Depois que Gintoki saíra para regressar ao Distrito Kabuki por conta de um trabalho que teria à tarde, Tsukuyo se reunira com suas comandadas da Hyakka. Desde que se afastara por conta de sua gestação, costumava se inteirar diariamente de tudo o que seu grupo fizera em Yoshiwara sob o comando interino de Sakuya. Depositava nela sua inteira confiança por mostrar inúmeras vezes sua disciplina e lealdade, além de empatia. Embora fosse ainda mais sisuda que Tsukuyo, Sakuya possuía um coração muito gentil e tinha carisma suficiente para se destacar como a segunda no comando e líder nos últimos meses. Era tão respeitada que Miwa, a novata, se espelhava tanto nela quanto na Cortesã da Morte.
Após a reunião com a Hyakka, ela começou a sentir sua barriga endurecer. Já sabia que isso iria acontecer a qualquer momento, junto com contrações inicialmente bem espaçadas. No entanto, com o passar das horas essas contrações começaram a ter pouco tempo de intervalo entre uma e outra, além de ficarem mais intensas e mais dolorosas. Até que a bolsa se rompeu e lá estava ela no hospital suportando aquela dor excruciante das contrações que não paravam. Seu corpo queria colocar a criança logo para fora, mas ainda não havia abertura suficiente para que o bebê passasse. Sentiu uma pontada de dor tão forte que um urro rasgava sua garganta.
E as lágrimas saíam impregnadas de dor, mas também de esperança de que tudo acabasse e ela estivesse com o bebê em seus braços. No meio disso, se perguntava quem iria estar ao seu lado quando o bebê nascesse. Torcia muito para que Gintoki chegasse a tempo. Com certeza ele já fora avisado.
Queria-o quando a hora efetivamente chegasse. Ela se sentia ainda mais segura quando ele estava ao seu lado e segurava sua mão. Era assim a relação dos dois, um sendo o apoio do outro em qualquer situação, principalmente nos momentos mais difíceis. Gintoki tinha inúmeros defeitos, mas ela conseguia ser capaz de conviver com grande parte deles. E por trás desses defeitos havia um homem que amava e protegia as pessoas que lhe eram queridas.
Tsukuyo amava Gintoki e isso era recíproco... E não via a hora de ter em seus braços o resultado desse amor mútuo.
*
Em meio a um congestionamento monstruoso das vias expressas de Edo, a viatura do Shinsengumi tentava passar para poder conseguir chegar ao seu destino. Nem mesmo a sirene ou as luzes do giroflex conseguiam fazer com que a passagem do carro policial fosse ao menos possível. Nessas horas, Hijikata queria que ou Sougo estivesse junto com sua bazuca, e...
Uma luz iluminou a cabeça do Vice-Comandante do Shinsengumi, que já estava prestes a surtar enquanto ouvia as várias reclamações de um Yorozuya que já estava surtado. Gintoki esbravejava contra qualquer carro que estivesse na frente, ao lado ou atrás da viatura. Shinpachi berrava, ralhando com o chefe por ele ser reclamão, enquanto Kagura se queixava de fome a cada cinco minutos. E o pobre Yamazaki suportava estoicamente toda aquela loucura dos outros quatro companheiros de viagem.
Gintoki, de fato, estava aflito. Tinha que estar na maternidade o quanto antes, ao lado de Tsukuyo, mas o congestionamento devido a uma queda de uma pequena nave era bem grande e nem mesmo uma viatura policial conseguia passar no meio de tantos carros. Queria realmente chegar logo, a ansiedade o consumia e ele estava prestes a pirar.
Tsukuyo precisava dele ao seu lado. Não por ser um clichê antigo e datado que dizia que mulheres se sentiam seguras somente se um homem estivesse ao seu lado. Pelo contrário, ela era uma mulher muito segura de si, algo que ele admirava muito nela. Mas ele sentia que precisava estar junto com ela e lhe dar o apoio necessário nessas horas mais importantes.
Era assim que as coisas funcionavam em um relacionamento, não? Amar alguém não era apenas falar palavras bonitas, cheias de floreios, frases melosas e de tesão. Não era apenas um sentimento qualquer descrito com palavras frias e vazias e não se resumia apenas a um "eu te amo" falado a cada cinco minutos. Também não era apenas o amor físico e íntimo.
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Isto não é mais um romance água-com-açúcar
FanficTsukuyo sente-se pressionada a colocar para fora tudo o que sente com relação a uma certa pessoa. Como passar por cima de seus temores e admitir o que sente? E qual será a reação dessa pessoa?