Prólogo

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Eles estão me olhando como se eu fosse o próprio diabo. Eu deveria ter dormido mais,
mas também, quem poderia dormir sabendo que na manhã seguinte sua vida estaria estragada?

Pois é, meu pai decidiu semana passada que eu preciso aprender "Como a vida funciona". A minha funcionava muito bem, mas parece que ele não gostava muito. Na verdade, Sr. Hoffmann mal sabe sobre a minha vida, no entanto segundo ele, ela está toda errada.

E agora eu estou aqui, em um colégio interno. Desejo que pelo menos a comida seja boa, porque os garotos não aparentam ser. Devem ser todos filhinhos de papai que bateram o carro e precisavam ser controlados.

Depois de milhares de corredores chego ao meu quarto. Paro em frente a porta e cruzo os dedos.

Que não seja um filhinho de papai chato do caralho, amém.

Seja lá quem for, está tomando banho. O quarto está totalmente organizado, a cama do lado direito está claramente sendo ocupada. O móvel ao seu lado está preenchida com alguns objetos pessoais, chego mais perto para ver melhor.

Têm alguns bonecos daqueles de colecionador, dois livros e uma foto. Nela há um garoto e um cachorro. Talvez esse garoto seja o meu colega de quarto, mas eu sinceramente prefiro o cachorro.

Escuto a porta abrindo, agora que eu descubro se é o garoto ou o cachorro. Não é o cachorro, e "o garoto" (esse é o seu nome até então) foi correndo até a outra porta, deve ser o closet. Ele parecia assustado, quem não estaria? Tem um estranho no quarto dele.

Que agora é seu também.

Infelizmente. Minha relação com o meu pai nunca foi boa, ele já me mandou para vários lugares mas, porra, um colégio interno(rígido) é demais. Deito na minha nova cama, é macia. O "garoto" sai do closet e fica me olhando, eu só olho de volta.

Ele está um pouco mais velho do que na foto. Sua pele é um pouco bronzeada, seus olhos e cabelos são castanhos, seu nariz tem algumas sardas, sua boca é de tamanho médio, assim como o seu corpo que é bem menor que o meu. Ele é bonito pra caralho, uma pena que não faz meu tipo. É, esse também foi um dos meus problemas com o meu pai, ele não aceitou muito bem que o seu filhinho beijava garotos e não garotas.

ㅡ  Hãh... Olá, meu nome é Benjamim Woolridge, mas pode me chamar de Ben. ㅡ Olho bem pra ele, "Ben" não combina muito com a cara dele... Talvez Benji fosse melhor? ㅡ Qual é o seu?

Me vem uma irritante vontade de revirar os olhos.

Para com isso, ele só quer saber o seu nome!

ㅡ  Miles Hoffmann, é... Eu não tenho apelido.

ㅡ Não seja por isso, eu posso dar um a você! ㅡ Ele abre um sorriso tão fofinho. ㅡ Só que o seu nome é meio complicado...

ㅡ Eu não te pedi nada. ㅡ Ele ficou vermelho de... Vergonha?

ㅡ Oh, me desculpa. Eu só achei que poderíamos ser amigos, já que você vai dormir comigo. ㅡ Eu olho para ele de forma maliciosa e quando Benjamim entende fica mais vermelho ainda. - Ah, meu Deus! Eu quis dizer que você ia dormir aqui também, comigo.

ㅡ Relaxa. ㅡ Dou de ombros como se não fosse nada.

Ele vai para o seu lado da cama e começa a ler um livro. Aaah, todos os dias serão um tédio como esse?! Decido colocar uma música para me acalmar, eu realmente preciso de paz.

ㅡ Não pode música alta! ㅡ Paz essa que não durou muito. ㅡ Está nas regras!

ㅡ Quem lê as regras? ㅡ Pergunto na maior calma do mundo, só para irritá-lo ainda mais.

Meu Garoto Espetacular Onde histórias criam vida. Descubra agora