Cap. 16: Um encontro nada perfeito

31 5 76
                                    

— Não, isso não tá legal. – Kagura disse a Gintoki com ar de personal stylist cheia de senso crítico. – Veste outra coisa.

— Qualé, Kagura? É apenas um encontro! – Gintoki protestou, pois queria usar as mesmas roupas de sempre.

— A Kagura-chan tem razão. – Shinpachi ajeitou os óculos com ar de seriedade. – Pra ir a um encontro você tem que estar com uma vestimenta apropriada.

— Então, vai trocar.

— Já vou, Kagura... Vocês são chatos, hein...?

O Yorozuya foi ao seu quarto e, instantes depois, voltou com um quimono preto e uma hakama cinza. O visual novamente não agradou aos outros dois companheiros de Yorozuya. Eles apenas sinalizaram para que o albino desse meia-volta. O ex-samurai, sem ter argumentos, obedeceu e tornou a se trocar.

Voltou envergando terno branco e camisa azul, a mesma vestimenta que usou para bancar o host naquela ajuda para salvar o host club Takamagahara. Instantaneamente, Shinpachi e Kagura abriram um largo sorriso e fizeram um sinal de "joinha", colocando os polegares para cima com muito gosto.

Podia ter ficado muito elegante e tal, mas ainda assim preferia seus trajes costumeiros. Porém... Será que Tsukuyo aprovaria seu visual?

*

Chegou ao restaurante. Encontrou Tsukuyo como combinado e ficou surpreso. Ela estava completamente diferente do habitual. Ela estava mais bela do que já era. Vestia um quimono azul-turquesa estampado com delicadas flores na cor rosa. Para completar o visual, seus cabelos loiros estavam soltos, o que tirava dela parte da aura de "mulher fatal", dando-lhe um ar mais inocente.

Tsukuyo viu Gintoki chegando com um terno impecavelmente branco, assim como os sapatos. Vestia por baixo do paletó uma camisa azul, a qual tinha os dois primeiros botões abertos. Lembrava de já tê-lo visto usando essa mesma indumentária naquele host club que ele, Shinpachi e Kagura ajudavam a salvar. Com aquela roupa ele ficava muito sedutor.

Os dois entraram, escolheram uma mesa e pegaram um cardápio. Era um restaurante bem ao estilo ocidental, tanto na decoração como no menu, embora houvesse também alguns pratos tipicamente japoneses. A sorte de Gintoki era que os preços eram razoáveis para o dinheiro que ele havia juntado para tal.

Mesmo sendo um lugar predominantemente ocidental, os dois comeram sushi. O Yorozuya não perdeu tempo e pediu que adicionassem, em seu molho shoyu, bastante açúcar. Não conseguia perder a paixão pelo açúcar.

Quando pegou os hashis para começar a comer, sentiu algo roçando em sua perna. Olhou para Tsukuyo, que estava saboreando seu sushi. Tentou ignorar o que sentia na perna, para ver o que a loira fazia e começou a comer. Continuou a sentir algo roçando a perna e nenhuma reação da parte da mulher à sua frente.

Levantou a toalha de mesa se perguntando se Tsukuyo tinha muito sangue frio e sabia fingir com maestria, ou se havia algo a mais ali embaixo. E, quando sentiu que não mais roçavam em sua perna, mas que era agarrado, descobriu quem era.

Levantou-se da cadeira, recuou alguns passos, puxando seu pé e, por conseguinte, quem o agarrava: uma certa kunoichi de cabelos cor de lavanda e que usava um par de óculos. Sacchan abraçava o pé de Gintoki como abraçava um gatinho.

Por que será que não ficava surpreso com aquilo? Sacudiu o pé, a fim de tentar se livrar da presença incômoda daquela maluca justamente na frente da namorada. Por mais que esbravejasse por várias vezes "Sai do meu pé, chulé!", ela não o largava. E, pra piorar a situação, os olhos violeta de Tsukuyo já estavam lhe dando medo.

Isto não é mais um romance água-com-açúcarOnde histórias criam vida. Descubra agora