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Vitória Falcão

Mandei mensagem para Bruno perguntando se tem alguma "balada" por aqui. Ele me respondeu minutos depois. Assim que tive a resposta, mandei mensagem para a garota da cafeteria.

[19:11] Você: Oi, é a cacheada da lanchonete :)

[19:11] Garota da caf.: Ooi :) Posso salvar seu número?

[19:11] Você: Claro!

[19:11] Garota da caf.: Então, ainda não sei seu nome...

[19:12] Você: Tu quer descobrir?

[19:12] Garota da caf.: Mais do que qualquer coisa!

[19:13] Você: Me encontra na Neon Lights, às 23:00
[19:13] Tu vai me reconhecer. Até, bj.

[19:13] Garota da caf.: Combinado. Bj.

Bloqueio o celular e vou me arrumar. Opto por usar um vestido vinho, longo e solto a partir do quadril. Vou para a maquiagem. Faço um delineado, passo lápis preto na linha d'água e rímel nos cílios. Passo um pouco de blush nas maçãs do rosto e iluminador. Por último, um batom vinho — da mesma cor do vestido — nos lábios. Borrifo algumas vezes perfume em meu pescoço e calço um tênis preto. Pego meu celular.

Pego uma caneta e uma folha e escrevo: "Oi, Fernanda. Bom dia! Sai por aí, volto antes das 9:30! Beijo". Dobro o papel e saio do meu quarto, entrando no de Fernanda. A encontro dormindo na cama — obviamente. Deixo o bilhete em cima de seu criado-mudo e saio.

Bruno me esperou no quarteirão para me levar até lá.

— Oi, Bru! — falo quando o encontro, depositando um beijo em sua bochecha.

— Oi, Vi.— ele me cumprimenta. — Vamos? — eu assinto.

Caminhamos por mais ou menos 15 minutos até lá. No caminho ele me perguntou o porque de ir numa balada nos primeiros dias na cidade, respondi que queria conhecer melhor a cidade e que iria encontrar alguém lá. Ele apenas concordou. Chegamos no local, pagamos a entrada, e assim que entramos ele me fala:

— Olha, vou te deixar aqui, tá bom? — assinto. — Toma cuidado, se divirta e boa sorte! — Bruno dá uma piscadela antes de se misturar com todas aquelas pessoas.

Respiro fundo e adentro o local. A iluminação fica mais fraca e se torna vermelha, Earned It começa a tocar. Passo meu olhos pelas pessoas, e assim que seu olhar encontra o meu, eu tive a plena certeza que a encontrei. Vou até ela, caminhando lentamente, atraindo alguns olhares para mim, inclusive o dela.
Assim que me aproximo, consigo vê-la melhor. Seus olhos tem um esfumado escuro e delineado, o batom vermelho ressaltou seus lábios, e aquela saia...

— Oi, cacheada! — ela fala.

— Oi, garota da cafeteria! Tu veio mesmo.

— Mas é claro! Como que eu vou conhecer alguém que nem sei o nome?! — a morena fala, se aproximando ainda mais.

— É, nisso cê tá certa! — vejo uma mulher um pouco mais alta do que ela se aproximar de nós.

— Cachinhos, essa é a Clarissa, minha melhor amiga — ela me apresenta. Damos um breve abraço.

— Prazer em conhecê-la — Clarissa fala.

— O prazer é todo meu! — e depois disso ela se vira e sai.

— Então, tu quer uma bebida? — a morena pergunta e eu concordo. Vamos até o open bar e pedimos duas caipirinhas.

— Tu quer me embebedar pra eu te falar meu nome, né?

— O quê?! Eu? Longe de mim!

Conversamos por horas, até Bruno me ver de longe e nos puxar pra pista de dança. A garota começa a se soltar. Seu quadril balança no ritmo das batidas da música, seus braços ficam soltos como asas, sua cabeça também balança no ritmo, e seus olhos, fechados. Tento dançar, me soltar, mas minha vergonha atrapalha esse processo.

— Cacheada! Solta esse molejo que eu sei que tu tem! — ela fala, me observando enquanto continua dançando.

— Ô, meu bem, molejo eu tenho mesmo, mas é que na frente de tantas pessoas...

— Sério? — ela dá leves risadas. — Cacheada, 90% das pessoas que estão aqui tão tudo bêbadas e chapadas, não tão nem enxergando direito, quem dirá prestar atenção nos movimentos dos outros.

— Ah, mas e os outros 10%? — a garota revira os olhos.

— Tu é chatinha, viu? — nós duas caímos na risada.

— Eu te ajudo, vem. — ela se aproxima, colocando as mãos na minha cintura e me guiando. Me arrepio com seu toque. Aos poucos me acostumo e vou me soltando cada vez mais.

Em um certo ponto, a morena me olha e ao ver que estou completamente confortável, tira as mãos da minha cintura e sorri. Ela sugere mais bebida, e eu que não sou besta, obviamente aceito.

Quando vi já estávamos batendo cabelo na pista de dança e dançando loucamente. Nossos olhares se encontraram. Ficamos hipnotizadas, uma pela outra. Nos aproximamos cada vez mais, era como se o mundo tivesse parado e só nós duas existíssemos.
Ficamos tão próximas que nossos narizes se tocaram, ela fez leves movimentos com a cabeça, fazendo "carinho" no meu nariz com o seu. Olho no fundo dos seus olhos, que transborda desejo e junto nossos lábios. O beijo dura até nossos pulmões implorarem por oxigênio, então nos afastamos, ofegantes.

— Porra, cacheada! Que beijo, hein! — a morena fala, mordendo os lábios com um sorriso sacana no rosto.

— Tu também não é nada mal, viu — sorrio junto. Ainda consigo sentir seus gosto em minha boca. — Tu quer ir para um lugar mais calmo?

— Eu ainda não sei seu nome.

— Prazer, Vitória — sorrio.

— Prazer é só na cama, Vitória. E é isso que eu, Ana Clara, vou te dar. — a garota fala, me puxando enquanto subimos as escadas.

Amor de verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora