CAPÍTULO 20

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Edward a buscou exatamente duas e treze, eles saíram para passear no Hyde park por uma hora, depois eles foram tomar chá na madame rosebelle e pararam em uma livraria, e Clarisse pode explicar porque estava hospedada na casa de Nicholas, mas as vezes ela ficava incomodada em ter de se explicar sempre para as pessoas sobre o que ela era, e o que ela é Nick eram. Porque ninguém nunca aceitava bem quando ela dizia que seu melhor amigo era seu vizinho, era um menino - mais pra homem - e que eles eram apenas assim. Que para eles só existiam Nick e Clarisse.
— nossas famílias são muito próximas, e houve um imprevisto em Kent que fizeram meus pais voltarem imediatamente, e eles não queriam que eu perdesse a temporada e minha tia chegará em dois dias
— espero que sua estadia esteja sendo boa
— ah claro que sim - ela disse pegando um livro e olhando para a capa - os Enrioths são minha família também, cresci na casa deles tanto quanto cresci na minha. Eles são padrinhos da minha irmã, e meus pais são os deNicholas
— pensei que ele tivesse nascido primeiro
— ah sim ele nasceu dia vinte e um de janeiro, mas seus pais demoraram para batizá-lo, assim quando tia, digo lady Christianne conheceu minha mãe ela a escolheu para ser madrinha dele
— e você?
— minha mãe não pode me dar a eles como filha porque eu já havia sido batizada, então eles deram minha irmã
— entendo
— espero que o senhor não veja problema em relação a isso lorde Edward, se as suas intenções são me cortejar como você disse, eu tenho uma amizade muito forte com a família, e não espero quebrá-la
— com a família ou com Nicholas? 
Ela sorriu e como se não fosse nada, e eles estivessem discutindo chá ela respondeu
— com o Nicholas principalmente é claro, ele em todos os aspectos é meu irmão
— mas a senhorita já tem uma irmã, não é ?
— sim, lady Caroline, mas ela está em Kent, ela não gosta de Londres, e ainda não tem idade para debutar...
— não me incomoda sua amizade com o marquês, mas temo que ele a veja de maneira diferente
— sim ? - ela perguntou, tentando disfarçar a ansiedade crescente que sentiu e a necessidade de saber como...
— ele tem ciúmes de você - foi só o que disse.
Então ela pagou pelo livro que tinha nas mãos e eles voltaram para a carruagem, quando pararam na frente da casa de Nicholas, sua acompanhante desceu, e Clarisse se viu por alguns minutos presa na carruagem, sozinha com um homem. Um homem que ela já havia beijado.
Então ele se aproximou, bem devagar e disse
— sinto muito Clarisse, sei que disse que me comportaria, mas não posso evitar
Então ele a beijou novamente, e ela retribuiu o beijo, e até parecia que ela estava gostando, até se lembrar que ele não era o homem que ela desejava. Então ela parou e disse
— muito obrigada pelo passeio, preciso entrar. Tenha um bom dia lorde Edward.
E aquele tinha sido dois beijos, beijos bons, mas não ótimos, nunca ótimos, e ela pensou que seria o momento de mudar isso. Então entrou na casa e foi para o quarto que estava ocupando.
Sentou na cama, não conseguiu parar de pensar no beijo, e de como ainda parecia errado, ela queria ser beijada igual as meninas comentavam nos teatros ou nos livros, então ela teve um pensamento insano, e ainda assim ela não conseguiu mandar ele embora, então ela foi até o escritório de Nicholas, que ele dividia com o pai quando estavam na cidade, bateu na porta, e não tinha ninguém lá, depois se encaminhou para a sala verde, e ficou esperando Nicholas aparecer.
E então ele entrou na sala, e ela olhou para ele, e ela não soube o que fazer, e imediatamente se arrependeu.
Ficou dez minutos, poderia ser uma hora ou três minutos parada encarando ele
— Clarisse ? Está tudo bem ? - o marquês de aproximou colocando a mão em seu ombro, ela imediatamente se afastou do toque.
E então ela disse, antes que fosse tarde demais e ela perdesse a coragem, afinal, todo mundo merece um momento de ousadia na vida. Esse seria o dela. E que deus a ajudasse, daria tudo certo.
— Tenho uma teoria que eu gostaria de confirmar Nicholas
—sim ? - ele franziu as sobrancelhas e ficou esperando.
E então ela fez o inesperado
Ela roubou o beijo, e foi a coisa mais ousada que ela já fez na vida. Seus lábios tocaram os dele, bem de leve, como se eles não estivessem se tocando. E só isso foi capaz de enformigar todo o corpo dela, um quase beijo já a tinha feito sentir muito mais do que dois beijos inteiros com Edward.
Eles estavam se beijando, Nicholas e Clarisse, que cresceram juntos e se conheciam como ninguém. E era isso. Ela nem teve tempo de acreditar no que tinha acabado de fazer antes de se afastar, tão rápido quanto se aproximou e dizer:
— estava inclinada para saber o que as mulheres sentem por você - disse tentando não se importar e dando de ombros, como se ela não fosse se lembrar de cada maldito detalhe à noite quando fosse dormir.
Ele parecia atordoado, mas se recuperou rapidamente
— e qual foi a sua conclusão ?
— ah foi bom
—só bom ?- ela viu o olhar no rosto dele quando ele lhe perguntou isso, e de alguma forma ela soube, que isso não estava acabado.
— sim
Não, gritou o cérebro dela.
— e como você sabe que foi só bom ?
— ora Nicholas Porque você não foi meu primeiro
Ele parou e a encarou, tão fundo e tao intensamente, parecia que ele estava lendo sua alma. Era como se ele pudesse ver o que ele estava fazendo com ela, e ela achava que de fato ele estava ciente do que ela estava sentindo.
E então quando ele disse, foi para surpreendê-la:
— então nos podemos fazer melhor
— quão melhor ? - ela ainda não acreditava que essas palavras estavam saindo de sua boca
— Muito, muito melhor - ele disse e ela se arrepiou inteira.
Então ele sorriu.
E ela foi beijada, como nunca havia sido.
A boca dele estava em todos os lugares e suas mãos estava em todos os cantos, era como se ela estivesse sido possuída por Nicholas, uma versão completamente nova de Nicholas, a única versão dele que ela não conhecia, ainda.
E ela estava descobrindo que ela gostava muito dessa versão libertino.
Não era de se estranhar o fato de sempre ter alguma menina olhando para ele, antes ela pensava que entendia essas meninas, mas não. Agora ela entendia essas meninas. Se Nicholas fizesse elas se sentirem como ele a estava fazendo sentir, ela nunca mais iria reclamar dessas garotas. Ela era uma dessas garotas agora. E por Deus, ela queria mais.
Aquele era o beijo que fazia o coração dela palpitar.
Aquele era o beijo que lhe tirava o ar, o beijo que todos deveriam experimentar pelo menos uma vez na vida.
Se ela morresse amanhã, pelo menos ela morreria satisfeita com seu terceiro beijo.
Sempre disseram que a terceira vez é o charme. Bom isso com certeza era verdade.
A mão dele apertou sua cintura, enquanto a outra puxava seu cabelo, e depois estava em seu quadril, e então ele a levantou nos braços, e a segurou com uma mão embaixo da sua bunda, enquanto a outra tentava subir sua saia, ele a sentou em cima da escrivaninha
— seus pais ? - ela perguntou arfando
— parlamento e tomando chá - foi a resposta rápida dele
— graças a Deus - ela disse, e ele sorriu.
E ele continuou, a boca dele beijando o pescoço dela, depois sua clavícula, e ia descendo até seus peitos, e já tinha uma mão lá, apertando eles, e depois a mão desapareceu, e voltou a aparecer na sua perna, indo em direção a coxa. Ela sentiu uma faísca passando rapidamente Pelo seu corpo, uma espécie de corrente de adrenalina, ela puxou os cabelos dele, e então sua boca voltou a encontrar a dela, aquilo era a melhor coisa do mundo.
E ela iria arrepender disso depois, amanhã quando acordasse iria condenar todas as coisas que fez e as que pensou em fazer.
Amanhã ela se preocuparia com o que seria da sua amizade. Ela deixaria tudo para amanhã. Amanhã era a certeza que ela teria. Porque hoje ela está muito ocupada sendo devassa. E ela estava amando.
Quando você rouba um beijo, você rouba outra coisa também uma coisa que vc não sabe e talvez voce esteja jogando um pouco com o destino. E ela esperava ter sido muito boa com o destino antes. Mesmo que ela não acreditasse nisso.
E então ele se ajoelhou. E era tudo o que ela queria.
— o que você quer Clarisse ?
Ela arfou e não respondeu
— Clarisse
Ela olhou pra ele. Para dentro daquele olhos verdes tão comuns para ela, mas  não tinha nada de comum ali. Era profundidade e desespero, era desejo. Era a alma e o calor dela refletidos.
Aqueles olhos a condenaria por toda a vida.
— o que você quer ? - ele repetiu. E ele sabia que ela era dele naquele momento.
— quero a única parte sua que eu não conheço. - ela disse - eu quero seu lado libertino. E eu quero muito.
— então você terá
E ela teve.
E assim, desse jeito ele a arruinou para qualquer outro homem.
Clarisse estava arruinada, porque ninguém nunca mais a faria se sentir assim.
E ela sabia que nunca em toda sua vida, poderia aceitar menos que isso.

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