24/7 • yeonbin

{fourteen} broken trust

Eu só me toquei que tínhamos passado a quinta feira inteira no estúdio quando Hueningkai me acordou. Eu estava dormindo em um dos pufs. Abri meus olhos e vi o menino do nariz arrebitado sorrindo na minha frente.

- Já acabamos, Soobin. Podem ir embora e descansar no conforto de vocês. Yeonjun vai te mostrar o resultado das músicas depois.

- Que horas são? - perguntei, um tanto atordoado pelo sono.

- Quase cinco da manhã. - foi Yeonjun quem respondeu, parecia bastante cansado também.

Se alguém falou mais alguma coisa eu não sei dizer, o sono não me permitia prestar atenção em mais nada. Vi Yeonjun se despedindo de HueningKai e vindo até mim. Me ajudou a levantar e me levou até o carro. Eu parecia um bêbado. O barulho da porta do carro fechando me fez despertar um pouco.

- Desculpa... - eu disse - Não quis ter dormido, eu queria ver as gravações.

Yeonjun sorriu, com os olhos pequenininhos de sono.

- Tá tudo bem, você pode ouvir as músicas amanhã. Vamos embora.

- Tem certeza que quer dirigir? Você também parece cansado.

- Tô bem, não é tão longe. Consigo dirigir até lá.

- Podemos chamar um Uber sem problemas, amanhã a gente vem pegar o carro.

- Você prefere assim? - ele me olhava daquele jeito que só ele sabia fazer e que eu não sabia explicar como era - Se fizer você se sentir mais seguro, tudo bem.

Uma de suas mãos alcançou meu cabelo e ele afastou alguns fios da minha testa, delicadamente. Parecia olhar para cada partezinha do meu rosto e aquilo me fez relaxar ainda mais, se é que fosse possível.

- Não, tudo bem - respondi - Não tem problema, vamos embora.

Ele desceu sua mão até a minha coxa e a deixou ali. Rapidamente eu senti aquele frio tomando conta do meu corpo, mas dessa vez o calor da mão de Yeonjun se fez bastante presente também. Ele deve ter notado o efeito que causou em mim, pois aquele sorriso malandro já estava no seu rosto.

- Algum problema? - ele perguntou.

- Problema? Nenhum, não, tá tudo certo. - eu desviei o olhar, fixando no parabrisa do carro.

- Amor... - ele disse com aquele tom sussurrado que me arrepiava inteiro - O que eu já disse sobre desviar o olhar?

Yeonjun segurou em meu queixo e virou meu rosto, perto o suficiente para que eu sentisse sua respiração.

- Você gosta quando eu olho pra você. - respondi, quase tão baixo quanto ele

- Exatamente. Não tem sensação melhor do que ter você olhando pra mim quando sente essas coisas. - ele deixou um beijo molhado no canto da minha boca, ainda com a mão no meu queixo.

- Você não tem nem noção das coisas que eu sinto, Yeonjun... De tudo o que você me causa...

- Por que você não me conta, então.

- Frio. Cada vez que você me toca meu corpo inteiro congela.

- Quando eu toco assim? - ele deslizou a mão do meu queixo até a minha nuca e beijou meu pescoço.

- Sim...

- Como consegue sentir frio e ainda ter a pele tão quente? - ele continuava beijando toda a extensão do meu pescoço, subindo para a minha bochecha até parar no canto da minha boca novamente. - É tão viciante...

Eu nem sei em que momento nossas respirações ficaram ofegantes, mas naquele ponto ambos pareciam terem acabado de correr uma maratona. Yeonjun deslizou a mão na minha nuca até a parte de trás do meu cabelo e entrelaçou meus fios nos seus dedos. Ele puxou de leve e eu fechei meus olhos, respirando fundo em reflexo.