Como se apaixonar por um marquês

CAPÍTULO 30

A verdade era que, Clarisse não esperava reencontrar Nicholas tão cedo depois da discussão deles, e claro que para isso ela o estava evitando, mas aparentemente a vida tinha outras vontades, ou ela não estava evitando o suficiente .
Eles saíram de casa juntos, no mesmo instante as portas se abriram e ele assim como ela , saiu de casa, eles seguraram os olhares por treze segundos e seria impossível dizer qual deles quebrou a conexão primeiro, logos eles desceram as escadas entraram  ao mesmo tempo em carruagens separadas, e é claro chegaram juntos ao soirée da noite.
Suas famílias amigas, pararam para conversar e Clarisse se viu olhando para Nicholas. Não foi um olhar passageiro de quando vê algum conhecido na rua durante um passeio de carruagem. Ela viu ele, não o marquês ou duque não o Nicholas que só ela conhecia ou o lorde Enrioth que os outro conviviam, de algum forma era ele, e ela soube que nunca jamais em toda sua vida ela o veria daquela forma novamente.
Ela nunca entendeu como as pessoas podiam ver tanto em olhos, mas naquele momento ela compreendeu... chegava a ser ensurdecedor, mas não durou muito e ela não pode identificar muito em seu olhar pois ele virou as costas e adentrou no salão, ela como não tinha o que fazer o seguiu, e começou a procurar no salão por alguém, qualquer pessoa, ela aceitaria a companhia de qualquer um para distraí-la ou ocupá-la,ela só queria alguém para resgata-la dela própria, o único problema é que não via izzy em lugar algum....
— com licença vou buscar uma limonada
Então antes de receber permissão para sair, ela se virou e praticamente correu para longe de Nicholas, ela não queria ficar muito perto dele, dos pais dela ou dos dele, ela não estava pronta para as perguntas que provavelmente viriam, perguntas que ela não saberia responder
O que aconteceu com vocês?
Porque vocês não estão se falando mais ?
Vocês brigaram ?
Onde a gente se perdeu ?
Onde eles erraram?
O que foi que a gente fez ?
Então ela fugiu, era como se ele estivesse dando choques nela, e aquele pensamentos machucou mais do que qualquer outra coisa. A pessoa do seu amor nunca deveria ser a causa de sua dor.
Ela estava presa em uma espiral na sua mente, ficava reprisando as memórias e as coisas que eles fizeram errado, ela podia ouvi-lo dizer  " NÃO " repetidas vezes, mas ela ainda estava lá, naquele momento em que ela se abriu pra ele, e em todo os momentos que ela se entregou, não só o coração e a alma, mas seu corpo também... ela se entregou totalmente a Nicholas e agora ela estava perdida, agora a sociedade a veria como uma outra pessoa, a olhariam de outra forma, ela nunca mais seria digna, de acordo com eles, agora ela não poderia casar com outra pessoa porque não era mais virgem, e o pior de tudo, é que ela não se arrependia, e era torturante ser refém da sua cabeça, meu deus o que ela faria agora....
— lady Clarisse ! - exclamou uma voz familiar, mas Clarisse não estava no humor para lorde Edward, mas ele havia tirado ela da prisão dos seus pensamentos então ela podia aguenta- ló por alguns minutos... tomara.
— lorde Edward - ela fez uma pequena reverência
— que surpresa encontrá-la, faz um tempo que não a vejo senhorita.
— sim tenho estado meio desligada ultimamente
Ele cerrou as sobrancelhas, mas não perguntou nada graças a Deus.
— espero que esteja tudo bem
Ela sorriu e assentiu com a cabeça dando o braço a ele e seguindo seu caminho até a limonada, ela percebeu que já havia cruzado a mesa de bebidas três vezes antes de esbarrar com lorde Edward.
— nada que um chá não resolva lorde Edward
Ele pensou em falar alguma coisa, mas não tinha certeza, infelizmente para Clarisse, ele disse mesmo assim
— eu ia perguntar se a senhorita aceitaria fazer um passeio amanhã quem sabe
— quem sabe... - ela murmurou
— a senhorita está bem ? - ele parecia preocupado
— só uma dor de cabeça nada mais eu lhe garanto
— se a senhorita aceitar meu convite, escreva para mim, eu agradeceria muito
Ela assentiu, não tinha mais nada a dizer a não ser
— eu vou
Então ele a cumprimentou, beijou sua mão e saiu. E ela se viu sozinha novamente, onde ela podia se perder e se condenar sem julgamentos a não ser os dela.
Algumas pessoas pararam para conversar com ela, outras vezes ela parou para conversar com alguém, mas nada em que ela estivesse minimamente interessada. Entretanto o auge da sua noite, foi quando uma debutante, inesperada, a parou e começou a falar, como se elas fosse amigas há anos.
— Clarisse ? - disse a menina a abraçando
— sim - ela respondeu arqueando-se as sobrancelhas
A menina soltou um suspiro
— ah que sorte então que eu a encontrei
Clarisse esperou quieta a menina voltar a falar, e quando ela fez, Clarisse deu um suspiro audível, fechou os olhos e jogou a cabeça para trás contou até cinco e voltou sua atenção a menina.
— bom, preciso de conselhos - disse por fim, mas Clarisse não estava em um bom momento, não era um bom dia, era um dia terrível na verdade, e ela não estava com paciência para ninguém...
— desculpa não sou adequada para tal
E tentou se esquivar, mas a mão da menina se cravou em seu pulso impedindo-a de sair.
— eu só preciso saber como conquistar lorde Enrioth, digo, marquês de st. Ajax - continuou a menina
Por um segundo Clarisse sentiu pena da menina, por ser tão ingênua quanto ela fora- e ainda era-  " ah se ao menos eu soubesse a resposta", mas a pena tampouco durou, Clarisse olhou pra ela, perto de bater em alguém, ela colocou as mãos nas têmporas, suas mãos estavam tremendo e ela estava nervosa e não se sentia bem, sua cabeça doía como o inferno e ela estava um pouco tonta
— não sei como ajudá-la querida
Então Clarisse novamente tentou se soltar, e a menina novamente não deixou dessa vez fincando suas unhas em seu braço, Clarisse não iria fazer uma cena, mas ela estava devidamente nervosa e completamente incomodada.
— olha eu realmente preciso saber ok ? Dizem que ele parte corações mas o seu me parece muito inteiro para mim, considerando que você foi sua última vítima. E como vocês são melhores amigos praticamente irmãos foi o que eu ouvi, então você deve saber o que ele gosta, você deve saber alguma coisa qualquer coisa que possa me ajudar querida, você deve conhecer ele muito bem então qualquer coisa vale - ela despencou a falar rapidamente e agitando os braços, a todo momento Clarisse pedia ajuda pra deus, ela só precisava que alguém a salvasse, só por uma vez ela queria que alguém a resgatasse porque ela não podia. Hoje não. Naquele momento não. Sua dor de cabeça havia intensificado incessantemente e ela teve outra tontura repentina, sua visão ficou turva e ela se sentiu cambalear para trás, ela iria desmaiar, mas entao uma mão e corpo firme a segurou. Ela reconheceu imediatamente o corpo. Ela nunca se esqueceria daquele corpo, ou pelo menos nunca não o reconheceria, aquele corpo estava marcado em cada centímetro do dela.
— Clarisse ? - ele olhou pra ela, tentando ler seus olhos e tinha preocupação ali
— estou um pouco tonta, e com dor de cabeça
Ele assentiu e a aproximou de si, a amparando com um braço enlaçando sua cintura dando a ela algum apoio.
— você me levaria para casa nick ?
— claro
Então ele pegou o braço dela foi em direção aos seus pais, suas pernas estavam fracas e ela se apoiava ainda mais em Nicholas, ela devia estar mais branca do que o normal mas não diria nada
— Clarisse não está se sentindo bem - ele disse quando encontraram os pais
— o que houve minha filha ? - perguntou marcelle já colada em Clarisse com a preocupação estampada no rosto, ela passou as mãos pelo rosto da filha
— só uma dor de cabeça - ela tentou minimizar a situação e viu Nicholas franzir a testa
A mãe dela assentiu
— nos devemos ir embora então willian - a mãe chamou
— mas vocês acabaram de chegar..- disse Clarisse se apoiando ainda mais firme em Nicholas, que não esperou mais nenhum tempo para alegar
— eu já estava de saída para encontrar Hanry no clube, só passei aqui para cumprimentar algumas pessoas, e também preciso passar em casa de qualquer forma. Eu levo Clarisse, vocês podem aproveitar a noite.
— a que adorável! Muito obrigada Nicholas querido- ele assentiu e eles se despediram e as mães deram beijos na bochecha dos dois.
— vamos Clarisse ? - ele chamou
Ela olhou pra ele, e ele estendeu as mãos
Ela aceitou e eles saíram com ele a encaminhando para a saída
— você tem certeza que está bem ? - ele perguntou enquanto desciam as escadas
— sim só preciso descansar...- outra onda de tontura veio, e ele a pegou no colo imediatamente
— você com certeza não parece bem Rissye
— tenho certeza que não deve ser nada de mais, não se preocupe
Ele a carregou até a carruagem e eles entraram, durante todo o trajeto ela se sentiu muito diferente de todas as outras vezes que andaram juntos, que estavam juntos e sozinhos.
Eles não conversaram, e ela continuou olhando para fora, depois de um tempo ela fechou os olhos
— você está fingindo dormir - disse o marquês
— humm?
— voce não está dormindo de verdade
— você precisa fingir dormir antes de realmente dormir Nicholas essa é a ordem
Então ela voltou a fechar os olhos, e deve ter caído no sono de verdade, porque só acordou quando já estavam na porta da casa dela, e Nicholas sacudia seu braço.
— você definitivamente ronca
Ela olhou pra ele, e mostrou a língua.
Ele a Seguiu para casa com as mãos em sua cintura, a esperou entrar e fechar a porta atrás de si, e só então quando estava protegida na privacidade do seu quarto ela se permitiu quebrar.
Afinal ninguém mais poderia ser culpado a não ser ela, que cruzou a linha por eles sozinha, sem se importar com os sentimentos confusos que iriam crescer em seu peito
Ele estava tentado ser casual, mas estava um pouco forçado. E ela soube, que se a amizade deles acabasse, a culpa era dela. E ela nunca se perdoaria por isso.
Izzy disse que uma amizade verdadeira aguenta um beijo ou dois, estava na hora de por isso a prova. Mas o problema é que ela não havia apenas beijado Nicholas... a dor de cabeça começou a ficar insuportável, então ela deitou na cama e... apagou.