Quarenta e oito horas.
Esse fora o tempo decorrido daquele momento, e o tempo que levara para ela se recuperar tanto daquelas tais agulhas quanto do estado de choque em que se encontrava até então. Sua memória não parava de reviver o golpe brutal que Gintoki havia recebido.
Vê-lo sendo transpassado por uma katana era pior do que qualquer pesadelo que poderia ter.
Ouviu uma porta corrediça se abrir e lembrou que não estava em Yoshiwara. Reconhecia aquelas paredes e aquele futon para saber que não estava em casa.
Estava no quarto dele.
Estava no futon dele.
E, sem se dar conta, dormira vestindo emprestado o quimono branco... Dele.
― Bom dia, Tsukuyo-san! – era Shinpachi quem cumprimentava, apesar da expressão preocupada. – Como está?
A kunoichi suspirou.
― Melhor. Agora estou começando a pensar com mais clareza. Sinto muito por estar causando preocupações a vocês... Já basta o Gintoki... Alguma notícia dele?
― Minha irmã foi vê-lo. Ainda é cedo para descartar qualquer risco, o ferimento foi bem grave.
― Eu já imaginava. – olhou para uma das mangas do quimono que usava, mais especificamente para a estampa em ondas azuis. – Foi realmente horrível e não consegui fazer nada para evitar.
― Tsukuyo-san, não se culpe por nada. – o garoto de óculos dirigiu-lhe um sorriso compreensivo enquanto lhe oferecia um chá fumegante. – Estamos todos preocupados, mas o Gin-san vai ficar bem.
Assim que Tsukuyo terminou o chá, ouviu-se um toque de campainha. Kagura atendeu prontamente e anunciou:
― Tsukky, é a Miwa-chan!
Do quarto de Gintoki, a loira disse:
― Diga a ela que já estou indo!
Assim que o garoto de óculos saiu, Tsukuyo localizou sua muda de roupas e se trocou rapidamente. Dobrou o quimono branco e o depositou sobre o futon. Deixou o cabelo solto, prenderia assim que terminasse de conversar com Miwa.
― Tsukuyo-sama – Miwa disse. – Venho trazer novidades de Yoshiwara.
― Que novidades?
― Sakuya e algumas de nossas companheiras da Hyakka estiveram investigando sobre o ataque. Não sei se lembra, mas conseguimos de você algumas informações sobre quem os atacou.
― Eu me lembro muito vagamente. – a líder da Hyakka ficou mais pensativa. – Mas gostaria de saber quem fez isso.
― Foi Aomame.
À menção do nome de Aomame, veio imediatamente à sua memória o embate que tivera com ela, e que meses atrás lhe custara a primeira gravidez. Por mais que dissesse que havia superado aquele episódio, a verdade é que não o havia feito de todo. Nunca sairia de sua mente a dor que sentira quando aquilo ocorrera e como essa dor fora enorme para ela...
... E para ele. Não esquecera o forte abraço que ele lhe dera, como se quisesse juntar os cacos de ambos os corações partidos pelo o que ocorrera.
― Aomame se juntou ao Harusame – Miwa prosseguiu, sob os olhares atentos não só de Tsukuyo, como de Shinpachi e Kagura. – E eles estão tentando retomar os negócios envolvendo tráfico de drogas e jogos de azar tanto em Yoshiwara como no Distrito Kabuki.
Para os dois integrantes da Yorozuya, vinha a lembrança da batalha em Kabuki, em que todos se voltaram contra Otose e eles. E, no fim das contas, o Harusame estava por trás de tudo, através da Princesa Kada.
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Isto não é mais um romance água-com-açúcar
FanficTsukuyo sente-se pressionada a colocar para fora tudo o que sente com relação a uma certa pessoa. Como passar por cima de seus temores e admitir o que sente? E qual será a reação dessa pessoa?