Cap. 25: Corações partidos precisam de um tempo para colar os cacos

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Shinpachi estava simplesmente paralisado logo que o telefonema do Yorozuya se encerrou. Entregou o telefone celular para Sacchan, que perguntou:

— Como o Gin-san está?

— A julgar pela voz dele, ele estava arrasado, Sacchan-san.

— O que aconteceu, Shinpachi? – Kagura questionou. – O que o Gin-chan disse? E a Tsukky?

— A Tsukuyo-san perdeu o bebê que esperava do Gin-san.

Aomame, mesmo cercada agora por aliados de Tsukuyo, mostrava uma expressão fria.

— Mais uma razão para ela deixar a Hyakka. – disse. – Está mais do que evidente que ela não tem como continuar à frente.

Shinpachi, Kagura e Sacchan ouviram o som de dezenas de kunais sendo sacadas pelas mãos ágeis das mulheres que cercavam aquela que agora consideravam uma covarde assassina. Não só ela, como o grupo que a acompanhava.

Aomame e suas aliadas haviam provocado tudo aquilo. Provocaram toda aquela confusão e seu desfecho.

Mas isso não iria ficar assim. Não deveria existir perdão para quem ferisse a sua líder daquela forma! Uma das mulheres que cercavam o grupo de Aomame deu dois passos à frente.

— Sakuya, vai mesmo deixar que Tsukuyo continue como líder da Hyakka?

— Vou, sim, Aomame. – Sakuya respondeu com extrema frieza. – O que você fez contra ela, para mim não tem perdão. Assim como não deveria ter perdão o que você fez contra aquele homem que salvou Yoshiwara das garras de Hosen.

Sakuya, com sua expressão gélida, chegou ainda mais perto de Aomame. Com uma kunai em punho, aproximou-a perigosamente do pescoço daquela que fora a responsável por todo aquele alvoroço. Tinha vontade de decapitá-la logo.

— Além do mais, Aomame... Não deveria ter perdão você ter dado fim a uma vida inocente. E você sabia, assim como todas nós, que a nossa líder estava grávida!

A mão trêmula e ameaçadora de Sakuya agora amedrontava Aomame. Já estava sentindo que poderia ter seu pescoço cortado a qualquer momento. Porém...

— Não. Não farei isso. Deixarei que Tsukuyo-sama decida o que fazer.

*

Ao se aproximar da entrada do quarto, Gintoki hesitou. Como Tsukuyo estaria agora? O que dizer a ela? Não lhe ocorria uma forma de chegar até ela e conversar.

Mas precisava entrar, e foi o que fez. Não foi surpresa alguma encontrá-la abatida. E isso só o deixava ainda mais desolado.

— Gintoki... – ela o fitou com seus olhos cor violeta. – Você já sabe, não é...?

— Já.

— Me perdoe... Não fui capaz de proteger o bebê...!

— Não diga bobagem, Tsukuyo. O que tinha pra acontecer, aconteceu.

— Eu... Eu não queria que isso acontecesse... Eu já estava me acostumando à ideia de ter um filho... Era um pedacinho seu dentro de mim, e agora... Eu o perdi, Gintoki...! Eu perdi o nosso filho...!

Sem a menor cerimônia, o Yorozuya se sentou na cama e a abraçou forte. Deixou-a chorar e soluçar tudo a que tinha direito. Ele tentava ser forte por ela, mesmo com uma lágrima teimosa rolando por sua face.

Os dois compartilhavam da mesma dor e permaneceram abraçados por um longo tempo. Gintoki suspirou, tentando reunir mais força para confortar Tsukuyo. Acariciou os cabelos loiros e sedosos, a fim de conseguir acalmá-la.

Isto não é mais um romance água-com-açúcarOnde histórias criam vida. Descubra agora