CAPÍTULO 24

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— então Clarisse como é voltar pra casa ? E morar com a sua tia ? - perguntou izzy, mexendo na caixinha que Clarisse guardava as cartas de Nick
— normal, minha tia no entanto continua terrível como sempre, talvez até mais se isso for possível - e era verdade, a tia de Clarisse era o terror, um terror ambulante com duas pernas e apesar da idade, muito viva. E critica.
Izzy começou mexer na penteadeira de Clarisse, com suas fitas e depois cheirou o perfume dela, lírios.
— você já teve alguma notícia da sua mãe ?
Clarisse sabia o que sua amiga a estava perguntando, se sua mãe tinha lido a página de fofoca e se ela já havia entrado em contato e falado alguma coisa, o que, infelizmente foi o caso.
— sim... ela enviou uma carta, chegou hoje de manhã - Clarisse deu de ombros, como se não fosse nada aparecer na coluna de fofocas, se fosse verdade pelo menos, se ela fosse aquela que entraria no coração dele....
Izzy parecia esperar o resto da resposta mas Clarisse não iria falar, ela precisaria de um incentivo.
— e então ? - ela podia ver que a amiga estava ansiosa - sua mãe escreveu o que ? Me surpreende que as notícias tenham viajado tão rápido....
— então que dizia " minha filha Clarisse, nunca me desapontaria com você, mas também nunca a imaginei esse tipo de mulher. Não me resta dúvidas de que se existe alguém nesse mundo que beijaria Nicholas em uma varanda no meio de um baile com chuva, esse alguém seria você. Espero que saiba o que você está fazendo. Espero que se tudo der certo no final eu possa chamá-lo de meu filho. Só lhe peço que seja mais discreta. Com amor marcelle " - Clarisse leu a carta e estendeu para a amiga pega-lá.
Izzy parecia sem saber o que falar, ela só ficou lá parada encarando Clarisse
— e então ?- perguntou Clarisse quando a amiga ainda não havia falado nada
— não sei o que dizer
— será que todos sabem?- e pela primeira vez Clarisse ficou com medo da fofoca
— não sei
— e se ninguém me pedir em casamento agora ? Porque eu o beijei ?
— não se preocupe Clarisse
Mas preocupação era a única coisa que Clarisse tinha no momento. Ela não havia falado com Nicholas depois do acontecido, eles se evitaram na manhã seguinte, ela saiu pra tomar chá e ele foi pro clube, então seja tia chegou e ela voltou pra casa; então a uma semana dias ela é Nicholas não conversavam e não se encontravam nos lugares, e sua tia queria participar de todos os eventos. Clarisse não estava aguentando mais.
Seria demais fugir ? Ou pelo menos voltar no tempo.... voltar no tempo seria ótimo se ela tivesse a oportunidade
— tudo bem
— bom, eu preciso ir, prometi pra minha mãe que eu iria com ela ver minha avó
— até mais então
Izzy saiu e Clarisse deitou na cama e pensou, sobre tudo, ela deve ter ficado lá por horas, então ouviu um barulho na porta da frente, e saiu do quarto para encontrar seus pais entrando na casa
— Clarisse !- disse seu pai
— vocês já chegaram ?
— sim querida, resolvemos o problema mais cedo do que prevíamos e voltamos imediatamente - disse sua mãe no pé da escada pronta para subir  - onde está sua tia ?
Clarisse parecia atordoada e totalmente confusa
— está tomando chá
— ótimo ! Eu realmente preciso de um pouco de chá agora
— eu estou indo para o parlamento, vejo vocês depois - disse o pai se aproximando de Clarisse e beijando sua testa
Antes de William sair de casa, marcelle o parou e disse, não se esqueça de avisar o Charles que eles devem vir jantar aqui hoje, estou com saudades de conversar com Christianne
— vou fazer isso querida - ele beijou a testa dela e finalmente conseguiu sair.
E foi quando a mãe concentrou toda a sua atenção para ela
— tem algo que você gostaria de me dizer ?
Não.
Não.
Não.
Então Clarisse voltou para o seu quarto. Até ela não aguentar mais estar sufocada lá e precisar sair, e seria um bom momento para contar a mãe que eles agora tinham um cachorro....
Então ela desceu e começou a procurar a mãe.
—- mamaeeeeee
Nada
—- mamãeee
Nada também, Clarisse começou aficar irritada, não deveria ser muito difícil achar a mãe, a casa não era tão grande assim. E a mãe em questão tinha acabado de chegar de viagem, então com certeza não deveria ser sigiloso encontrá-la.
—- maeee
— oi
Sim, na sala de visitas ao sul, graças a Deus
— mamãe, finalmente a encontrei  - Clarisse se aproximou e deixou um beijo na bochecha de sua mãe
— estou esperando Christianne para um chá agora de tarde, enviei uma carta avisando que cheguei
Lógico, como se a mãe fizesse outra coisa, além de tomar chá e fofocar. Elas deveriam convidar Hanry...
— maravilha ! - exclamou Clarisse com um sorriso
— você gostaria de alguma coisa ?
Ora claro mamãe não te procurei atoa, você não acha ?
—- sim, gostaria de dizer que vou levar o cachorro para um passeio, estou levando uma dama para me acompanhar
— cachorro ?
— agora temos um cachorro !
E sua mãe nem se importou que eles tinham um novo cachorrinho, na verdade ela começou a discutir com Clarisse sobre sair de casa
— Clarisse .. - tinha um tom de repreensão, preocupação e irritação na voz da mãe, Clarisse ficou com raiva, era sempre assim, sua mãe tinha pavor de perdê-la, e por isso acabava prendendo-a Clarisse chegava a se sentir sufocada, e ela tentava entender, mas era impossível. Ela precisava de certa liberdade, as vezes ela chegava a ponderar que, se sua mãe a soltasse, ela nunca voltaria.
— mamãe. Estou bem. Estou bem a um tempo já - tinha irritação na sua voz - estou ótima na verdade, não poderia estar melhor.
— Clarisse você pode não estar bem em alguns minutos, não gosto quando você sai sozinha
— você esteve fora por oito dias mamãe!
— e Você esteve com Christianne que sabe sobre seu problema, e eu confiaria a sua vida a eles como vice bem sabe Clarisse!
Clarisse queria gritar, queria puxar os cabelos da mãe e fazê-la entender que ela ainda vivia e respirava, e que ela não podia deixar a vida passar em branco porque duas vezes quase morreu. A vida era um sopro e ela queria respirar liberdade. Mesmo que fosse seu último suspiro.
E se ela fosse bem Franca, se uma pessoa quase morre uma vez, e existe a possibilidade de quase morrer algumas outras, ela não vai querer não fazer nada com a vida, essa pessoa obviamente vai querer sair e aproveitar antes de ser muito tarde.
—- você não vê mamãe - e apontou para o próprio corpo - eu estou aqui, e estou respirando.
— Clarisse você sabe que eu não gosto dessa sua atitude
— e você sabe que não gosto que você fique me prendendo, em geral. Não gosto de ficar trancafiada. - exasperação não se comparava ao sentimento de Clarisse naquele momento.
— eu entendo, mas acho que você não está raciocinando bem - foi a resposta da mãe, o que só serviu para irritá-la ainda mais
— na verdade mãe, acho que nunca estive melhor. Estou indo dar um passeio no parque, não é grande coisa.
Depois de um tempo sem nenhuma falar nada, Clarisse emendou
— se precisar de mim, mande me chamar, caso contrário eu volto para o jantar.
Se a mãe ia dizer alguma coisa ela perdeu o momento, porque Clarisse deu as costas e  correu porta a fora.
Elá nem teve tempo de se perguntar onde estava sua tia, provavelmente dormindo...
— lady Clarisse - disse Hamilton, assustando Clarisse quando ela escarrou com ele no caminho para a porta, ela estava saindo para um passeio com o cachorro sem levar o cachorro.
— Hamilton, meu deus - ela colocou a a mão no coração- você me matou de susto.
— peço perdão lady Clarisse
— não precisa disso Hamilton- ela assegurou em lhe dizer
— então, o que posso fazer pela senhorita ?
— por favor prepare o cachorro, nos vamos dar uma volta.
— é claro senhorita. - ela percebeu que ele não comentou sobre a quase saída dela sem o cachorrinho...
Cinco minutos depois, eles saíram de casa, quem olhava de fora ficava com dúvida quanto a quem estava mais feliz, se era Clarisse ou o cachorro.
Após dez minutos eles chegaram ao Hyde park.
Sete minutos depois chegaram mais pessoas.
Treze minutos depois o parque estava lotado, mas era sexta feira, e as sextas sempre lotava.
E quando Clarisse pensou que não podia piorar, ela viu lady Marty, acompanhada por lady Eleanor, as duas eram com certeza as maiores páreas e fofoqueiras da sociedade, e absolutamente uma prova viva de porque a alta sociedade Londrina era tão crítica. E eles provavelmente tinham lido a coluna, Clarisse rezou para elas não comentarem nada.
Ela não iria se abalar, Clarisse não tinha medo delas, já avia enfrentado lady Marthy outras vezes em outras ocasiões, e deu tudo certo, a bruxa só lhe causou uma leve dor de cabeça. Ela iria continuar seu passeio, sem esbarrar com lady Marthy, depois voltaria para casa e se arrumaria para o jantar.
E seria uma tarde ótima, perfeita, sem igual.
Ela só precisava evitar as duas, não deveria ser difícil.
Então o cachorro correu.
— Maldito, maldito cachorro !
Correr atrás dele ou gritar ? Gritar ou correr atrás dele ?
— Ajax !! - ela gritou e correu, no meio do parque, em uma sexta lotada.
— Ajax volte Aqui...
E quando enfim conseguiu pegar o cachorro sem causar nenhum dano, lady Marty se materializou em sua frente.
Deus, porque ? Tenho certeza que eu fui uma garota má, mas nem tanto para merecer esse tipo de pregação dos céus
— lady Marty, Eleanor - ela fez uma reverência
— pequena Clarisse - disse lady Marty
— Clarisse - foi o comprimento de Eleanor
Então Clarisse deu o melhor sorriso que pode, sabendo que não era muito
— estou intrigada criança - começou lady Marty
E ela já sabia o que viria, ela havia gritado em alto e bom som, o título do marquês, seu amigo, no meio do parque lotado, e o pior de tudo, para um cachorro.
Ela podia ter inventado qualquer outro nome.
Seria sorte se ela chegasse a se casar no final dessa temporada.
Mas pelo menos sua falta de educação deixaria de lado sua falta de decoro. Pelo menos no momento.
— pois não - respondeu Clarisse
— é impressão minha, ou Seu cão chama Ajax ? - ela tinha um tom de soberba que Clarisse odiou
— Sim - ela não diria mais nenhuma palavra
— Ajax? - a prepotência era tão feio com a personalidade de lady Marthy
— Exatamente o que a senhora ouviu
— Lady Clarisse Amari Bllemt você nomeou seu cachorro com o honorífico título de Nicholas ?
— Sim ! - por Deus ela estava se cansando dos monossílabos.
— Clarisse ! Pensei que antes tivesse sido ruim, ao ouvi-la blasfemar para o marquês, mas agora vejo que a situação já saiu do controle, você não acha Eleanor ?
Então Eleanor finalmente falou:
— temo que os pais dela negligenciaram sua educação Marty querida.
Como se alguém, algum dia chamaria uma cobra de querida. Mas pensando bem, se isso fosse acontecer, seria por outra cobra. Ela não teve tempo de ficar chocada, antes da resposta escapar pelos seus lábios.
— não acho que eles fizeram isso senhoras, visto que eu estudei com o próprio marquês, até ele ir para ethon, aos oito anos.
— não posso acreditar numa coisa dessas - então virou novamente para Eleanor - pobre marquês de st. Ajax - então o cachorro latiu pensando que era com ele - criatura vill suma daqui ! - Clarisse não gostou do tom que ela usou com seu cachorro, mas ela continuou -  Você pode acreditar nisso Eleanor, o nome do marquês dado a um cachorro !
— posso lhe garantir lady Marthy que isso não é grande coisa. - Clarisse tentou parecer diplomática.
— não acho que esse seja o caso - completou Eleanor
— Nicholas não vai ligar - Clarisse quase gritou para elas
— Você nomeou um cachorro com o nome dele ! Qualquer pessoa normal ligaria
Ora elas já estavam passando dos limites, Clarisse não aguentava mais:
— sim, exatamente, qualquer pessoa normal ligaria, porém Nicholas pelo visto como a senhora bem disse não deve ser normal, porque ele não liga, e certamente não ficará ofendido, pois eu seriamente acredito, porque eu sou capaz de julgar caráter, que o ego dele não é frágil como a senhora parece pensar.
Elas não responderam, só a olharam espantadas e com desgosto
— não se preocupem, eu vou me lembrar de avisa-lo sobre a sua opinião acerca da saúde mental dele, na próxima vez que eu o vir. O que aparentemente é hoje.
— eu não disse isso Clarisse - tentou argumentar lady Marthy
— mas certamente foi o que pareceu.
Elas não responderam, então Clarisse encontrou força no silêncio para continuar:
— agora se as senhoras me derem licença, preciso voltar para a casa, vocês duas certamente estragaram meu passeio.
E enquanto virava e saia, Clarisse podia ouvir as fofocas se espalhando. Ótimo, viria um sermão no jantar, da mãe e pior de tudo, da tia!
— Ajax vem! - e o cachorro veio, feliz e saltitante.
Mas ela ainda não estava satisfeita, tinha mais uma coisa que precisava falar:
—- sabe senhoras, vocês não conhecem Nicholas tão bem como vocês parecem pensar, ou comentar que conhecem, e eu tenho toda a intimidade do mundo com o Nickye para dar ao meu cachorro o nome dele - e acrescentou no fim levantando o queixo com uma postura satisfeita de quem não tinha medo - passar bem.
Agora ela podia voltar pra casa e ouvir o sermão que viria, mas ela ouviria com dignidade, porque se fosse pra cair pelas mãos da sociedade, ela iria cair com graça.
Pelo menos era o que ela pensava.
                                      •~•
A algumas ruas de de distância de onde Clarisse estava ainda com o cachorro Ajax, O marquês se encontrava sentado no whites, com Hanry. Então eles começaram a ouvir uma inquietação dos homens.
— será que eles algum dia vai cansar de fofocar ? - perguntou Hanry
— acho que nunca. Fofoca é o que move a sociedade Londrina Avery.
Hanry não falou nada por um momento, só bebeu o resto do whiskey que tinha no copo
— o que será que é dessa vez ?
Nicholas pensou por um momento
— algum escândalo, uma dama falou alto demais, um marido pegou a esposa com outro, uma debutante dançou mais de algumas danças com alguém. Quem sabe, são todas fofocas bobas.
Hanry concordou com a cabeça pedindo mais uma dose de whiskey para eles
— não parece ser esse tipo de fofoca dessa vez
Hanry não confessava, mas ele amava fofocas, e certamente sabia muito delas, mas a diferença entre ele e os outros londrinos, é que ele não repassa a fofoca adiante, ele gosta de fofoca mas não é um fofoqueiro.
— se você está curioso Avery, e só ir lá perguntar
Ele ponderou por um momento
— é você deve ter razão, provavelmente não é nada de mais, ou que mereça nosso tempo
Então a multidão aumentou, e varias pessoas lançaram olhares para Nicholas e Hanry que estavam sentados na outra extremidade do salão
— talvez possa merecer pelo menos alguns segundos do nosso tempo ? - perguntou Hanry
— tenho certeza que só alguns segundos não fariam mal algum - concordou Nicholas, se levantando do banco, com Hanry colado atrás do seus calcanhares.
Ao se aproximarem do grupo, eles parecem ter ficado mais agitados, e Nicholas teve a impressão de ter ouvido alguém murmurar alguma coisa sobre Clarisse. As coisas estavam ficando interessante. Ele conhecia Clarisse, e se tivesse realmente a ver com ela, seria de fato uma fofoca peculiar.
— senhores - disse Hanry - vocês não gostariam de compartilhar a fofoca ?
— nos somos cavalheiros Hanry, não fazemos fofoca - respondeu o homem
— então o senhor gostaria de compartilhar a novidade ?
Eles se entreolharam por um momento pensando em qual seria a melhor maneira de dizer
— desembucha logo homem - soltou o marquês de st. Ajax, já perdendo a paciência.
O homem ficou nervoso e inquieto, mas por fim respondeu.
— tem a ver com Clarisse
Hanry sorriu, e Nicholas soube que ele já estava se divertindo
— sim ? - inventivou Avery
— aparentemente ela brigou com lady Marty e Eleanor
Nicholas podia imaginar o tipo de discussão que elas tiveram
— porque ?
O homem certamente não queria responder, mas mesmo assim falou :
— aparentemente - ele enfatizou o aparentemente - lady Clarisse, deu o seu nome ao cachorro.
Nicholas parou por um tempo, para entender o que o homem tinha dito, enquanto Hanry ria, chegou a escorrer lágrimas dos seus olhos de divertimento.
— ao cachorro ?
— meu deus isso é certamente uma coisa que Clarisse faria
— sim lorde Enrioth, lady Clarisse nomeou seu novo cão de Ajax, e saiu gritando com ele no meio do Hyde park, para todos ouvirem. Enquanto ele fugia.
Então Nicholas caiu na risada, ele sabia que Clarisse não se importava com seu título, e ele sabia que lady Marthy se importava, então ele podia imaginar como teria sido a discussão, ele queria muito ouvir o resto da história, e logo se encontraria com ela para o jantar, e ele queria estar preparado
— então Clarisse deu meu título ao seu cachorro ? Interessante, e certamente típico de Clarisse.
Ele olhou para Henry, que ainda ria.
— e onde lady Marthy e Eleanor entram na história? - perguntou Hanry tentando ficar sério
— ela disse algo sobre os pais de Clarisse negligenciar sua educação, então Clarisse disse que elas estavam insultando o seu cérebro lorde Enrioth, então ela saiu nervosa, enquanto as outras duas ficaram paradas estupefatas na rua.
— o que você acha disso Hanry ?
— acho que Clarisse se superou dessa vez
E Nicholas também achava.
— eu definitivamente preciso ouvir o resto dessa história

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