Se tiver algum erro vocês já sabem o que tem que fazer, né?
ㅡ Meio que... Nós estamos invadindo uma propriedade. ㅡ Me forço a sorrir. Ele dá um soco no meu ombro.
ㅡ A gente vai ser preso!
ㅡ Não, fica calmo! Vai dar tudo certo. ㅡ A dona da casa não me prenderia, não em um lugar que não seja o meu quarto. ㅡ Agora, relaxa e curte a sua primeira aventura.
ㅡ Tinha que escolher esse tipo de aventura mesmo? A gente não podia... Não sei, escalar uma montanha?! Tínhamos mesmo que invadir uma casa?
ㅡ Tá bom, da próxima vez nós roubamos o supermercado.
ㅡ Melhorou muito, nossa. ㅡ É, eu sei.
Um barulho de folhas secas ou qualquer outra coisa da natureza nos assusta. Benjamim me abraça forte. Nem uma folha de papel passaria entre nós nesse momento, e o que eu faço é sorrir. Estamos aqui, juntos... Por que eu quis tanta coisa a mais que isso?
Não estou dizendo que eu não quero outras coisas, estou me questionando, por que eu quis tantas outras diversões se é isso que está me fazendo sentir alegria? Com certeza não tem a ver com o homem nos perseguindo, mas tem a ver com estar vivendo isso com Benji. Estar com Benji.
Percebi que até sentado naquela biblioteca eu sorria assim, do nada. Por que não damos mais valor a isso quando estamos vivendo? A simples presença de alguém nos fazer festejar. É lindo, mas tão assustador.
ㅡ Obrigado, Benjamim. ㅡ Sussurro em seu ouvido e o aperto, devolvendo o abraço.
ㅡ Pelo o quê? ㅡ Sussurra de volta.
ㅡ Por ser você, por estar aqui. Faz toda diferença.
Ele congela por alguns instantes, como se aquilo tivesse sido especial.
ㅡ Imagino que para o dono da casa pense o mesmo, duas pessoas fazem mais estrago. ㅡ Benjamim está tão nervoso, correr riscos está fazendo uma falta enorme para ele.
ㅡ Ei, escuta, os sons estão ficando mais distantes. ㅡ Disse Benjamim.
ㅡ Vamos esperar alguns minutos. Só pra ter certeza. ㅡ E também para eu te abraçar mais um pouco.
A noite está fria mas seu corpo quente me aquece. Também me sinto quente, apesar de estar arrepiado, sentir o corpo de Benji tão perto assim faz isso. De repente, sinto vontade de ficar a noite inteira assim, tenho vontade de beijar ele, de massagear a raiz de seus lindos cabelos.
Sinto vontade de fazer o que a Srta. Perfeitinha tentou fazer. E quero que ele faça em mim. Mas...
ㅡ Já se passaram alguns minutos, Miles. Vamos logo, não aguento mais ficar na terra.
ㅡ Você nem está diretamente na terra, pare de reclamar. ㅡ Ele murmura algo e se levanta, vou logo atrás. ㅡ Vem, é por aqui.
Mas mais do que tudo eu gostaria de demonstrar meus sentimentos por ele, porém é tão complicado. Toda vez que penso em me declarar aparece uma placa na minha cabeça escrito: NÃO!
Então eu não vou beijar ele, nem tocá-lo. Porque por mais idiota que eu seja, sei que Benjamim se sentiria usado, ou pior, que fiz por pena. Talvez seja melhor eu não tocar nessa assunto enquanto não resolver essa questão, isso é o melhor para Benjamim, é melhor não ser correspondido do que ser iludido. Ou achar que está sendo, o que seria o caso.
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Meu Garoto Espetacular
RomantizmMiles Hoffmann, um garoto complicado, daqueles teimosos que nos fazem sentir raiva. Devido as inúmeras besteiras que ele fez, seu pai, homem que Miles não se relaciona muito bem, mandou o garoto para um internato bem rígido, internato esse que é ape...