Cap. 12: Ex-namorados sempre aparecem pra encher o saco

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Alguns dias se passaram desde que Gintoki e Tsukuyo se assumiram oficialmente como namorados e coisas do tipo. Sempre que podiam, encontravam-se para procurarem se conhecer melhor um ao outro, pois, apesar da convivência, havia muitas coisas que um não sabia sobre o outro.

O ex-samurai procurava levar a kunoichi a alguns pontos que ele frequentava, como as barracas de lamen, casas de jogos e alguns outros lugares que poderiam ser interessantes em Kabuki – mas evitando o máximo possível os bares, em nome de sua própria sobrevivência. Tsukuyo, por sua vez, levava Gintoki para conhecer os recantos desconhecidos de Yoshiwara, alguns lugares os quais ele nem imaginava que existiam.

Eles não se encontravam com tanta frequência e nem se grudavam como chiclete à maneira dos namoradinhos adolescentes. Mas, assim que a loira via que estava tudo bem com a sua ronda rotineira e encontrava o albino à toa, logo engrenavam alguma conversa. E, neste momento, cada um terminava sua tigela de lamen.

Gintoki observava que Tsukuyo já vinha baixando a guarda gradualmente e conversava um pouco mais com ele. Na verdade, aos poucos aumentava a sua confiança em relação a ele. Por mais que ela não se considerasse feminina o suficiente, o Yorozuya percebia que isso não era bem verdade, e que ela procurava reprimir isso o máximo possível. No entanto, por ora parava de se reprimir tanto.

Ela realmente se sentira balançada por ele e tinha cedido desta vez. Por que ele não cederia também?

— Gintoki – Tsukuyo o tirou de seus pensamentos. – Você já teve alguma namorada antes?

— Por que quer saber?

— Apenas curiosidade, só isso.

— Já, já tive. Foi com ela que perdi a minha virgindade.

— E por que terminaram?

— Ela morreu na guerra. – ele disse com o olhar distante, como se estivesse vendo o passado. – A vila onde ela morava foi toda massacrada.

— Era bonita?

— É, era bonitinha. Diria até que era uma "bonitinha comum". E você? Já teve algum namorado?

— Eu não perdi tempo com isso. – ela respondeu, passando os dedos pela enorme cicatriz em sua face.

— Vai me dizer que você não teve essas paixonites de adolescente?

— Não, não tive.

— Nem pretendentes?

— Pretendentes eu já tive. Recusei todos.

— Não teve nem mesmo uma ficada?

— Bem... Teve um momento que eu acabei cedendo... – o seu olhar se tornou sombrio. – Mas não gostaria de falar sobre isso. Me desculpe.

— Ei, foi tão ruim assim?

Não houve resposta da loira. Seu silêncio era bastante incômodo. Tão incômodo que deixara Gintoki preocupado, pois as feições dela se tornaram tensas e tinham uma dose de dor.

— Ei, Tsukuyo... – o albino estava visivelmente embaraçado, pois tinha a sensação de ter cutucado uma ferida aberta. – Vamos parar de falar de passado e comer mais uma tigela de lamen? Desta vez é por minha conta.

— Obrigada, Gintoki, mas estou sem fome. Uma tigela pra mim já foi suficiente. Vou voltar a Yoshiwara, o dever me chama.

— Ei, Tsukuyo, espera aí...!

Fora em vão. A kunoichi literalmente sumira num instante, deixando o Yorozuya perplexo com a repentina mudança de atitude da agora namorada. Que tipo de ferida ele cutucara sem querer na Cortesã da Morte?

Isto não é mais um romance água-com-açúcarOnde histórias criam vida. Descubra agora