Sixty

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                    any

A última mensagem fez com que meu coração palpitasse no peito. Eu iria conhecer a casa de Ruel. Pela primeira vez em toda minha vida eu iria na casa de um amigo da escola.

E seria daqui a alguns minutos.

Minha preocupação é com o pai dele. Por que se ele chegou a dizer que o pai é complicado, comigo como visita não será diferente. Vai que o pai dele seja muito bravo e me expulse da casa dele ou ele quem atenda a porta e feche na minha cara antes mesmo de me deixar falar com seu filho.

Ai Deus... por que eu sempre estou me metendo em coisas complicadas, hein?

Fechei mais uma vez a porta do meu quarto, descendo as escadas de vagar. Gritei da sala mesmo, avisando minha mãe que eu já iria, ela gritou de volta como resposta dizendo um "não volte tarde".

Abri a porta, fechando a mesma logo atrás de mim. Caminhei até a casa de Ruel, que pra mim não era tão longe assim era como daqui a quatro quadras depois da minha casa.

Dobrei a primeira esquina, caminhando sem presa alguma. Além do mais, eu não ficaria tanto tempo assim por lá.

         ❀ ❀❯──「 ✾ 」──❮❀ ❀

Quando me vi em frente á enorme casa onde Ruel havia me dado seu endereço, eu tocava a campainha e segundos depois a porta era aberta por um homem que devia ter por volta dos seus quarenta e três anos de idade, seus cabelos loiros bem cortados e sua barba bem feita, seus olhos verdes e sua feição de rosto lembravam muito os de Ruel. O mesmo homem erguia uma postura rígida e bem refinada a minha frente. Seu terno parecia ter acabado de ser bem passado, e seus sapatos brilhavam como os quem tivesse acabado de sair da loja. Ele me analisava dos pés a cabeça sério.

Tenho quase certeza que esse homem seja o pai de Ruel.

─Quem é você? ─perguntou o tal homem ainda sério.

─Me chamo Any, senhor. Muito prazer! ─erguia minhas mãos a sua frente para que o mesmo possa devolver o cumprimento feito por mim, mas foi em vão, quando vi que ele olhava para minhas mãos com um certo nojo na cara. Rapidamente tratei de abaixar minhas mãos rente ao meu corpo.

─Não sou senhor. ─ele me corrigiu. Assenti concordando. ─Quando for se dirigir a mim, me chame por você, e não por senhor. ─Então, o que quer? Diga logo, que eu estou cheio de trabalhos para resolver.

─Sou amiga de Ruel, que por acaso tenho a impressão de ser seu filho. ─dou um leve sorriso. ─Queria falar com ele, por acaso ele está?

─Sim, ele está. ─Vou chama-ló. ─o homem fecha a porta na minha cara, seguindo novamente para dentro da casa.

Segundos depois a porta é aberta por Ruel, que se apoiava em seu braço esquerdo sobre a porta.

E meu pai, que pose.

E ainda vem acompanhado de graça, com estilo de americano skatista, que as meninas querem como namorado hoje em dia. Ô glória, glória, glória. Abençoa senhor.

─Me desculpa por isso. Ele é assim com todo mundo. ─dizia o loiro envergonhado, com a atitude de seu pai.

─Não, tudo bem. Eu entendo. ─dou um meio sorriso, já nervosa.

─Entra! ─diz o agora loiro, me dando espaço para eu adentrar sua casa.

Meus pés foram parar do lado de dentro da enorme mansão, onde o garoto não recebe visitas de amigos nenhum.

Me senti lisonjeada com isso, por ser a primeira a pôr os pés nesse chão sagrado. E espero continuar sendo essa primeira.

Achava que era vergonha dele de mostrar sua casa ou onde morava, mas assim que pus os pés nessa casa, tirei a conclusão de que não era nada disso não. Afinal, por que ter vergonha de morar em uma mansão considerável luxuosa?

Nudes | RuelOnde histórias criam vida. Descubra agora