Cap. 20: Não chame o corpo de bombeiros p/ apagar o fogo de um casal apaixonado

30 4 54
                                    

Tão logo teve alta, Gintoki, acompanhado por Shinpachi e Kagura, passou numa dessas vendas onde comprou alguns dangos bem doces para repor os açúcares que não conseguira no hospital. Não que a garota Yato não tivesse sido eficiente, mas o pessoal do hospital já sabia que ele era um homem à beira do diabetes e conseguiram evitar que coisas doces fossem contrabandeadas para dentro. Desta vez, foram mais espertos do que ele.

De repente, sua caminhada foi interrompida por alguém que simplesmente passou por cima dele, fazendo-o cair de cara no chão batido e seus dangos tendo o mesmo destino e sendo recobertos por terra. Levantou-se, bateu a terra da roupa e deu um berro:

— QUEM FOI O IDIOTA QUE ME ATROPELOU?

— Não é "idiota", é "Katsura".

— Você acabou com os meus dangos!

Não deu nem tempo para Katsura responder, pois teve que fugir do Shinsengumi pela enésima nona vez só naquele mês. E mais uma vez Gintoki foi ao chão e acabou pisoteado. Desta vez não era nenhum conhecido, logo não deu tempo de xingar.

Aborrecido, se levantou mais uma vez e bateu a terra do seu corpo. Será que nem depois de tudo o que passou tinha sossego pra andar na rua?

— Gin-san, você tá bem? – Shinpachi perguntou.

— Sim, eu estou. – o Yorozuya respondeu. – Mas eu quero ir pra casa ler minha Jump. Não tô afim de esquentar a minha cabeça tão cedo. Preciso relaxar depois de ser um alvo de um dardo envenenado.

*

O ex-samurai, esparramado no sofá, roncava com a Shounen Jump cobrindo a cara. Nada melhor do que sonhar com as aventuras de seus mangás favoritos... Até que acordou com o som da campainha.

— Shinpachi – disse com a voz sonolenta. – Atende lá a porta pra mim.

— Por que você não vai, Gin-san? – ele questionou vestido com um avental e com um espanador na mão.

— Porque eu tô convalescente.

— Kagura-chan – Shinpachi olhou para a Yato sentada no sofá mascando sukonbu. – Por que não abre lá a porta?

— Porque tô "com o 'valescente'".

— É "convalescente", Kagura. – o Yorozuya corrigiu.

E Shinpachi não teve outra reação a não ser fazer um facepalm. Deixou o espanador na mesinha de centro e foi atender. Já percebia que contra aqueles dois não tinha como argumentar.

— Ah – Shinpachi abriu a porta. – Pode entrar, Tsukuyo-san.

— Tsukky!! – Kagura logo a saudou. – Chega aí!

Ela logo se adentrou, se sentando no sofá ao lado da garota ruiva e em frente ao sofá onde Gintoki continuava esparramado lendo sua Jump. Desviou o olhar das páginas em preto e branco e viu a loira olhando para ele. Deitado como estava, o ângulo de visão que tinha ali o favorecia e muito. Uma das pernas dela ficava à vista, coberta apenas com a característica meia arrastão.

Começou a ter pensamentos pervertidos por conta disso. Imaginou-se passando a mão boba naquela perna torneada, percorrendo-a de baixo para cima, sentindo aquela pele macia, avançando lentamente para cima, até começarem a aparecer pensamentos impróprios que deveriam ser censurados.

Vermelho ao perceber o que estava fazendo, virou rapidamente seu rosto para o lado e enfiou sua cara na revista para disfarçar. Mas o ângulo de visão que tinha de Tsukuyo o fazia se sentir o maior tarado!

Se pudesse, daria uns "pegas" nela ali mesmo...! O problema é que havia menores de idade na sala.

— Gintoki, você está bem? – ela perguntou.

Isto não é mais um romance água-com-açúcarOnde histórias criam vida. Descubra agora