito de se esquivar da resposta sempre que era intimado.

— Não vou deixar essa mulher junto das meninas por muito mais tempo.

Shiva se levantou e em silêncio guardou os cantis, realmente não conhecia Calíope, mas a cartomante somente os ajudou na fuga e salvou suas vidas ao tirar a de Sylvia, não tinha motivos para mandá-la seguir viagem sozinha, pelo menos não até aquele momento. Ela se levantou e alongou o corpo, sentindo dores por todos os lados, enquanto Wesker permaneceu a observando

— Sabe, estive pensando e acho que finalmente lembrei de quando ouvi falar de você, senhorita Valerian

A mulher lançou um olhar desconfiado ao mercenário, mas se manteve calada.

— Anos atrás, o duque solicitou que um mercenário ''convidasse um cavaleiro a se retirar de Antares'' - Wesker contou - de onde venho, quando pedem para que alguém como eu faça alguém cair fora, isso significa ''Quebre alguns ossos, faça algumas ameaças, mas deixe o cretino vivo'' - soltou uma risada abafada - mas Hermes realmente estava pedindo que eu somente expulsasse o infeliz....

— Como isso pode ter algo a ver comigo? - indagou, fingindo não estar curiosa.

— Hermes me contou que o tal homem era um canalha, tinha se aproveitado da ingenuidade de uma amiga muito próxima e no fim fugiu roubando o dote da moça....

Shiva paralisou, deixando a bolsa com os cantis cair aos seus pés em seguida. Aquilo havia acontecido há tanto tempo que havia simplesmente bloqueado a memória, o início de seu fim.

— Se lembra do nome do infeliz?

— Iago de Vazquez. - ele respondeu, revirando os olhos - me recordo até do sobrenome, durante todo o tempo em que lutávamos ele o repetia e dizia que eu estava mexendo com a pessoa errada. - Wesker a encarou, abrindo um sorriso ao perceber a reação de Shiva - Ele realmente mereceu aquela surra, deixar alguém como você...- sussurrou

Shiva pegou a bolsa caída, dando passos lentos em direção ao homem em seguida

— O que quer dizer com ''alguém como eu''? - questionou, com uma das sobrancelhas arqueadas

O mercenário pigarreou, pensando no que dizer

— Quero dizer...- fez uma pausa, guardando a faca - Você tem belas...- começou a dizer, gesticulando - Ancas. Somente um imbecil decidiria te deixar para trás

Shiva o encarou incrédula

— Ancas? Wesker, quem ainda diz Ancas? - ela questionou, cruzando os braços

Nações da GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora