CARTA DA AUTORA

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Eu sempre coloco um pouco da minha personalidade nos meus personagens, mais precisamente, nas minhas heroínas. É um jeito de me aproximar delas é fazer com que fique mais fácil para escrever, e dar um quê de autonomia ao livro. Mas com a Clarisse foi completamente diferente. Ela é inteiramente eu. Tudo dela veio de mim, as respostas ríspidas, o medo de lagarto, a jeito de agir, os pensamentos, o medo de ser julgada pela sociedade, as perguntas de " se você tivesse que escolher entre.." e  cada coisa que Clarisse faz, eu faço também. E ela se tornou muito querida para mim, mesmo sendo só uma personagem.
A história de Clarisse e Nicholas, é romantizada, mas certamente alguém que lê esse livro já se apaixonou por um melhor amigo, um de vocês já. E é para você que eu escrevo; para dizer que, não da para tentar entender ou saber sobre os sentimentos das outras pessoas, então se arrisque, aproveite sua chance antes de ser tarde, por mais clichê que pareça. Ouse e seja impetuosa, uma boa amizade aguenta um beijo ou dois.  
Eu sei que a minha aguentou.
Roubar um beijo não é tão errado como parece, e certamente pode acabar sendo ainda melhor do que você imaginava, e se as coisas ficarem complicadas, você com certeza vai encontrar um jeito de concertar. As coisas só se quebram, se você permitir o tombo.
Então eu sei, que eu não mudaria as coisas que eu fiz, se eu pudesse voltar no tempo, eu ainda teria roubado um beijo, pulado na piscina de calcinha e sutiã e chorado no meu quarto depois pensando que eu tinha estragado a melhor amizade que eu tinha, e que tudo ia mudar. Foi assim que eu descobri que quando uma amizade é verdadeira ela suporta, o mundo acabou conseguindo me surpreender ainda mais, porque nada mudou. Ou pelo menos, nada que importava mudou.
O Nicholas, ele é uma incógnita para mim, mesmo que eu o tenha escrito, ele não é um personagem que surgiu na minha cabeça, ele existe, ele vive e respira, ele me manda mensagem de madrugada e sabe que eu estou dormindo então pede pra eu responder quando acordar, ele de fato brigou comigo por joaninhas, ele ainda é meu melhor amigo, e olha que já fazem anos. E é por isso que ele é uma incógnita, porque eu não posso supor os sentimentos dele, então eu escrevi tentando me colocar no lugar dele, o Nicholas não é um livro fácil de se ler, e eu acho que se ele lesse este livro, ele diria que está todo errado.
Mas a essência dele está aí, as brincadeiras e os risos altos, o jeito de falar e a pouca paciência para as coisas bobas, as varias cutucadas que ele da em Clarisse. E o amor por bolo de chocolate.
Se apaixonar por um amigo não é errado, você só não pode deixar a amizade se perder.
Não se esqueçam: o que é seu, um dia volta pra você.
Nicholas voltava todo verão.
                                      •~•
Espero que vocês acreditem em mim, quando escrevo sobre acaso. Assim como Clarisse, eu nunca acreditei em destino. Mas as vezes algumas coisas PRECISAM acontecer.
Lírio amarelo desde sempre foi minha flor favorita, me tráz a ideia de felicidade, então, quando eu escrevi o ' capítulo dos lírios amarelos' eu queria que fosse um capítulo feliz. Porém, eu não sabia o que escrever para fazer com que fosse especial para minha heroína, eu só sabia que queria que Nicholas mandasse pra ela um buquê e tinha que ser especificamente essa flor, e essa cor. Foi mais um jeito meu de, me transformar em Clarisse; a melhor parte, é que, eu tinha a cena, tinha o objeto e um contexto, mas não tinha as falas, então, por alguma razão desconhecida eu procurei lírio amarelo no Google e o que me apareceu foi ' o significado dos lírios amarelos' e eu não poderia ter me surpreendido mais com o resultado. Eles revelam a intenção de transformar um amigo em amor. Eu passei dez minutos encarando a tela do meu celular, depois mandei sete áudios para minha amiga, e ela disse exatamente essas palavras: "deve ser alguma coisa que estava dentro da sua alma, não sei explicar, não da pra explicar. "
Apesar de não acreditar em destino, eu sei que de alguma forma, era para essas flores encontrar esse livro. Mesmo que eu tenha me apaixonado por elas, muito antes de ter me apaixonado por livros.

Com amor,
EFFI L'PACE

Como se apaixonar por um marquês Onde histórias criam vida. Descubra agora