any
Me via novamente em frente ao enorme espelho redondo. Minha face me alegrava um pouco, e até que eu gostei do que vi. Vestia uma calça jeans azul escura, all star pretos, blusa com listras coloridas que tinham mangas grandes.
Suspirei, pegando meu celular e desci as escadas.
Quando cheguei lá em baixo, vi meu primo sentado no sofá da sala sozinho, ambo mechia no celular. Andrey, parece ouvir alguém se aproximar, então o mesmo olha em minha direção, me vendo descer as escadas devagar. O americano me observa dos pés à cabeça, mordendo seu lábio inferior.
─Nem guindaste! ─ele comenta, me fazendo soltar um riso baixo.
─Ah, cala a boca, Andrey! ─digo sentindo minhas bochechas corarem, por conta da vergonha que eu estava sentindo.
─Ui ui! ─minha irmã aparece na sala com uma bandeja de biscoitos em mãos, sentando-se ao lado do meu primo. ─Onde você vai tão arrumada assim? ─ela me olha maliciosa.
─Ter um encontro. ─digo.
─Já sabe, né, o que é sim, é sim, e o que é, não, é não. ─ela zomba da minha cara, entregando a bandeja para Andrey pegar alguns biscoitos de dentro.
─Idiota. ─reviro meus olhos, e eles riem da minha cara.
─Quero você aqui as nove horas em ponto. ─minha mãe surge na sala.
─Tudo bem, mãe. ─digo que sim num balançado de cabeça. ─Eu não vou ficar na rua fumando maconha até tarde, não. ─lhe lancei um sorriso divertido, e minha mãe revirou os olhos para mim.
─Tchau para vocês. ─sai pela porta da frente, fechando a mesma logo atrás de mim.
Pude ver que o carro de Ruel já estava parado em frente de casa, esperando por mim.
Caminhei mais um pouco até chegar próximo ao seu carro, que mantinha o vidro fechado.
Assim que me aproximo, o vidro do mesmo é aberto. ─Entra. ─ele diz mostrando um sorriso divertido no rosto, e eu obedeço fazendo o mesmo.
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Ter ansiedade é um saco, e se torna mais um saco ainda, quando se estar ao lado de um garoto incrivelmente lindo e não poder fazer nada.
Estamos a alguns segundos caminhando pelas ruas de New York e ambos sem dizer nenhuma palavra. Assim mesmo foi durante o percurso no carro, Ruel não dirigiu uma palavra se quer para mim, e eu também não me atrevi a dizer uma. Estou a perder a paciência com isso, se eu soubesse que sair com ele, seria dessa forma, eu preferia ter ficado em casa.
─Chegamos! ─finalmente ele disse. ─adentramos o ambiente, era o shopping mais famoso daqui de Nova Iorque.
Ele caminhava, e eu só o seguia.
─Estamos indo pra onde? ─pergunto ainda sem entender.
─Até o cinema. ─respondeu ele firme, apenas se virando para me encarar quando foi me responder.
Murmurro um "hum", o vendo se distanciar e ir até fila não tão grande para comprar os ingressos para o filme.
Assim que ele volta com os ingressos em mãos, eu me viro para o mesmo resolvendo acabar de vez com esse climão chato. ─Se eu soubesse que você ficaria assim desse jeito, eu teria ficado em casa! ─digo já impaciente, e ele me olha, deixando escapar entre seus lábios levemente rosados um riso baixo. Aquilo me deixa com uma raiva tão grande, fazendo com que um ódio grande percorra por todo o meu corpo, que se não estivéssemos dentro de um local em público, eu esbofeteava a cara dele.
─Qual a graça? ─eu pergunto, cruzando meus braços em frente ao corpo.
Ele morde o lábio inferior na tentativa de tentar segurar o riso. ─Sorry, mas você falou de uma forma engraçada. ─mudo de posição, jogando todo o peso do meu corpo para outra perna, jogo meu pescoço um pouco para o lado na tentativa de demostrar que eu já estava ficando impaciente com sua demora.
─Any, eu não estou querendo soar chato com você, mas vamos se dizer que hoje eu não estou em um bom dia. E eu espero sinceramente que você me entenda.
Solto uma respiração pesada. ─Olha, eu até entendo seu lado, eu só esperava que você fosse mais um pouco... você mesmo, sabe? Como nas outras vezes, falava mais, e dificilmente eu ouvia seu silêncio. Hoje você está tão quieto, quase não falou uma palavra sequer.
Ele nega com a cabeça, mostrando um sorriso de lado. ─Você esperava que eu te elogiasse, é isso?
__Puta que pariu! ─pensei.
─Não! ─tento parecer mais normal possível. ─Eu só queria que você conversasse mais, que agisse o mais natural possível comigo, que pelo menos me dissese qual filme iríamos assistir!
Na verdade eu queria sim, eu queria que ele tivesse sido o mais cavalheiro possível comigo. Mas não, ele não foi. Mas eu não deixaria isso dá na cara.
─Se o problema for te elogiar, eu não tenho problema algum com isso, eu posso fazer isso a hora que você quiser, e quando você quiser. ─disse o britânico com seu tom de voz rouca. Aquele maldito tom de voz, que me fazia arrepiar toda a espinha com uma só palavra dita por ele. ─Você está tão linda! ─disse ele sorrindo lindamente, me observando dos pés a cabeça, e me deixando mais envergonhada do que eu já estava.
─E você está me deixando envergonhada. ─eu cantarolei, sabendo que a essa altura eu já estava vermelha parecendo um tomate, rimos do meu desespero.
─Desculpa por isso, eu não queria parecer esse garoto escroto. Eu não sou assim. Eu quero que você sempre tenha uma boa impressão sobre mim. E... hoje é nosso primeiro encontro, certo? ─assinto. ─Devemos aproveitar o máximo possível dele, pelo menos antes que você for viajar eu quero que você se lembre desse momento comigo. ─mostro um sorriso tímido á ele.
─É que... eu só... eu só... estou tão cansado de pensar, de ficar acordado à noite toda. ─ele solta uma respiração pesada. ─Eu estou cansado de passar horas e horas acordado pensando no quão importante você é para mim, e o quanto você fará falta depois que for embora daqui. ─ele para um pouco, antes de continuar falando. ─Essa é uma das coisas que a ansiedade faz com as pessoas. Nenhum de nós espera passar por isso, até passar...
─Nossa... ─dou um leve suspiro. ─Eu nunca imaginei que fosse tão importante assim para alguém.
─Mas você é. ─ele pega nas minhas mãos. ─Promete que independente do que acontecer, você jamais vai parar de falar comigo? ─eu não entendo logo de cara o que ele ta querendo dizer com isso tudo, mas sei que possa ser algo que ele ta querendo transmitir de importante.
─Prometo. ─prometi sem ao menos parar para refletir se era o certo prometer algo assim tão sério.
Ele me olha no fundo dos olhos. ─Eu vou sentir muito a sua falta... ─ele solta tudo de uma vez, me fazendo parar um pouco para refletir.
Era meu sonho desde criança, mas agora parece ter se tornado somente o sonho da minha irmã. Como eu já havia pensado antes.
─Eu também vou sentir muito a sua falta. ─digo, já sentindo meus olhos lacrimejarem.
Em questão de segundos, eu estava vidrada em meu agora amigo. Suspirei, eu queria tanto beija-ló, mas não. Eu não daria o primeiro passo. Esperei que ele o fizesse, e algum tempinho depois, senti nossos narizes se tocarem, e logo em seguida nossos lábios. Cheguei ao meu limite, e acabei por selar nossos lábios em um beijo demorado e calmo.
Sorry, mas ninguém é de ferro.
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Nudes | Ruel
Fanfiction+Ruel | Onde Any é mais uma garota que conversa com um desconhecido por mensagens.