— você é um idiota, a pessoa mais idiota e burra que eu conheço - gritou Hanry depois de ouvir o que aconteceu
— como você vai embora assim ? Depois de tudo que ela te disse ? Você ama ela! Você sabe que sim então qual o problema ?
Nicholas Não respondeu, ele tava com vergonha das coisas e de como elas aconteceram
— NICHOLAS ! Responde
Então ele olhou nos olhos do amigo e confessou as suas dúvidas
— não posso ficar, mas não posso ir muito longe, não posso me casar com ela, mas me nego a deixá-la casar com outro. Aceito o seu amor mas não posso dar a ela o meu.
O amigo parecia prestes a socar uma bala no cérebro dele, ele estava bobo e e sem reação, estava próximo de explodir, mas esperou pelas próximas palavras do amigo
— quando ela tinha sete anos ainda, ela praticamente morreu
Henry assentiu, ele sabia um pouco sobre a história, então ele deixou o amigo falar.
— eu estava lá, ela começou a sufocar e depois caiu, ela pediu minha ajuda, mas não havia nada que eu pudesse fazer por ela e todos pensamos que ela iria morrer. Acontece que ela não morreu, mas ali eu percebi que eu não posso perdê-la, então eu nunca vou me permitir tê-la completamente, eu juro Avery, que se eu pudesse, naquele momento eu daria meus pulmões pra ela
Os olhos de Hanry se suavizaram
— você percebe o quão estupido isso soa ?
Nicholas riu mas disse mesmo assim
— se eu me casar com ela e ela morrer o que vai ser de mim ?
— então fique com ela pelo tempo que der
Então Nicholas gritou tudo que tinha dentro dele
— não dói se eu for a pessoa que vai embora! Mas essa pessoa não pode ser Clarisse, se eu fugir eu posso imagina-la viva e bem!
— se ela morrer Nicholas, vai doer de qualquer jeito, estando com ela ou não, você já a ama demais. - Nicholas sabia que aquilo era verdade mas ele se recusava a aceitar, então ele balançou a cabeça negando avidamente e Henry percebeu que não haviam palavras que mudariam os sentimentos de Nicholas, não palavras dele pelo menos. Ele em sua vez assentiu e antes de ir embora disse
— se despeça dela pelo menos, essa tarde terá alguma coisa na casa de Isabelle, você foi convidado. Apareça lá e fale com ela
O marquês assentiu e disse
— eu vou
•~•
Clarisse sentia seu mundo escorregar para longe, como se ela estivesse perdendo a única vida que sempre conheceu com a partida de uma só pessoa, no momento ela estava na sala cheia de pessoas, conversando amenidades e concordando com tudo que perguntavam a ela. Mas sua cabeça estava em outro lugar, estava em um certo marquês e eu buquê de flores amarelas, estava em uma noite proibida na casa dela e no beijo roubado na dele.
Estava pensando em todas as coisas erradas que ela se arrependeu de fazer, todas as palavras erradas, e os sentimentos que esmagavam seu peito.
Uma lágrima escorreu, e ela tentou limpar sem ninguém perceber. A vida dela seria resumida a isso agora, varias lágrimas perdidas o tempo todo que nicholas não estivesse com ela.
Então ela encarou a janela e manteve seu olhar lá para fora, paras as rosas e o céu que ela na verdade não estava vendo, até alguém cutucar sua perna
— oi - ela disse se virando para a pessoa que a cutucava, izzy. Esta olhou para a porta, onde a enorme figura do marquês estava, ele olhou para Clarisse e chamou ela com um aceno de cabeça.
— eu volto em um instante izzy
A amiga aventou com a cabeça e voltou para o chá.
Eles entraram em uma sala azul, mobiliada com dois sofás um piano e uma mesa de centro, com uma enorme lareira.
Nicholas começou a falar, mas ela não estava escutando. Porque seu coração pesava demais e ela sentia as lágrimas borrar sua visão
— eu primeiro nick
Ele parou de falar e esperou, e ela disse todas as coisas que ela pensou por muito tempo, ela já havia tentado de tudo então ela não iria se preocupar com sua palavras ele já estava indo embora de qualquer jeito. O irônico é que mesmo depois de tudo, ela ainda queria que ele ficasse.
—Você fez o que eu pensei que você nunca fosse capaz de fazer Nicholas. Mas talvez seja culpa minha, que, apesar de saber sobre sua reputação, não me importei, e mesmo tendo prometido pra mim mesma que não te daria meu coração. Eu te dei, mas não é como se ele nunca tivesse sido seu não é mesmo ? Eu só não pensei que isso fosse acontecer, que isso fosse acontecer entre nós, porque somos nós Nicholas, ou pelo menos deveria ser. Sempre foi assim e era pra sempre ser assim.
"Que boba fui eu em pensar que você nunca partiria meu coração quando você já partiu o de varias outras que vieram antes de mim. Eu vejo onde eu errei, foi ao ler muitos livros românticos, ou de acreditar que você não fosse tão ruim. eu pensei que tivesse doído, anos antes quando eu recebi sua carta. Mas não. não chega nem perto da dor que eu estou sentindo agora. Eu te amo Nicholas, sempre amei, e sempre vou amar. Você está marcado no meu coração, agora mais ainda, e eu me condeno pelo fato de não podê-lo odiar, mas eu certamente não gosto mais de você.
Ela olhou pra ele e viu dor nos olhos dele, e medo. Era uma coisa mínima, mas ela foi capaz de detectar. E ela não sabia o que significava, se ele se sentia mal porque ele não podia ficar com ela então ?
—rissye - ele disse com uma voz arrependida, ela podia ouvir isso na voz dele, quando ele chamava ela assim, ela sabia que ele realmente sentia muito. Mas dessa vez era diferente, ela não suportaria encarar ele, mas mesmo assim ela o fez,ela virou pra trás e disse a última coisa que estava no seu coração. A última coisa antes dela se despedaçar totalmente. Ela estava muito nervosa para se importar de qualquer forma. Ela percebeu que suas mãos tremiam, e seu coração estava acelerado..
—Eu guardei todas as suas cartas. Da primeira à última, desde que você se foi, e fazem treze anos, imagina só quantas cartas são. Eu tenho todas elas, todas e cada uma guardadas em uma caixinha de madeira, em cima da minha penteadeira, a joaninha de madeira que você me deu também está lá. Só falta uma, que eu queimei depois que a li. Acho que você pode imaginar qual é
Depois de uma pausa
— Mas se você não puder, eu te recordo " Clarisse amari Bllemt, Com muito pesar no meu - não tão duro - coração, escrevo que, o peixinho que você me deu, há alguns anos encontrou a paz. Ele viveu uma linda jornada, e foi muito feliz em todos os momentos da sua breve vida. Uns dizem que ele morreu de velhice, e outros dizem que foi de tanto comer. Eu por outro lado, estou tentado a concordar com a teoria de Henry, de que ele já estava cansado de viver comigo. As pessoas cansam, mas eu espero realmente que você nunca canse de mim
de qualquer forma, nos jogamos ele no mato aqui perto. Não foi um enterro digno eu sei, mas ele vai viver nas nossas memórias para sempre, isso já é bom o suficiente.
Como você bem sabe, estou voltando no verão, e a mãe diz que esse ano vamos passar o verão em Londres ao invés de Kent, eu quase não acreditei quando eu li, existe nessa vida coisa pior do que Londres na temporada social ? Não, esquece o que eu disse, certamente existe coisa pior do que a temporada social de Londres, e não uma coisa propriamente dita, mas uma pessoa. É com grande sinceridade, e toda a humildade que eu encontro no meu ser - e um tanto de coragem devo dizer - que você é mil vezes e talvez até mais, pior do que a temporada social de Londres.
Mamãe disse que você vai participar esse ano, não como debutante, desejo sorte minha amiga. Ainda bem que eu nasci homem. E com um título. - então Clarisse começou a chorar enquanto recitava a carta
"Não estou querendo ser ignorante, mas as vezes é muito bom ter um título.
Quanto a sua última carta, devo dizer que, considerei levar o Henry para casa nessas férias, e graças ao céus, ele vai, fico muito feliz pois assim ele vai me ajudar a aturar você. "
—Rissye por favor - ele implorou mas Ela o ignorou
— " Fiquei muito feliz também em saber que Tristan está ótimo, eu realmente sinto falta do meu cavalo Clarisse, ainda mais do que sinto suas.
O propósito dessa carta portanto é informar as últimas notícias, não se espante, e por favor não conte para mamãe, ela teria um ataque de nervos.
Eu finalmente beijei aquela atriz que eu tinha comentado, que veio fazer uma peça de teatro por aqui. Foi muito intenso se você me permite dizer. Quase tanto quando uma corrida de cavalo sua, com toda sua nenhuma habilidade. Espero que seu último tombo não tenha deixado nenhuma marca. Hanry disse que eu demorei muito para beijar ela, acho que as vezes ele finge saber mais do que realmente sabe.
Fiquei pensando sobre o que fazer quando terminar ethon e começar em Oxford. Mas eu mal posso esperar para voltar para casa.
Espero que tenha bolo de chocolate.
Se você não entendeu o tópico acima eu vou explicá-lo. Por favor, peça para prepararem um bolo de chocolate para quando eu voltar. Eu vou ficar muito feliz.
E sim, eu já comprei seu presente de aniversário, encontrei outro dia enquanto andava com Hanry. E sim tenho certeza de que você vai gostar.
Henry comprou alguma coisa para você também, mas ele não deixou eu ver. Disse que era surpresa e que eu estrago todas as surpresas.
Mande lembranças a sua irmã por mim.
E aos seus pais, deus, faz muito tempo que eu não falo com eles, e com meus pais também, as vezes acho que minha mãe tem preguiça de redigir cartas para mim, ela não escreve tão constantemente quanto você.
Espero que esteja tudo bem, e que você esteja morrendo de saudades quando eu voltar.
Com amor,
Nicholas Thorei Enrioth, marquês de st.Ajax
Ps: não esquece do meu bolo
XOXO "
Eles ficaram dez minutos, poderia ter sido uma hora ou três minutos, Clarisse não sabia, se olhando sem dizer nada, até que ela quebrou o silêncio:
—não é estranho Nicholas ? Que a única carta que eu li só uma vez há tantos anos atrás eu saiba todas palavras ? Eu acho que sim.
—Espero que você saiba o que você está fazendo Nicholas. Eu certamente já não sei.
Ele tão pouco sabia também
— Rissye por favor, por favor não vai embora, me deixe explicar
Ela não precisaria ir embora, porque ela sabia que ele iria, ele sempre fugia, sempre, só que nunca dela. Até hoje pelo menos. Mas ela não sabia que todas as vezes que ele ia embora era por causa dela...
Então ela virou as costas e saiu, nenhuma lágrima caiu, e ela percebeu que para elas caírem, ela precisaria aceitar que o que aconteceu foi real e que ela tinha acabado de perder seu melhor amigo. E isso ala ainda não estava pronta para fazer.
Ela nunca mais julgaria as pessoas que viviam em negação.
E ele disse antes que ela estivesse longe demais
—Nunca teve bolo
Então ela virou
—Como ?
—O bolo rissye eu cheguei em casa e pensei, eu realmente pensei que teria um bolo, de chocolate, e então não tinha nada. E eu percebi que tinha algo errado. Você nunca ia me deixar sem bolo, por mais nervosa ou brava que você estivesse, e foi ali que eu soube, naquele verão mesmo sem saber exatamente eu soube, soube que tudo tinha mudado e que eu precisaria me esforçar mais do que o normal para nunca te perder
—Você nunca ia me perder - ela disse e era verdade
—Mas de alguma forma eu perdi - tinha uma tristeza ilegível no olhar dele. Aqueles olhos verdes....
E ela não respondeu
—Foi o bolo de chocolate Clarisse
—Um bolo ?
—Sim
—Eu sinto muito
—Não se desculpe
—Eu fiz um bolo - ela confessou
—Como ? - ele juntou as sobrancelhas
—O bolo, o seu bolo, eu fiz, foi "o desastre do bolo do Nicholas" eu o nomeei assim, ficou péssimo, ele quebrou e depois eu fiquei tão nervosa que eu taquei na lareira e fiquei lá vendo o bolo queimar junto com a carta
—Você me fez um bolo - ela percebeu que não era uma pergunta - mesmo com raiva
—Eu fiz todos os seus bolos Nicholas, acho que eu queria que você me desse valor
—Eu sempre te dei valor - ela era a única pra ele, e se ele não fosse ficar com ela, ele não ficaria com mais ninguém
— eu fazia o bolo, você ficava tão feliz quando tinha bolo de chocolate, acho que eu queria que você ficasse tão triste quanto eu tinha ficado, ao receber a carta, e minha ideia foi te negar o bolo, depois que ele deu errado, na hora pareceu a coisa certa a se fazer. Ou pelo menos a coisa menos errada.
Ele não respondeu de imediato, e ela pensou que ele não iria, então ele disse
— eu sempre soube que era você que fazia os bolos - ele confessou pra ela
— como ? - agora era ela que estava confusa, ela sempre achou e supôs que ele não sabia que ela fazia seus bolos de chocolate
— eles sempre estavam queimados, a cozinheira nunca disse nada, mas quando ela fazia os bolos para o café da manhã dos meus pais, não estavam queimados, então eu descobri... eventualmente
— e você continuou comendo bolo queimado, por quatorze anos ?
— eu não queria te deixar triste - ele disse
— entendo
— e depois que você ia embora, voltava pra sua casa a cozinheira sempre tinha um bolo de chocolate não queimado para mim, ela sempre falava " só porque você não desapontou a menininha " e com o tempo eu me acostumei, e pra confessar eu preferia seu bolo queimado ao dela.
Clarisse assentiu, ela não sabia o que fazer ou o que dizer.
—eu sinto muito por tudo que eu te fiz Rissye, eu nunca queria te deixar triste
Ela sabia que era verdade o que ele dizia, mas isso não quer dizer que doía menos.
—não seja bobo Nicholas, os bons momentos com certeza sobrepõe os ruins
—eu nunca quis partir seu coração
E foi a sinceridade na voz dele que surpreendeu Clarisse, como se ele tivesse confessando seu pecado mais antigo. Isso atravessou o peito dela
—não acho que você queria - e ela realmente não achava.
—eu juro que não
—mas mesmo assim doeu, porém eu aceitei o risco Nickye, eu fui a sua casa e roubei um beijo, você só pegou ele de volta, de pouquinho em pouquinho
—e acabei levando seu coração junto - angústia e desolação circulavam a voz dele
—bobeira, ele sempre esteve com você - ela tentou fazer graça, mas seu sorriso vacilou
—sempre? - ele estava muito curioso para evitar perguntar
—acho que sim
—acha ? - ele perguntou sorrindo
—não tem como ter certeza Nicholas
—acho que meu coração sempre foi seu também Clarisse - ele não achava, ele sabia que o coração dele era dela, sempre foi, desde quando ela bateu nele pra salvar uma joaninha, ou quando ela o empurrou colina abaixo, ou quando eles se esconderam no escritório do pai dele pra mexer nas coisas, ou quando ela o convenceu a deixar ela beber um copo de whiskey com dezesseis anos em Kent, todas essas vezes ele a amou um pouco mais, e todas essas vezes ela pegou mais uma parte do coração dele. Não há parte restante para outras pessoas.
Ela olhou pra ele desconfiada
—tudo bem, nem sempre foi seu explicitamente, mas ele já era seu antes de eu saber disso
—funciona pra mim - ela disse
—você pode me desculpar ?
—você não parece tão arrependido como antes
—ah mais eu estou
—eu duvido
—e o que eu tenho que fazer pra você acredite ?
—tem uma joalheria linda aqui em Londres, estava comentando com a minha mãe outro dia como a pulseira de joaninha parece solitária
Depois de uma pausa ela continuou
-ela certamente ficaria mais bonita com um colar combinando
—você quer um colar ?
Ela parou e pensou a respeito
—não
—não?
—não
—eu não estou te entendendo Clarisse
—eu quero a nossa amizade, vale muito mais do que ouro e joias
—certamente vale
—mas eu não iria reclamar de receber ouro e joias
Ele gargalhou e ela sorriu, queles eram eles.
—tenho certeza que você não iria - ele disse rindo
—obrigada Nicholas
—porque ?
—por ter voltado, todo verão
—onde mais eu estaria ? - ele disse sincero
—melhores amigos ?
—melhores amigos
—até o final do mundo ou desse século ?
—sim, ou até a gente cair no lago. E você ameaçar me matar.
—senti sua falta nick
—eu também senti sua falta rissye
E eles se abraçaram, e parecia que ali era o lugar do mundo que ela deveria estar.
Eles eram Nicholas e Clarisse, graças a Deus, isso nunca iria mudar.
Então ele beijou o topo da cabeça dela, sorriu e disse
— eu ainda preciso ir - ele confessou
— eu sei
— eu vou voltar
— eu vou te esperar no verão
— claro que vai
— só volta okk ?
— eu sempre voltei
— sempre - ela sussurrou. Mas antes dele ir embora, antes dele cruzar a porta e fugir ele virou, e a princípio não tinha certeza sobre o que estava dizendo, mas sua boca já estava falando antes dele sequer pensar :
— Você acha que eu não tenho suas cartas ? - ele não deixou ela responder, apenas continuou - Eu carrego uma comigo, desde quando você a enviou, foi sua primeira, e eu nunca poderia esquecê-la, eu me dizia que era apenas um lembrete de casa, que minha casa era em algum lugar e que eu tinha alguém, que eu existia em outro lugar além de apenas no meu corpo, então eu carreguei sua carta comigo, através dos anos, das idas aos clubes, das garrafas de vinho do Porto ou whiskey, dos meus encontros com mulheres, nas minhas viagens. E eu sempre a trazia pra casa no verão, e sempre a levava de volta no outono, e ela sempre ficou no meu bolso.
Ela era minha lembrança e minha memória de casa, e era você. Pra eu nunca me esquecer de voltar. Pra eu lembrar que eu tinha um lugar, e que eu amava e era amado e que eu tinha uma melhor amiga, e eu me peguei relendo essa única carta varias vezes em varias noites quando eu tinha saudades das brigas ou de qualquer outra coisa que eu fazia em casa com você, quando não podia dormir.Você era o que me prendia a casa, sempre foi você Clarisse, casa é principalmente onde mora o coração e o meu mora em qualquer lugar onde você esta .
Ele olhou pra ela, e ela estava branca, literalmente branca sem cor e com certeza sem reação, ele pensou que ela não estava creditando nele. Então ele levou a mão ao bolso e tirou de lá uma carta amassada, e velha, e ela soube, que mesmo que ele não soubesse ou entendesse como, ele a amava. Ele a amava profundamente, e ela precisaria encontrar um jeito de fazer ele enxergar isso.
Então ele olhou pra ela e fitou sua alma, e roubou mais um pedaço do coração dela, quando ele começou a ler a carta, sem de fato olhar para o papel e ler.
Ele a dizia
— " Para nick,
Não Nicholas, nem marquês de st. Ajax e definitivamente não futuro duque de Hawley.
Porque você é mais do que um título honorífico para mim. Mas isso implica que eu saiba o que você é para mim, o que eu ainda não tenho certeza se sei. Além de que você é meu melhor amigo, e as vezes praticamente meu irmão. Mas você não é meu irmão e é muito mais do que meu melhor amigo. " - ele tinha um sorriso no rosto ao ler essa parte - algumas coisas não mudaram Clarisse.
Então ela sorriu também, e ele continuou
— "O propósito dessa carta, é para dizer que eu tenho saudades. Hoje eu acordei e não fui pra sua casa para as aula com os tutores, não pisei no pé de ninguém durante as valsas e quando fui dar um passeio pelas propriedades ninguém me empurrou no lago. Parece tão bobo que as coisas que você fazia que me deixava estressada, ou irritada pelo menos, são as que eu mais sinto falta. Tá um silêncio muito grande por aqui, e o silêncio nunca pareceu tão errado; não é como o silêncio de quando você vai dormir que da pra escutar o coração batendo no peito ou o barulho das árvores balançando, é um silêncio diferente, como se faltasse alguma coisa, e eu percebo que falta você. "
— as vezes eu ainda sinto esse silêncio - ela murmurou, mas ele ouviu.
— o que ?
— quando você não esta aqui, se eu me concentrar um pouco pelo menos, eu ainda consigo escutar esse silêncio, mesmo se eu estiver em um salão de baile lotado no meio de Londres
Ele assentiu com a cabeça e prosseguiu, e ela percebeu que ele não estava lendo a a carta, só olhando para ela, ele já havia lido tantas vezes que decorara as palavras.
— " Mas acho que foi bom você ter ido embora, pelo menos para as joaninhas, elas com certeza estão seguras agora.
Mesmo assim, acho que eu preferiria um mundo sem joaninhas a um mundo sem você. Mesmo eu amando muito elas. Elas não são você.
Amanhã nos estamos indo para Londres ( nos nos eu digo minha família mais a sua ) e vai ser uma tortura, principalmente porque você não vai estar aqui pra se esconder comigo em algum lugar ou mexer nas coisas dos outros.
Percebi também que eu estou com saudades de todas as brigas que tínhamos, então prometa para mim nick, prometa que vai voltar, nem se for para matar alguma joaninha, me empurrar no lago ou brigar comigo. Só volta pra casa, porque casa não é casa sem você.
Eu vou te esperar no verão, eu vou sempre te esperar no verão, então por favor volte no verão, pelo menos isso não precisa mudar.
Você foi pra muito longe, mas eu espero ser o suficiente para te fazer voltar, por apenas por 3 meses, 90 dias, 2.160 horas, 129.600 minutos, 7.776.000 segundos.
Sinceramente sua,
Lady de nada nem de ninguém, apenas Rissye pra você. "
Ela não sabia o que responder
— Hanry me encontrou com essa carta no meu quarto em ethon, já que nos o dividíamos. Ele a pediu pra ler e afirmou que tinha lágrimas no meu rosto, ficou até preocupado de ser uma notícia triste. Eu nunca o deixei ler, aí teve um dia que ele a Leu em segredo, disse que eu sempre ficava estranho com essa carta, e disse que a partir daquele dia ele entendia o porquê.
— ele sabia das cartas ?
— de todas. Mas depois que ele leu essa, ele pediu pra te conhecer , a princípio eu não queria
— mas você levou ele pra casa naquele verão - ela disse, se lembrando de quando aconteceu
— depois de fazer ele jurar que não falaria nada sobre a carta, não queria que você pensasse que eu era um menininho bobo
— eu nunca pensaria isso a seu respeito - e ela ainda estava muito emocionada por saber da carta para ter qualquer outra reação
— eu sei disso agora
Ela sorriu
— obrigada Clarisse, por ter feito todos os meus momentos em casa especiais
— espero que você se encontre logo Nicholas, aí você vai poder voltar pra casa logo.
— tenho a impressão de que, se eu não voltar você me buscaria
Ela deu um olhar mordaz pra ele, com um pingo de divertimento de impertinência. A típica Clarisse que ele conhecia
— se você for muito burro para se encontrar sozinho talvez eu vá.
— espero não desaponta-la
— até hoje você nunca tinha feito
Ele parou
— o que ?
— bem, você sempre voltou não é mesmo ?
— sim - ele disse praticamente sem voz
— acho que não estou tão preocupada então
Mas ela completou:
— entretanto, se você não voltar no verão, eu nunca vou poder te perdoar.
Ele sorriu, se aproximou dela, e deu um beijo em sua testa, logo depois virou as costas e saiu. Ele deuxou para se preocupar com as palavras dela depois. E ele não voltou. Por pelo menos um mês ele não voltou.
— é Nicholas Clarisse, fique calma, é Nicholas, é Nicholas, é Nicholas, ele sempre voltou, ele sempre volta, e ele sempre vai voltar, é o Nicholas, ele não iria não voltar, ele nunca faria isso. - ela sussurrava para si mesma, tentando fortemente acreditar nas palavras.
Se fosse seu Nicholas ele voltaria, senão, ela o tinha perdido pra sempre.
Perdida em pensamentos ela não ouviu Hanry entrar, ou escutar ela falando sozinha. Sobre Nicholas
— Hanry
Ele riu
— eu não me preocuparia Clarisse.
Então ele ouviu pelo visto.
— não ?
— não tanto em relação a Enrioth.
— e porque não ?
— porque ele é seu
Se ele fosse meu, ele não teria ido embora
— não entendo...
— creio que você entenda, ele é tão seu quanto você é dele, senão mais. Posso dizer, porque passei todos esses anos dividindo o quarto com ele, que ele nunca me deixou aproximar como ele deixa você, e eu sou o melhor amigo dele.
— não parece que ele é meu..
— é porque ele não descobriu isso ainda
— mas você disse..
— eu sei o que eu disse, mas não é porque eu sei que ele é seu, que ele saiba que é seu.
— isso não faz sentido Henry
— e quando o amor fez sentido Clarisse ?
— aparentemente nunca
— exatamente
— será que ele vai demorar muito pra descobrir isso ?
— não sei
— Hanry !
— acho que você não devia tê-lo deixado ir agora
— fiquei me perguntando se foi a decisão errada
— imagino que sim
— temo que ele nunca volte, e que eu nunca possa seguir em frente
— porque ?
— porque eu vou ficar pra sempre esperando ele
— é mais forte do que ele
— o que ?
— o desejo de ir até você
Ela não respondeu
— sabe quantas vezes eu o vi fazer planos para o verão sem ser voltar para casa, e quando se aproximava do verão ele os cancelava, apenas por sua causa ?
— não - era um sussurro
— muitos Clarisse
— e o que isso significa?
— significa que, quando for o momento, ele vai voltar.
Então ela disse, o que estava guardado em seu coração, e ela não tinha coragem de pensar muito
— se ele fosse meu de verdade, ele não teria ido
Hanry pareceu pensar por um momento, ou considerar algumas coisas
— não sei o que dizer
— é porque não tem o que dizer Hanry, admita
— não acho que isso seja verdade, mesmo que ele soubesse que é seu, pessoas que conhecem seus sentimentos ainda precisam de tempo para pensar, tempo para colocá-los em ordem e entendê-los
Ela abraçou ele, e então se permitiu chorar, chorou todas as lágrimas que guardava, chorou todos os seus medos e incertezas, chorou os momentos que ela já tinha vivido e os que tinha medo demais em lembrar, Chorou pela menina que ela era, e pela que existia dentro dela agora. E Hanry a abraçou tão forte que ela seria para sempre grata.
— acho que eu provavelmente vou precisar de mais concelhos Hanry
Ele sorriu pra ela
— vou estar aqui se você precisar
E ela precisava... só não podia falar o porque, pelo menos, não ainda.
Então ele se virou e partiu, deixando ela mais uma vez. Sozinha.
E ela precisou se encarar, colocar um sorriso no rosto, e como uma mulher crescida voltar a companhia de izzy. A noite, no seu quarto que ainda cheirava a Nicholas ela podia desmoronar, mas ela não faria aqui ali. Ela devia ser mais forte que isso.
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Como se apaixonar por um marquês
RomanceEle nasceu um marquês, futuro duque, mas para Clarisse Amari Bllemt, ele era apenas Nick, seu melhor amigo, parceiro de aventuras e matador de joaninhas. Mas todos sabem que melhores amigos sempre vão encontrar um jeito de se apaixonar.... você des...