Enquanto Shinpachi, Kagura, Sacchan e as mulheres da Hyakka lutavam contra os integrantes do Kurohari, Tsukuyo enfrentava Aomame. Loira e morena se digladiavam em uma luta de tirar o fôlego, em que duas kunoichis usavam e abusavam da velocidade. A Cortesã da Morte estava disposta a corrigir o grave erro que cometera ao deixar viva aquela mulher. Deveria tê-la eliminado quando teve a oportunidade, mas naquela época estava abalada demais para pensar em algo do tipo e cria que, se a deixasse viva, seria punição suficiente.
Ela se enganara, mas iria remediar aquele equívoco.
Aomame arremessou contra ela várias kunais, das quais se esquivou sem muita dificuldade. Tsukuyo revidou na mesma moeda, mas sua adversária também não teve dificuldades em escapar do ataque. Seus olhos violetas não perdiam qualquer movimento da ex-membro da Hyakka, pois queria acertá-la com o máximo de precisão possível.
Conhecia bem o estilo de luta de Aomame, pois ela a treinara quando de sua admissão para a Hyakka, cerca de cinco anos atrás. A primeira cicatriz em sua face, abaixo do olho esquerdo, fora feita na época, pois todas as integrantes tinham uma marca do tipo no rosto, sinalizando que elas não mais eram mulheres para se tornarem cortesãs, e sim protetoras do Distrito de Yoshiwara, tal como ela possuía suas cicatrizes.
Todas as integrantes, até mesmo a novata Miwa, renunciavam às suas vidas anteiores, tal como ela fizera. Entretanto, renunciar ser mulher não era de todo possível e ela era prova disso. Podia não ser uma cortesã como Hinowa fora, ou outras daquele distrito, mas nunca deixara de ter seus anseios femininos.
E Aomame conseguira renunciar de todo, se tornara uma máquina de luta, tal como Sakuya, que também entrara na mesma época. Porém, Sakuya era uma pessoa que, por trás de um semblante sisudo, exercia como ninguém o ideal de sororidade para com as companheiras, e até mesmo para com sua líder. Já Aomame não era assim. Despia-se de qualquer sentimento do tipo, buscando apenas exercer seu papel como então membro da Hyakka, desprezando qualquer prática semelhante à que as demais faziam.
A verdade é que desde sempre aquela mulher queria o seu lugar como líder da Hyakka. Essa era a sua única aspiração.
As duas kunoichis começaram a lutar corpo a corpo. Embora temesse um pouco essa parte devido à sua atual condição, a loira buscava não temer que se repetisse o que ocorrera no duelo anterior. Com uma kunai em cada mão, Tsukuyo buscava uma abertura da defesa de Aomame, que chocava as kunais dela contra as suas com tanta força, que cada golpe fazia soltar faíscas do choque entre as armas metálicas. A morena tinha um alvo perfeitamente definido: seu ventre.
Ela sabia que Tsukuyo estava novamente grávida e tentava repetir o que fizera anteriormente, para em seguida matá-la. Porém, a Cortesã da Morte estudava seus movimentos a cada ataque executado e a cada bloqueio feito. Não permitiria que aquele pesadelo voltasse a ocorrer.
E iria vingar o que fizeram com Gintoki!
Após uma acertar um soco no rosto da outra, as duas mulheres se afastaram para tomar um ar. O duelo estava intenso e ambas estavam com um ou outro ferimento pelo corpo, por atingirem uma à outra com kunais. Tsukuyo limpou um filete de sangue que escorria do canto de sua boca, consequência do soco recebido.
― Parece estar gostando da luta, não é, Tsukuyo? – Aomame sorriu para sua ex-líder.
Tsukuyo sorria, pois estava realmente gostando da luta. E estava gostando do rumo que esse duelo estava tomando. Só faltava mais um detalhe para ser perfeito.
― Estou adorando! – fez aparecer mais três kunais em cada mão. – Por que não vem me atacar com mais força, Aomame? Você parece cansada... Não quer me eliminar logo?
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Isto não é mais um romance água-com-açúcar
FanficTsukuyo sente-se pressionada a colocar para fora tudo o que sente com relação a uma certa pessoa. Como passar por cima de seus temores e admitir o que sente? E qual será a reação dessa pessoa?